terça-feira, 22 de março de 2011

REDES SOCIAIS

Eu curto, você curte: redes sociais sem paranóia

por César Munhoz
Sabe aquele papinho de mãe: “sai da frente do computador”, “desliga esse Orkut”. Chato demais, né? Fique tranquilo que ninguém aqui vai lhe dizer a mesma coisa. Afinal de contas, quem hoje vive sem acessar o Orkut, o Facebook ou o Twitter pelo menos uma vez por dia? Está todo mundo lá. Seus amigos, seus inimigos e mais um montão de gente que você ainda não conhece, mas adoraria conhecer. Então, para começar com o pé direito, chega de bobagem: redes sociais são o máximo, sim! Esta reportagem vai dar a você umas dicas para curtir as redes de verdade, ajudá-lo a dizer a seus pais por que elas são tão importantes para você e ainda por cima lhe ensinar a se livrar de uns micos básicos de quem vive na Internet. Navegue pela nuvem e divirta-se.

 Mundo pequeno

O Facebook tinha pouco mais de 500 milhões de usuários ativos até as 10 da noite do dia 22 de dezembro, hora em que esta frase foi escrita. Tem mais alguém se cadastrando agora. E agora. E agora. Dizem que estamos todos ligados por uma corrente de, em média, seis pessoas. Essa teoria tem um nome — “Seis graus de separação” — e foi proposta pela primeira vez pelo jornalista húngaro Frigyes Karinthy. Ou seja, de acordo com essa teoria, não importa quem seja a pessoa que está se cadastrando no Facebook agora, pode ser que você seja amigo de um amigo de um amigo de um amigo de um amigo de um amigo dessa pessoa.

Postou, já era

O filme “A Rede Social” mostra que, na mesma noite em que criou o Facebook, Mark Zuckerberg postou xingamentos de toda espécie em seu blog, dedicados a sua ex-namorada. E o que é pior: citou o nome dela. Além de nunca mais olhar na cara dele, a garota enfrentou toda sorte de humilhação no ambiente da universidade e até hoje é motivo de piada. Como bem diz a personagem que a representa no filme: “na Internet não se escreve a lápis, se escreve a caneta”. É um belo exemplo de como é fácil transformar-se em um babaca quando você tem nas mãos uma ferramenta de publicação de informações na web e opta pela atitude errada. Quando comparamos a Internet com o papel, dá aquela impressão de que, se está no papel, é para sempre; se está on-line, sempre dá para apagar. A verdade é que é o contrário. Quando você posta algo em uma rede social, basta que uma pessoa veja aquela informação para que ela fique eternizada, tanto faz se você apagar depois. E se alguém que a viu teve a ideia de replicar a ideia em outro site, ou mesmo falar para alguém, aí não tem mais volta.

#amordaminhavida

Tem coisa melhor que um computador conectado à Internet no conforto do seu quarto quando você precisa desabafar ou mesmo conversar com seus amigos sobre qualquer bobagem? Chris Pirillo, expert em mídias sociais, conta que já namorava pela Internet desde antes de o namoro pela Internet existir. Para ele, nas redes sociais, as pessoas se sentem mais à vontade para ser quem realmente são e, portanto, encontrar mais afinidades entre si. Tem gente que se conhece pela rede e casa, ou pelo menos vira amigo. Quem sabe o nerd e o cara que quer bater nele virassem bons amigos se tirassem um tempo para conversar pelo MSN. E tem gente que vive na mesma casa há décadas e nunca se entende. Se na Internet falamos “sem barreiras”, qual será o relacionamento mais real: aquele que travamos olho no olho, ou on-line? Ou serão os dois igualmente reais? Que consequências reais boas e ruins esses relacionamentos podem trazer para a sua vida?

Você é o que você posta


Quando você coloca uma foto ou informação nova no Orkut, o que espera receber em troca? Parece bobagem, mas... já parou para pensar nisso? Exemplo: dos milhões de pessoas que utilizam as redes sociais hoje, muitas são profissionais que estão lá para fazer contatos e divulgar trabalhos. Artistas divulgam suas obras e recebem comentários. Escritores postam seus pensamentos cotidianos e mantêm-se vivos na memória da opinião pública. Empresas fazem o mesmo. Mesmo quem não usa redes sociais para trabalhar obtém algum tipo de resposta. Às vezes, uma resposta indesejada. E você, que resposta espera ter das redes sociais que usa? Como você quer ser visto pelos seus amigos na rede? Ter isso bem definido vai ajudar você a administrar melhor o tempo que passa conectado e a decidir quais informações vai divulgar e quais não vai. Seja para arranjar namorada(o), conseguir um emprego ou entrar no Big Brother, você precisa ter uma ideia exata da imagem que está formando de você mesmo on-line. Uma dica? Mostre o seu perfil para a sua mãe, seu pai ou então algum irmão ou primo próximo. Sério, não é piada nem papinho de escola. São gente de confiança, conhecem bem você e não vão ter medo de lhe dizer na cara se alguma coisa pega mal. Vá por mim: melhor ouvir o que não quer de uma pessoa próxima do que de milhões de desconhecidos no Facebook depois.

Rede social não é tudo igual


Rede social não é tudo igual. Existem aquelas que são mais conhecidas como redes sociais propriamente ditas, como o Orkut e o Facebook, que têm foco na socialização e ponto. Elas servem para deixar recados, ver quem é amigo de quem, quem está solteiro, quem está namorando e com quem. Outras redes, como o YouTube, são focadas em serviços (vídeos, nesse caso) e, de quebra, promovem a socialização de quem as acessa. Outros exemplos são o Flickr (imagens) e o Last FM (informação sobre música).

()... :/


Quando você ri de uma coisa engraçada na Internet, ri de verdade ou só no LOL/hahaha/rs? Faz diferença sim e vale a pena prestar atenção. A forma como uma pessoa reage às situações na Internet e ao vivo pode dizer se a sua personalidade virtual corresponde de verdade ao jeito que ela é quando está frente a frente com outras pessoas. Pense nisso...

Oba! Tragédia! Bora tuitar!




“Lady Gaga morreu. Sério? Não sei, acabei de ler. Onde? Aí. Será que a galera tá sabendo? Conta lá. Olha, fotos do corpo! Será que é mesmo? Não sei, espalha aí.”

Depois disso, tanto faz se ela morreu ou não, já tem milhões de pessoas falando sobre o assunto e vendo fotos de um corpo, que também já não importa mais se é o dela ou não. No Twitter, a informação passa como um furacão: ninguém sabe de onde veio, faz um baita estrago e depois fica todo mundo perdido vendo cadáver de boato. Mas, se ao mesmo tempo em que está aí para disseminar todo tipo de boato inútil, também serve para chamar a atenção da comunidade global para temas como violência doméstica e prevenção à Aids. Usuários conscientes fazem isso usando distintivos (badges) no avatar ou então tuitando palavras-chave na tentativa de levá-las aos trending topics, uma espécie de ranking de popularidade de assuntos no Twitter — que a imprensa internacional já utiliza como referência para definir a pauta dos grandes jornais.