sábado, 30 de outubro de 2010

Bom Professor

Com a chegada do terceiro milênio, práticas educativas mais firmes, autoritárias e duras foram deixadas para trás, levando para a sala de aula liberdade de expressão, de pensamento e abrindo espaços para o diálogo, tanto entre alunos como entre alunos e professores.

O conhecimento não é mais tido como algo pronto e acabado, dentro de um determinado conteúdo, nem tampouco imposto pelo professor e tendo que ser engolido pelos alunos. Pelo contrário, conhecimento hoje é a troca de informações, pois, no âmbito escolar, aprender é compartilhar os saberes que cada sujeito carrega consigo, das experiências anteriormente vividas.

Além disso, o professor deve ser aquele que estimula a curiosidade, é questionador – não para humilhar o aluno e mostrar que ele é o detentor do saber, mas para dar condições de o aluno refletir sobre os temas abordados na sala de aula, levando-o às suas próprias descobertas.

Alguns aspectos devem ser considerados para se avaliar o desempenho do professor e se sua prática cotidiana tem plantado sementes para que seus alunos colham bons frutos mais tarde.

A princípio, ajudar na construção de uma escola aberta, democrática, pautada em uma gestão transparente, que vise atender aos interesses da comunidade em que atende. Com isso, os estudantes percebem que a direção da escola é aberta, comunicativa, que confia nos profissionais e nos alunos, aprendendo que existem competências próprias de cada profissão, o que garante a segurança futura.

O bom professor deve incentivar uma relação aberta entre escola e família, pois a criança e o adolescente precisam desse contato para se sentirem valorizados, além de perceberem que o processo educativo não é feito de qualquer jeito, mas com contribuições dos dois lados.

Tomar conhecimento do Projeto Político Pedagógico da escola é outra forma de contribuir para a educação de qualidade. Se a escola ainda não compartilhou o PPP, o professor deve solicitar à direção, pois seu trabalho deve seguir o disposto na lei que rege a instituição. É importante abrir espaços para discutir o respectivo projeto, a fim de identificar possíveis erros ou não, mas visando melhor qualificação profissional.

Muito se vê falar em exercício da cidadania, pouco se faz para garantir que as próprias crianças sejam, desde já, cidadãs comprometidas com a formação de um mundo mais justo e melhor.

Nas práticas de sala de aula, o bom professor deve estimular os alunos a exercitarem a cidadania, levando-os a agir de forma correta, pensando nas consequências de seus atos, sendo responsáveis com a vida no planeta, com a preservação do meio ambiente, com a educação e o respeito na vida cotidiana, valorizando a pluralidade cultural, tendo controle sobre sua liberdade, preocupando-se com o bem-estar do outro e do meio político e social em que vive.

Quando se trabalha exercitando a cidadania, promove-se valores que ajudam o educando a se aprimorar enquanto pessoa. Com isso, desmistificar que a educação serve para classificar, e sim para formar um sujeito que identifique que as relações do mundo são pautadas em sentimentos, sejam eles bons ou ruins; em dúvidas ou certezas, em inquietações próprias do ser humano que devem ser valorizadas.

Dentro disso, podemos destacar valores humanos que devem ser estimulados no contexto escolar, como a tolerância, a solidariedade, o respeito às diversidades, sejam elas culturais, pessoais ou sociais.

O bom professor é aquele que não se preocupa em ser conteudista, mas que promove a circulação do conhecimento, que aguça a curiosidade, que proporciona a reflexão, abrindo espaço para o diálogo saudável, para a troca de informações, propondo que cada sujeito envolvido no processo deixe sua opinião – as informações que já tem sobre algum assunto. E deve permitir que o lúdico faça parte das atividades rotineiras da sala de aula, pois aprende-se muito mais através da brincadeira, da diversão e do prazer.

Com isso, permite-se que os alunos cresçam enquanto pessoas e enquanto profissionais. Que sintam as necessidades do mundo, de que somos responsáveis para que tudo corra bem, para que as coisas aconteçam de forma organizada e planejada, visando o crescimento social do país.

Dessa forma, ensina-se que a educação e a formação estão voltadas para o lado profissional sim, mas também para o lado social, humanista, e que no exercício da profissão, os professores terão que ser responsáveis para progredir no mundo do trabalho.

Por Jussara de Barros
Graduada em Pedagogia
Equipe Brasil Escola

Como se manter seguro na internet

quarta-feira, 27 de outubro de 2010

Escolas Digitais: soluções na rede pública de ensino de São Paulo




Chamadas, controle de notas e informações sobre o desempenho do estudante; soluções tecnológicas ajudam no controle e no dia-a-dia.

Os alunos adoraram a novidade! Desde agosto, nesta escola da Praia Grande, litoral de São Paulo, as crianças não respondem chamada. Assim que elas chegam à sala de aula,marcam presença colocando o dedo neste leitor de impressões digitais. O sensor biométrico se encarrega dessa "chama virtual". Pronto, presença garantida!
O primeiro lugar que aproveita as informações colhidas nas salas de aula é a cozinha. Eva de Oliveira fica sabendo na hora para quantas crianças terá que preparar a merenda do dia. Pelo computador instalado na cozinha, ela recebe em tempo real o número exato de alunos que estão na escola, evitando desperdício. "Antigamente, a gente dependia das pessoas contarem os alunos. Atrasava o meu trabalho. Agora, isso é um fator de qualidade", explica a cozinheira.
O controle automatizado da Freqüência Digital também tranqüiliza os pais dos alunos. Eles recebem um e-mail diário com o horário exato da entrada e da saída do filho na escola. Em um futuro próximo, que só depende de uma parceria com as operadoras de telefonia móvel, os pais poderão ainda receber um torpedo SMS no caso de o aluno não comparecer à escola. E se pais e alunos gostaram da idéia...os professores não ficaram atrás. "Acaba ajudando o professor porque eu recebo por email, e se eu me ausentar por qualquer motivo, posso atualizar meu diário mesmo assim", explica a professora Roberta Teixeira.
600 alunos já participam do programa. Mas o projeto será ampliado; e até o final do ano deve ser expandido para outras cinco escolas da Praia Grande, contemplando 3100 crianças. E mais: até o final de 2012, a expectativa da Prefeitura é de que todas as escolas do município já participem do Freqüência Digital. Aí serão 26 mil alunos atendidos.
Em breve, o sistema também deve incluir as notas e outras informações sobre o desempenho do estudante, facilitando a vida de toda a diretoria da escola e também acabando com aquela papelada e assim contribuindo até com o Meio Ambiente. "A partir do momento que esse sistema for realmente implantado em todas as escolas e quando abolirmos o diário de classe, vai facilitar muito a nossa vida e as informações serão muito mais exatas", explica Luciana Nicolosi, diretora da escola.
Ou seja, a aprovação dos envolvidos é geral! E facilitou até mesmo o controle da distribuição do Bolsa-Família do governo, que se baseia na freqüência dos alunos para manter o benefício federal.
A tecnologia está alterando definitivamente o dia-a-dia das salas de aula. Esse exemplo chama a atenção porque trata-se de uma escola pública, que já tem recursos parecidos com os encontrados em escolas particulares.

sexta-feira, 22 de outubro de 2010

Tecnologias na Educação: esse bicho morde?

Recentemente, em um fórum de educadores na internet, deparei-me com duas indagações, em princípio colocadas de forma independentes:
· “Que benefícios reais educadores e educandos podem obter a partir da introdução das tecnologias de informação e comunicação?
· Que desafios e dificuldades surgem com a incorporação das tecnologias à prática educacional


Na verdade, as duas perguntas são complementares e devem ser respondidas sob um mesmo foco. A introdução das TICs no meio educacional traz em seu bojo desafios, contradições e perspectivas múltiplas, que tornam o trabalho dos profissionais que a ela se dedicam complexo e sério.
Em primeiro lugar, é inegável o aspecto fomentador do desenvolvimento de competências e habilidades – e isso, mirando-se tanto o universo do educando quanto o universo desse “novo professor”. Novas competências relacionais, cognitivas, produtivas e pessoais são demandadas, em cada nova situação tecnológica, como a administração comportamental em uma sala de chat, a moderação responsável e equilibrada de grupos, a motivação de equipes a distância, a organização e planejamento dos conteúdos de forma agradável, a resolução de conflitos inter-relacionais.
O “novo aluno” precisa aprender a otimizar seu tempo e a lidar com toda uma parafernália disponível de recursos, empregando-os de forma responsável e, ao mesmo tempo, dividindo, com o seu professor, novos jeitos e “sabores” no aprendizado. Já o “novo professor” tem à sua frente um universo inesgotável de possibilidades, que podem tornar a relação com os sujeitos e os objetos de aprendizagem muito mais eficazes e eficientes.
Alguns adjetivos poderiam definir, de forma bastante concisa, os novos aspectos desse aprendizado, traduzidos em benefícios quase imediatos:
- dinamismo (com a tecnologia, o acesso à informação, se bem orientado, pode ser muito mais ágil, rápido e eficiente);
- ludicidade (alguém duvida do prazer que os alunos têm, com suas descobertas nesse novo mundo tecnológico?),
- precisão (com determinação e orientação sistemática do foco, pelo educador, o ato de pesquisar pode ser bem mais correto),
É importante, no entanto, não nos deixarmos cativar por uma visão imediatista, imaginando que é um universo sem desafios a serem enfrentados. Há que se ter em mente uma visão conjuntural de um país imerso em desigualdades sociais, econômicas, culturais e até mesmo de vontades e posturas políticas. E os desafios são imensos.
Resistência! Talvez o primeiro e maior deles… A resistência ao novo. A resistência corporativista, que se agarra com unhas e dentes a uma realidade antiga, conformista e que assegura determinadas relações de poder, de comando e de relações sociais. Acompanhei de perto, por exemplo, o trabalho de implantação de TICs no interior de um determinado Estado brasileiro. Lá, em cidades onde até há bem pouco tempo a luz elétrica foi uma novidade, vi diretoras que ainda defendem a palmatória, para alunos que porventura surrupiem a bolinha do mouse. Vi – não foram poucas! – diretoras que receberam computadores novinhos em folha e deixaram que todo um laboratório de Informática caísse na obsolescência, por total falta de uso, com “medo” de que seus alunos estragassem as máquinas. Vi diretoras que levavam a chave dos laboratórios de Informática consigo, para casa, numa demonstração inequívoca de que o uso racional das tecnologias requer educação de base, competência gerencial e, acima de tudo, bom senso. Nessa trajetória, tenho acompanhado de perto professores que se amedrontam, crendo que a máquina irá substituí-los. Gosto sempre de dizer que o professor que um dia for substituído por um computador terá merecido a substituição!
Gestão competente dos recursos disponíveis é outro mega-desafio! E, aqui, cabe dizer que o termo “gestão” aplica-se não somente a diretores, mas a todos os atores sociais do processo educativo. É extremamente comum percebermos o uso de máquinas de última geração para aplicabilidades antigas. Computadores encarados como máquinas de escrever avançadinhas e modernas. Salas de informática de escolas utilizadas para aprender digitação e fazer desenhos no Paint Brush. Ou, ainda pior, conteúdos sendo digitalizados com a mesma feição e a mesma (IMPER)feição dos conteúdos impressos – mera transferência da ausência de qualidade, mera sub-utilização das potencialidades de uma ferramenta.
Creio que os desafios que ora enfrentamos são naturais. Não vivi os dias em que chegaram, pela primeira vez, os livros, às mãos do grande público. Mas imagino como deve ter sido sofrido e caótico o longo período de transição, até que o saber se disseminasse com a palavra impressa, saindo das cúpulas dos grandes mestres para a população, sedenta por conhecimento. Vivemos, creio, esse tempo novo da disseminação. Os “proprietários” desse saber estão aflitos, vendo-o escorrer por suas mãos. A grande massa, ansiosa por ele, está ávida, como quem corre ao pote de mel em meio à fome. Natural que assim aconteça.
(Ney Mourão)

quinta-feira, 21 de outubro de 2010

Tecnologia na Educação

Várias expressões são normalmente empregadas para se referir ao uso da tecnologia, no sentido visto, na educação. A expressão mais neutra, “Tecnologia na Educação”, parece preferível, visto que nos permite fazer referência à categoria geral que inclui o uso de toda e qualquer forma de tecnologia relevante à educação (“hard” ou “soft”, incluindo a fala humana, a escrita, a imprensa, currículos e programas, giz e quadro-negro, e, mais recentemente, a fotografia, o cinema, o rádio, a televisão, o vídeo e, naturalmente, computadores e a Internet).
Não há porque negar, entretanto, que, hoje em dia, quando a expressão “Tecnologia na Educação” é empregada, dificilmente se pensa em giz e quadro-negro ou mesmo de livros e revistas, muito menos em entidades abstratas como currículos e programas. Normalmente, quando se usa a expressão, a atenção se concentra no computador, que se tornou o ponto de convergência de todas as tecnologias mais recentes (e de algumas antigas). E especialmente depois do enorme sucesso comercial da Internet, computadores raramente são vistos como máquinas isoladas, sendo sempre imaginados em rede – a rede, na realidade, se tornando o computador.
Faz sentido lembrar aos educadores o fato de que a fala humana, a escrita, e, conseqüentemente, aulas, livros e revistas, para não mencionar currículos e programas, são tecnologia, e que, portanto, educadores vêm usando tecnologia na educação há muito tempo. É apenas a sua familiaridade com essas tecnologias que as torna transparentes (i.e., invisíveis) a eles.
“Tecnologia na Educação” é uma expressão preferível a “Tecnologia Educacional”, pois esta parece sugerir que há algo intrinsecamente educacional nas tecnologias envolvidas, o que não parece ser o caso. A expressão “Tecnologia na Educação” deixa aberta a possibilidade de que tecnologias que tenham sido inventadas para finalidades totalmente alheias à educação, como é o caso do computador, possam, eventualmente, ficar tão ligadas a ela que se torna difícil imaginar como a educação era possível sem elas. A fala humana (conceitual), a escrita, e, mais recentemente, o livro impresso, também foram inventados, provavelmente, com propósitos menos nobres do que a educação em vista. Hoje, porém, a educação é quase inconcebível sem essas tecnologias. Segundo tudo indica, em poucos anos o computador em rede estará, com toda certeza, na mesma categoria.

Destas três expressões, a terceira é provavelmente a menos usada. Entretanto, é a única que é tecnicamente correta.
Educação e aprendizagem são processos que acontecem dentro do indivíduo – não há como a educação e a aprendizagem possam ocorrer remotamente ou a distância. Educação e aprendizagem ocorrem onde quer que esteja a pessoa – e esta é, num sentido básico e muito importante, o sujeito do processo de educação e aprendizagem, nunca o seu objeto. Assim, é difícil imaginar como Educação a Distância e Aprendizagem a Distância possam ser possíveis, a despeito da popularidade dessas expressões.
É perfeitamente possível, contudo, ensinar remotamente ou a distância. Isto acontece o tempo todo. São Paulo ensinou, a distância, os fiéis cristãos que estavam em Roma, Corinto, etc. – usando cartas manuscritas. Autores, distantes no espaço e no tempo, ensinam seus leitores através de livros e artigos impressos. É possível ensinar remotamente ou a distância através de filmes de cinema, da televisão e do vídeo. E hoje podemos ensinar quase qualquer coisa, a qualquer pessoa, em qualquer lugar, através da Internet.
Assim, a expressão “Ensino a Distância” será usada neste artigo sempre que houver necessidade de se referir ao ato de ensinar realizado remotamente ou a distância. Que a educação e a aprendizagem possam acontecer em decorrência do ensino é inegável, mas, como já argumentado, isto não nos deve levar a concluir que a educação e a aprendizagem que ocorrem em decorrência do ensino remoto ou a distância também estejam ocorrendo remotamente ou a distância.
A despeito de sua popularidade, Ensino a Distância não é a melhor aplicação da tecnologia na educação hoje. Este lugar deve ser reservado ao que pode ser chamado de Aprendizagem Mediada pela Tecnologia.
Como mencionado, não há dúvida de que a educação e a aprendizagem podem ocorrer em decorrência do ensino. Mas também não há dúvida de que a educação pode ocorrer através da auto-aprendizagem, i.e., através daquela modalidade de aprendizagem que não está associada a um processo de ensino, mas que ocorre através da interação do ser humano com a natureza, com outras pessoas, e com o mundo cultural. Uma grande proporção da aprendizagem humana acontece desta forma, e, segundo alguns pesquisadores, esse tipo de aprendizagem é mais significativa – isto é, acontece mais facilmente, é retida por mais tempo e é transferida de maneira mais natural para outros domínios e contextos – do que a aprendizagem que ocorre em decorrência de processos formais e deliberados de ensino (i.e., através da instrução).
O que é particularmente fascinante nas novas tecnologias disponíveis hoje, em especial na Internet, e, dentro dela, na Web, não é que, com sua ajuda, seja possível ensinar remotamente ou a distância, mas, sim, que elas nos ajudam a criar ambientes ricos em possibilidades de aprendizagem nos quais as pessoas interessadas e motivadas podem aprender quase qualquer coisa sem ter que se tornar vítimas de um processo formal e deliberado de ensino. A aprendizagem, neste caso, é mediada apenas pela tecnologia.
Não há dúvida de que atrás da tecnologia há outras pessoas, que preparam os materiais e os disponibilizam através da rede. Quando alguém usa os recursos hoje disponíveis na Internet para aprender de maneiras auto-motivadas e exploratórias, ele usa materiais de diferentes naturezas, preparados e disponibilizados em contextos os mais variados, não raro sem qualquer interesse pedagógico, e ele faz isso de maneira totalmente imprevisível, que, portanto, não pode ser planejada, e num ritmo que é totalmente pessoal e regulado apenas pelo desejo de aprender e pela capacidade de assimilar e digerir o que ele encontra pela frente.
Por causa disso não parece viável chamar essa experiência de Ensino a Distância, como se fosse a Internet que ensinasse, ou como se fossem as pessoas por detrás dos materiais que ensinassem. O que está acontecendo em um contexto como o descrito é Aprendizagem Mediada pela Tecnologia, auto-aprendizagem, isto é, aprendizagem que não é decorrente do ensino.
Conseqüentemente, as principais categorias em que podem ser classificadas as principais maneiras de utilizar a tecnologia na educação são:
·                    Em apoio ao Ensino Presencial
·                    Em apoio ao Ensino a Distância
·                    Em apoio à Auto-aprendizagem
Muitas pessoas poderiam ficar tentadas a justificar o Ensino a Distância simplesmente perguntando “Por que não?” Apesar disso, há boas razões para se discutir se o Ensino a Distancia é justificado, o que o justifica, e quais sãos os seus méritos vis-à-vis o Ensino Presencial.
De um lado há aqueles que presumem que o Ensino a Distância não difere, substantivamente, do Ensino Presencial. Se o ensino é algo que deve ser promovido, e é possível ensinar a distância, então o Ensino a Distância está justificado.
Do outro lado há aqueles que vêem vantagens no Ensino a Distância quando comparado ao Ensino Presencial: maior alcance, melhor razão custo/benefício, e, principalmente, maior flexibilidade tanto para ensinantes como para aprendentes, visto que eles acreditam que o Ensino a Distância pode ser realizado de forma tão personalizada a ponto de tornar-se instrução individualizada.
Contra essas duas posições favoráveis há aqueles que acreditam que, no Ensino a Distância, perde-se a dimensão pessoal que, mesmo que não seja condição necessária do próprio ensino, certamente o é para o ensino eficaz.
Deixando de lado, no momento, a segunda posição, há uma óbvia contradição entre a primeira e a terceira posição: os defensores da primeira posição pressupõem que não haja diferenças substantivas entre o Ensino Presencial e o Ensino a Distância (o caráter “virtual” do Ensino a Distância não sendo considerado essencial), enquanto os defensores da terceira posição acreditam que a “virtualidade” (ou caráter remoto) do Ensino a Distância remove da relação de ensino algo importante, ou mesmo essencial a ele, a saber, seu caráter pessoal, que, segundo eles, é o que torna o ensino eficaz.
Com quem está a verdade nesta disputa?
Uma concordância qualificada com a primeira posição parece justificada. O ensino envolve três elementos: o ensinante, o aprendente, e aquilo que o ensinante ensina ao aprendente (o “conteúdo”). Para o ensinante ensinar o conteúdo ao aprendente não é mais necessário, hoje, que ambos estejam em contigüidade espaço-temporal – isto é, que ambos compartilhem o mesmo espaço e o mesmo tempo.
Sócrates insistia (contra o ensino baseado na escrita) que a contigüidade espaço-temporal entre o ensinante e o aprendente é essencial para o ensino – mas apenas porque ele não conhecia, e nem podia imaginar, as telecomunicações modernas. Por causa disso, ele argumentou que o Ensino a Distância (em seu caso, o ensino baseado na escrita) impedia o diálogo, o questionamento e a resposta, a comunicação real e interativa entre os agentes envolvidos (ensinante e aprendente). Seu argumento obviamente não se aplica hoje.
O caráter pessoal de uma relação, hoje, é independente de proximidade física no espaço e no tempo. É possível, hoje, manter relacionamentos extremamente pessoais – até mesmo íntimos – a distância, usando os modernos meios de telecomunicação, envolvendo texto, sons, imagens (estáticas e dinâmicas). Por outro lado, a mera contigüidade espaço-temporal não é garantia de relacionamentos verdadeiramente pessoais. As salas de aula enormes que existem em algumas escolas freqüentemente permitem relações altamente impessoais entre professor e alunos, a despeito de sua proximidade no espaço e no tempo. Muitas vezes, nesses contextos, o professor nem mesmo sabe o nome de seus alunos, e é totalmente ignorante de suas características pessoais, que são grandemente relevantes para um ensino eficaz.
Isto posto, deve admitir-se que, outras coisas sendo iguais, a comunicação face-a-face, olho-no-olho, permite um ensino mais eficaz do que a comunicação remota ou a distância, mesmo quando os mais modernos meios de comunicação a distância são utilizados. Na comunicação face-a-face é possível detectar, com facilidade, as nuances dos componentes sonoros não-verbais da fala (o tom, o timbre e o volume da voz, o ritmo da fala, as pausas, as ênfases sutis) e da linguagem corporal (especialmente as expressões faciais [em que o contato dos olhos talvez seja o aspecto mais significativo], mas também a postura, a posição das mãos e dos pés, a possibilidade de que os interlocutores se toquem, etc.).
(Esta consideração é importante para uma tese que será defendida adiante, a saber: se um modelo de ensino não funciona quando utilizado nas melhores condições de comunicação, por que deveria funcionar quando as condições de comunicação não são tão favoráveis?)
Consideremos, agora, a segunda posição descrita atrás, a saber, a que defende a existência de vantagens no Ensino a Distância em relação ao Ensino Presencial. Se essa tese é correta, as vantagens do Ensino a Distância podem compensar a desvantagem que se destacou na seção anterior.
Foi dito, atrás, que os defensores da tese de que o Ensino a Distância é mais eficaz do que o Ensino Presencial apontam para seu maior alcance, sua melhor razão custo/benefício, sua maior flexibilidade (tanto para ensinantes como para aprendentes), e seu maior potencial de personalização e mesmo individualização.
Não há dúvida de que o Ensino a Distância tem maior alcance do que o Ensino Presencial. Um programa de Educação a Distância como o TeleCurso 2000 alcança milhões de pessoas cada vez que é ministrado – número infinitamente maior do que o que poderia ser alcançado se o mesmo curso fosse ministrado presencialmente.
Aqui a questão não é tão fácil decidir.
O custo de desenvolver (produzir) programas de Ensino a Distância de qualidade (que envolvem, por exemplo, televisão ou mesmo vídeo, ou software especializado) é extremamente alto.
Além disso, o custo de ministração (distribuição, oferecimento, entrega, “delivery”) desses programas também pode ser relativamente alto. Se eles forem distribuídos através de redes de televisão comerciais o custo de transmissão pode ser ainda mais alto do que o custo de desenvolvimento, com a desvantagem de ser um custo recorrente.
Por isso, esses programas só oferecem uma razão custo/benefício favorável se o seu alcance for realmente significativo (atingindo um público, talvez, na casa dos milhões de pessoas).
É verdade que o custo de desenvolvimento pode ser rateado pelos vários oferecimentos ou ministrações ("deliveries"). Um programa de Ensino a Distância bem feito pode ser oferecido e ministrado várias vezes sem que isso afete o custo de desenvolvimento. O único componente de custo afetado pelo oferecimento e ministração recorrente de um programa de Ensino a Distância é o de distribuição (entrega), fato que torna o custo de desenvolvimento proporcionalmente mais barato, por oferecimento e ministração, à medida que o número de oferecimentos e ministrações aumenta. Se o custo de entrega for alto, porém, essa redução proporcional do custo de desenvolvimento ao longo do tempo pode não ser tão significativa.
Muitas das instituições interessadas em Ensino a Distância hoje estão procurando "atalhos" que reduzam o custo de desenvolvimento. Infelizmente isso dificilmente se dá sem que haja uma redução na qualidade. Em vez de usar meios de comunicação caros, como televisão e vídeo, essas instituições empregam predominantemente texto no desenvolvimento do curso e o distribuem através da Internet (com um custo relativamente pequeno, tanto no desenvolvimento como na entrega). Além disso, para não aumentar o custo de desenvolvimento, o texto é muito pouco trabalhado, consistindo, muitas vezes, de textos que não foram elaborados com esse tipo de uso em mente, mas sim para ser publicados em forma impressa. Desta forma, o Ensino a Distância acaba não passando de um ensino por correspondência em que os textos são distribuídos pela Internet e não pelo correio convencional.
É verdade que freqüentemente se procura agregar algum valor aos textos disponibilizados oferecendo-se aos aprendentes a possibilidade de se comunicarem com o ensinante, com o autor do texto (caso não seja ele o ensinante) ou mesmo uns com os outros via e-mail (correio eletrônico) ou chat (bate-papo eletrônico). (E-mail é uma forma de comunicação assíncrona, enquanto o chat é uma forma de comunicação síncrona).
Quando o Ensino a Distância é entendido apenas como disponibilização remota de textos, ainda que acompanhado por e-mail e chat, é de crer que a sua razão custo/benefício, quando comparada à do ensino presencial, seja bastante favorável – mas há uma potencial queda de qualidade no processo.
É preciso registrar aqui, entretanto, que, se os textos disponibilizados forem preparados para se adequar ao meio, sendo enriquecidos por estruturas de hipertexto, anotações, comentários, glossários, mapas de navegação, referências (links) para outros textos igualmente disponíveis, que possam servir como discussões ou complementos dos textos originais, a eficácia do Ensino a Distância aumenta consideravelmente.
Dado o fato de que Ensino a Distância usa tecnologias de comunicação tanto síncronas como assíncronas, não resta dúvida de que, no caso das últimas, tanto os ensinantes como os aprendentes têm maior flexibilidade para determinar o tempo e o horário que vão dedicar, uns ao ensino, os outros à aprendizagem. Recursos como páginas Web, bancos de dados, correio eletrônico, etc. estão disponíveis 24 horas por dia sete dias por semana, e, por isso, podem ser usados segundo a conveniência do usuário.
É neste ponto que os defensores de Ensino a Distância colocam maior ênfase. Eis o que diz Octavi Roca, no artigo "A Autoformação e a Formação à [sic] Distância: As Tecnologias da Educação nos Processos de Aprendizagem", publicado no livro Para Uma Tecnologia Educacional, organizado por Juana M. Sancho (ArtMed, Porto Alegre, 1998):
"Na maioria dos profissionais da educação já existe a consciência de que cada pessoa é diferente das outras, que cada uma tem as suas necessidades próprias, seus objetivos pessoais, um estilo cognitivo determinado, que cada pessoa usa as estratégias de aprendizagem que lhe são mais positivas, possui um ritmo de aprendizagem específico, etc. . . . Assim parece óbvio que é preciso adaptar o ensino a todos estes fatores. Esta reflexão não é nova. As diferenças sempre têm sido reconhecidas. Mas, antes, eram vistas como um problema a ser eliminado, uma dificuldade a mais para o educador. . . . No entanto, agora se considera que é a partir daí que devemos organizar a formação e é nos traços diferenciais que devemos fundamentar a tarefa de formação: as capacidades de cada pessoa representam uma grande riqueza que é conveniente aproveitar . . . [para] proporcionar uma formação cada vez mais adaptada a cada pessoa em particular" [p.185].
Seria possível implementar essas características desejáveis que aqui se atribuem ao Ensino a Distância em programas de Ensino Presencial? À primeira vista, parece possível, mas é forçoso reconhecer que é difícil – a menos que a escola seja, de certo modo, reinventada.
Ou vejamos.
A escola (como hoje a conhecemos) não pode seriamente levar em consideração as necessidades, os interesses, o estilo e o ritmo próprio de aprendizagem de cada aluno, de modo a proporcionar a cada um uma formação adaptada a ele, porque esse tipo de ensino personalizado e individualizado se choca com o pressuposto básico da escola, a saber: a padronização.
Esperar da escola que produza formação adaptada às necessidades, aos interesses, ao estilo e ao ritmo de aprendizagem próprio de cada um de seus alunos é equivalente a esperar que de uma linha de montagem convencional de uma fábrica de automóveis saiam carros personalizados e individualizados para cada um dos clientes que vai adquiri-los. Não dá: a linha de montagem, como a conhecemos, foi feita para padronizar, para permitir que sejam feitos, com rapidez e eficiência, carros iguais, na verdade basicamente idênticos. A escola que conhecemos foi inventada para fazer algo semelhante em relação aos seus alunos: nivelá-los, dando-lhes uma formação padronizada básica, de modo que todos, ao se formar, tenham se tornado tão parecidos uns com os outros a ponto de se tornarem funcionalmente intercambiáveis. Qualquer grau de diferenciação que os alunos preservem ao final de sua escolaridade terá sido mantido a despeito da escola, não como decorrência de seu trabalho.
O modelo (ou paradigma) educacional adotado pela escola é centrado na transmissão de informação, do ensinante ao aprendente, através do ensino.
Esse modelo está ultrapassado e não é difícil explicar porquê.
Esse modelo é calcado no ensino. O ensino, como vimos, é uma atividade triádica, que envolve o ensinante, o aprendente e o conteúdo que o primeiro ensina ao segundo. A escola prioriza, nessa tríade, o conteúdo (o currículo) e, conseqüentemente, o ensinante, deixando o aprendente em último lugar – sua tarefa é meramente absorver o que lhe é transmitido. Por isso a escola é tipicamente "conteúdo-cêntrica" e, por causa disso, "magistro-cêntrica", enquanto a tendência descrita atrás (voltada para a flexibilidade e adaptada às necessidades, aos interesses, ao estilo e ao ritmo de aprendizagem de cada um) é "mateto-cêntrica", isto é, centrada no aprendente (adaptada às suas necessidades, aos seus interesses, ao seu estilo cognitivo e ao seu ritmo de aprendizagem).
O que é problemático nesse modelo convencional adotado pela escola não é o fato de que ele acontece presencialmente, face-a-face: é o fato de que ele não é suficientemente flexível para permitir o atendimento de aprendentes com diferentes necessidades, interesses, estilos cognitivos e ritmos de aprendizagem.
Pode uma educação personalizada e individualizada ser implementada através de Ensino a Distância?
Se o modelo empregado para Ensino a Distância é o mesmo que é usado no Ensino Presencial, teremos programas de Ensino a Distância que não diferem substancialmente de suas contrapartidas presenciais.
Se é fato sabido que esse modelo não funciona mais, mesmo em condições otimizadas de comunicação, em que o ensinante pode se comunicar face-a-face, olho-no-olho com os aprendentes, por que deveria ele funcionar em contextos em que o ensinante e os aprendentes se comunicam em condições sub-ótimas, como é o caso do Ensino a Distância?
Não parece sensível repetir, virtual ou remotamente, os erros de um modelo que não mais funciona em sua implementação presencial. Um modelo ou paradigma diferente se torna necessário.

quarta-feira, 20 de outubro de 2010

O papel do professor: guiar o aprendizado


A facilidade com que os alunos interagem com a tecnologia também impôs uma mudança de comportamento em sala de aula. Hoje, já não é exclusividade dos mais jovens manter blogs, atualizar perfis em redes sociais ou bater papo com amigos na internet. A geração digital passou a exigir que o professor fizesse o mesmo - e ele está mudando pouco a pouco. Os motivos são claros. Em um mundo onde todos recorrem à rapidez do computador, nenhuma criança aguenta mais ouvir horas de explicações enfadonhas transcritas em uma lousa monocromática. "A tecnologia faz parte do cotidiano de todos os jovens. Os alunos esperam que o professor se utilize disso em sala de aula. Seu papel mudou completamente, mas continua essencial. Ele guia o processo de aprendizagem, sendo o elo entre o aluno e a comunidade científica", afirma Linda Harasim, professora da Universidade Simon Fraser, em Vancouver, no Canadá. Confira o perfil do novo professor.
O problema é, justamente, adaptar a tecnologia ao conteúdo pedagógico. É consenso entre os especialistas que não basta apenas investir em laboratórios, salas multimídia e projetores de luz. Muitas escolas, mesmo aquelas que gastam rios de dinheiro em equipamentos de última geração, deixam de lado o treinamento dos professores. Sem mudança na metodologia, as novas ferramentas são subtilizadas. "Passamos praticamente uma década do novo milênio e nosso modelo educacional ainda reflete a prática dos séculos XIX e XX. A internet ainda é usada, geralmente, como tampa-buraco ou enfeite nas salas de aula tradicionais", acrescenta Harasim.
O professor de informática Jean Marconi, de Brasília, acompanhou de perto a dificuldade imposta pelos novos recursos tecnológicos. Quando o colégio onde trabalha investiu pela primeira vez em equipamentos digitais, a direção não se preocupou em desenvolver um novo método de ensino nem capacitar os professores. Marconi aproveitou a formação em tecnologia da educação e propôs à escola treinar seus colegas. Hoje, segundo ele, todos já têm contato com as novidades e criam projetos para suas próprias disciplinas. "O colégio tinha a proposta, mas andava a passos lentos. Fui, então, de professor em professor despertando a curiosidade. Consegui que houvesse uma integração entre o conhecimento do educador e a tecnologia. Mas há alguns que ainda têm medo de mexer com essas ferramentas".
Para a pedagoga Sílvia Fichmann, coordenadora do Laboratório de Investigação de Novos Cenários de Aprendizagem (LINCA) na Escola do Futuro da USP, um dos motivos pelos quais os professores ainda resistem em utilizar a tecnologia é o receio de perder o posto de detentor único de conhecimento. "A internet rompeu com uma série de paradigmas. O professor, hoje, tem de se conscientizar de que não sabe tudo e precisa ser muito mais parceiro do aluno na busca pelo saber", afirma. Sílvia diz que não é fácil lidar com as novas ferramentas, mas cabe ao educador coordenar e orientar as tarefas. "O problema é que existem três tipos de professor: os que preferem o método tradicional, aqueles que não sabem utilizar a tecnologia e, finalmente, os que se adaptaram ao novo contexto. Eles convivem em uma mesma sala de aula, o que impede a adoção completa da tecnologia", completa.
 
Lousa interativa - As novas ferramentas nunca preocuparam a professora de Ensino Fundamental Éride Rosseti (na foto ao lado), de São Paulo. Com 32 anos de magistério, a educadora assistiu a passagem do quadro-negro para o magnético e maneja, agora, sem problemas a lousa interativa, que permite salvar as tarefas feitas pelos alunos, além de exibir imagens, músicas e vídeos. Incentivada pelo colégio, ela participa de cursos de capacitação e é usuária da comunidade virtual da escola, na qual posta comentários sobre as aulas e exercícios de fixação. "Com a tecnologia, posso interagir com os alunos em tempo real. É uma forma de eles não se sentirem sozinhos quando estão fazendo a lição em casa. As crianças adoram e o professor tem de cumprir o papel social de abraças as novas tecnologias", diz.
Criar um blog foi a alternativa encontrada pela professora de ciências carioca Andrea Barreto para incentivar o hábito da leitura entre seus alunos da rede pública. Sem recursos, ela criou um espaço virtual, no qual os jovens podem tirar dúvidas e participar das discussões feitas em sala de aula. "Percebi a necessidade de ensinar dentro desse novo contexto depois que vi o desinteresse dos alunos. Mesmo os alunos mais carentes acessam a internet das lan houses e isso aumentou o rendimento", observa.
Mas a educação high-tech também oferece riscos, sobretudo devido à variedade de informação presente na web. Com a experiência de quem mantém um blog, tem conta no Orkut e usa diariamente o MSN, o professor de química Paulo Marcelo Pontes, de Recife, diz que não há como evitar que um aluno deixe de acessar bate-papo ou qualquer outra ferramenta disponível na rede. "Competir com isso traz mais desestímulo do que satisfação. O professor tem de produzir materiais e conteúdos que façam os estudantes participarem ou se interessarem pelo que está sendo divulgado", conclui.
(Caio Barretto Briso, Kleyson Barbosa, Luís Guilherme Barrucho e Sofia Krause)

terça-feira, 19 de outubro de 2010

Como utilizar as tecnologias na escola

1. Tecnologias para organizar a informação
Do ponto de vista metodológico, o educador precisa aprender a equilibrar processos de organização e de “provocação” na sala de aula. Uma das dimensões fundamentais do ato de educar é ajudar a encontrar uma lógica dentro do caos de informações que temos, organizá-las numa síntese coerente, mesmo que momentânea, compreendê-las. Compreender é organizar, sistematizar, comparar, avaliar, contextualizar. Uma segunda dimensão pedagógica procura questionar essa compreensão, criar uma tensão para superá-la, para modificá-la, para avançar para novas sínteses, outros momentos e formas de compreensão. Para isso, o professor precisa questionar, criar tensões produtivas e provocar o nível da compreensão existente.
No planejamento didático, predomina uma organização fechada e rígida quando o professor trabalha com esquemas, aulas expositivas, apostilas, avaliação tradicional. O professor que “dá tudo mastigado” para o aluno, de um lado, facilita a compreensão; mas, por outro, transfere para o aluno, como um pacote pronto, o conhecimento de mundo que ele tem.
Predomina a organização aberta e flexível no planejamento didático, quando o professor trabalha a partir de experiências, projetos, novos olhares de terceiros: artistas, escritores... etc. Em qualquer área de conhecimento, podemos transitar entre uma organização inadequada da aprendizagem e a busca de novos desafios, sínteses. Há atividades que facilitam a má organização, e outras, a superação dos métodos conservadores. O relato de experiências diferentes das do grupo ou, uma entrevista polêmica podem desencadear novas questões, expectativas, desejos. E há também relatos de experiências ou entrevistas que servem para confirmar nossas idéias, nossas sínteses, para reforçar o que já conhecemos. Precisamos saber escolher aquilo que melhor atende ao aluno e o traz para uma contemporaneidade.
Há professores que privilegiam a organização questionadora, o questionamento, a superação de modelos e não chegam às sínteses, nem mesmo parciais, provisórias. Vivem no incessante fervilhar de provocações, questionamentos, novos olhares. Nem o sistematizador nem o questionador podem prevalecer no conjunto. É importante equilibrar organização e inovação; sistematização e superação.
 
2. Tecnologias para ajudar na pesquisa
A matéria prima da aprendizagem é a informação organizada, significativa: a informação transformada em conhecimento. A escola pesquisa a informação pronta, já consolidada e a informação em movimento, em transformação, que vai surgindo da interação, de novos fatos, experiências, práticas, contextos. Existem áreas com bastante estabilidade informativa: fatos do passado, que só se modificam diante de alguma nova evidência. E existem áreas, as mais ligadas ao cotidiano, que são altamente susceptíveis de mudança, de novas interpretações.
As tecnologias nos ajudam a encontrar o que está consolidado e a organizar o que está confuso, caótico, disperso. Por isso é tão importante dominar ferramentas de busca da informação e saber interpretar o que se escolhe, adaptá-lo ao contexto pessoal e regional e situar cada informação dentro do universo de referências pessoais.
Muitos se satisfazem com os primeiros resultados de uma pesquisa. Pensam que basta ler para compreender. A pesquisa é um primeiro passo para entender, comparar, escolher, avaliar, contextualizar, aplicar de alguma forma.
Cada vez temos mais informação e não necessariamente mais conhecimento. Quanto mais fácil é achar o que queremos, mais tendemos a acomodar-nos na preguiça dos primeiros resultados, na leitura superficial de alguns tópicos, na dispersão das muitas janelas que abrimos simultaneamente.
Hoje consumimos muita informação Não quer dizer que conheçamos mais e que tenhamos mais sabedoria - que é o conhecimento vivenciado com ética, praticado. Pela educação de qualidade avançamos mais rapidamente da informação para o conhecimento e pela aprendizagem continuada e profunda chegamos à sabedoria.
O foco da aprendizagem é a busca da informação significativa, da pesquisa, o desenvolvimento de projetos e não predominantemente a transmissão de conteúdos específicos. As aulas se estruturam em projetos e em conteúdos. A Internet está se tornando uma mídia fundamental para a pesquisa. O acesso instantâneo a portais de busca, a disponibilização de artigos ordenados por palavras-chave facilitaram em muito o acesso às informações necessárias. Nunca como até agora professores, alunos e todos os cidadãos possuíram a riqueza, variedade e acessibilidade de milhões de páginas WEB de qualquer lugar, a qualquer momento e, em geral, de forma gratuita.
O educador continua sendo importante, não como informador nem como papagaio repetidor de informações prontas, mas como mediador e organizador de processos. O professor é um pesquisador – junto com os alunos – e articulador de aprendizagens ativas, um conselheiro de pessoas diferentes, um avaliador dos resultados. O papel dele é mais nobre, menos repetitivo e mais criativo do que na escola convencional.
Os professores podem ajudar os alunos incentivando-os a saber perguntar, a enfocar questões importantes, a ter critérios na escolha de sites, de avaliação de páginas, a comparar textos com visões diferentes. Os professores podem focar mais a pesquisa do que dar respostas prontas. Podem propor temas interessantes e caminhar dos níveis mais simples de investigação para os mais complexos; das páginas mais coloridas e estimulantes para as mais abstratas; dos vídeos e narrativas impactantes para os contextos mais abrangentes e assim ajudar a desenvolver um pensamento arborescente, com rupturas sucessivas e uma reorganização semântica contínua.
Entre as iniciativas de disponibilização de materiais educacionais para pesquisa destaca-se o Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT) de Chicago, que oferece todo o conteúdo dos seus cursos em várias línguas, facilitando o acesso de centenas de milhares de alunos e professores a materiais avançados e sistematizados, disponíveis on-line http://www.universiabrasil.net/mit
 Alunos, professores, a escola e a comunidade se beneficiam. Atualmente, a maior  parte das teses e dos artigos apresentados em congressos estão publicados na Internet. O estar no virtual não é garantia de qualidade (esse é um problema que dificulta a escolha), mas amplia imensamente as condições de aprender, de acesso, de intercâmbio, de atualização. Tanta informação dá trabalho e nos deixa ansiosos e confusos. Mas é muito melhor do que acontecia antes da Internet, quando só uns poucos privilegiados podiam viajar para o exterior e pesquisar nas grandes bibliotecas especializadas das melhores universidades. Hoje podemos fazer praticamente o mesmo sem sair de casa.
A variedade de informações sobre qualquer assunto, num primeiro momento, fascina, mas, ao mesmo tempo, traz inúmeros novos problemas: O que pesquisar? O que vale a pena acessar? Como avaliar o que tem valor e o que deve ser descartado?. Essa facilidade costuma favorecer a preguiça do aluno, a busca do resultado pronto, fácil, imediato, chegando até à apropriação do texto do outro. Além da facilidade de “copiar e colar”, o aluno costuma ler só algumas frases mais importantes e algumas palavras selecionadas, dificilmente lê um texto completo.
Jakob Nielsen e John Morkes constaram em uma pesquisa que 79 % dos usuários de Internet sempre lêem palavras ou trechos escolhidos, através de títulos atrativos, enquanto somente 16 % se detêm na leitura do texto completo .Na França: 85% dos alunos de ensino fundamental (8ª série) se contentam com os resultados trazidos pelo primeiro site de busca consultados e somente lêem rapidamente os primeiros três resultados trazidos. Isto quer dizer que a maior parte dos alunos procura o que é mais fácil, o imediato e o lê de forma fragmentada, superficial. E quanto mais possibilidades de informação, mais rapidamente tendemos a navegar, a ler pedaços de informação, a passear por muitas telas de forma superficial.
Por isso, é importante que alunos e professores levantem as principais questões relacionadas com a pesquisa: Qual é o objetivo da pesquisa e o nível de profundidade da pesquisa desejado? Quais são as “fontes confiáveis” para obter as informações? Como apresentar as informações pesquisadas e indicar as fontes de pesquisa nas referências bibliográficas? Como avaliar se a pesquisa foi realmente feita ou apenas copiada?
 Umas das formas de analisar a credibilidade do conteúdo da sua pesquisa é verificar se ele está dentro de um portal educacional, no site de uma universidade ou em qualquer outro espaço já reconhecido. E verificar também a autoria do artigo ou da reportagem.
Pensando mais nos usuários jovens e adultos, Nilsen e Morkes propõem algumas características que uma página da WEB precisa apresentar para ser efetivamente lida e pesquisada:

- palavras-chave realçadas (links de hipertexto, tipo de fonte e cor funcionam como realce);
- sub-títulos pertinentes (e não "engraçadinhos");
- listas indexadas;
- uma informação por parágrafo (os usuários provavelmente pularão informações adicionais, caso não sejam atraídos pelas palavras iniciais de um parágrafo);
- estilo de pirâmide invertida, que principia pela conclusão;
- metade do número de palavras (ou menos) do que um texto convencional. A credibilidade é importante para os usuários da WEB, porque nem sempre se sabe quem está por trás das informações nem se a página pode ser digna de confiança. Pode-se aumentar a credibilidade através de gráficos de alta qualidade, de um texto correto e de links de hipertexto apropriados. É importante colocar links que conduzam a outros sites, que comprovem que há pesquisa por trás e que dêem sustentação para que os leitores possam checar as informações dadas.
Os usuários não valorizam as afirmações exageradas e subjetivas (tais como "o mais vendido") tão predominante na WEB hoje em dia. Os leitores preferem dados precisos. Além disso, a credibilidade é afetada quando os usuários conseguem perceber o exagero.
Além do acesso aos grandes portais de busca e de referência na educação, uma das formas mais interessantes de desenvolver pesquisa em grupo na Internet é o webquest
 
Especialista em mudanças na educação presencial e a distância

segunda-feira, 18 de outubro de 2010

Aprendizagem Mediada pela Tecnologia: Um Novo Modelo


O modelo de educação que caracterizará a sociedade da informação e do conhecimento provavelmente não será calcado no ensino, presencial ou remoto: será calcado na aprendizagem. Conseqüentemente, não será um modelo de Ensino a Distância, mas, provavelmente, um modelo de Aprendizagem Mediada pela Tecnologia.
Esse modelo deverá ser centrado no aprendente, em suas necessidades, em seus interesses, em seu estilo e em seu ritmo de aprendizagem. Quem quiser participar desse processo terá que disponibilizar, não cursos convencionais ministrados a distância, mas, sim, ambientes ricos em possibilidades de aprendizagem.
A Internet e a Web, ou seus sucedâneos, certamente terão um papel fundamental nesse processo.
A Internet, especialmente através da Web, caminha rapidamente para se tornar o grande repositório que armazenará todo tipo de informação que for tornada pública no mundo daqui para frente. O modelo, daqui para frente, não será alguns (os ensinantes) transmitindo informações a outros (os aprendentes), mas muitos (estudantes, trabalhadores, qualquer um que precise) vindo em busca de informação em lugares em que sabem que podem encontrá-la (a Web). Em linguagem da Internet, o modelo será muito mais “pull” (busca da informação) do que “push” (entrega da informação).
A tarefa de discutir, analisar, avaliar, e aplicar essa informação a tarefas práticas será realizada, mais e mais, não através da escola, mas através de grupos virtuais de discussão, onde cada um se alterna no papel de ensinante e de aprendente. O que é virtual aqui é o grupo, não a aprendizagem: esta é suficientemente real para satisfazer a maior parte das necessidades de aprendizagem das pessoas.
Se a escola puder se reinventar e tornar-se um ambiente de aprendizagem desse tipo, ela pode sobreviver. Mas a Internet, a Web, correio eletrônico, bate-papos, discussões baseadas em texto (grupos de discussão), videoconferências, etc., precisarão estar no centro dela e se tornar parte de sua rotina. O que aqui é dito da escola aplica-se a escolas de todos os níveis, inclusive às universidades.
Um exemplo de um ambiente de aprendizagem desse tipo é o grupo de discussão EduTec e o site EduTecNet, criados para a discussão do uso de tecnologia na educação. Seu URL é http://www.edutecnet.com.br .

sexta-feira, 15 de outubro de 2010

Parabéns Professor Pelo Seu Dia!!!

O que um Educador deve ter...

Uma memória de elefante,
para tudo se lembrar.
Uma paciência de AnJo,
para todos educar.
Olhos à volta da cabeça,
para tudo poder ver.
Resposta automática,
para a todos responder.
Microfone incorporado,
para tudo registar.
Umas costas bem largas,
para tudo isto aguentar.
Ouvidos com controle de intensidade,
para não ficar com a cabeça atordoada.
E uma voz bem resistente,
para não ter de ficar calada.
Oito braços como um polvo,
para a todos ajudar.
E um coração de criança,
para tudo apreciar.
Um bom filtro nasal,
para aos maus cheiros resistir.
E um enorme bom humor,
para tudo encarar a rir!
Mais 10 dedinhos de fada,
que ajudem a trabalhar…
E umas pernas de atleta,
para os mais pequenos apanhar.
Conhecimentos de informática,
para usar o computador.
E também de medicina,
para aliviar a dor.
Precisa também de ter
muita cultura geral.
E nas áreas científicas,
não poderá dar-se mal…
Biologia, Matemática
e também Meteorologia.
Para além de Físico-química,
também Geografia.
Tem de saber Psicologia,
para lidar com as pessoas.
E dizer, sem magoar,
às vezes coisas menos boas…
Enfim, uma Educadora
à medida da necessidade,
Só feita por encomenda,
não vos parece verdade?

(Rubem Alves)

quinta-feira, 14 de outubro de 2010

CEATEC 2010: A tela sensivel a gestos da Hitachi

CEATEC 2010 — A Hitachi demonstrou em seu stand na feira uma curiosa mesa digital cujas imagens reagem aos gestos dos usuários.

Esse sistema é formado por um projetor montado por baixo da mesa que projeta suas imagens para uma tela semi transparente e o movimento das mã0s são monitorados por um sensor infravermelho e uma câmera montada logo acima da mesa.


Para mim, a grande sacada dessa solução está na simplicidade da sua concepção que dispensa o uso de soluções mais conhecidas como telas LCDs com superfície sensível ao toque, cujo custo pode aumentar — e muito — a medida que a aplicação precise de telas cada vez maiores, o que não ocorre com o uso de um projetor. Vale a pena observar que a projeção de uma tela tão grande à uma distância tão curta só é possivel graças a engenhosa tecnologia da Hitachi que utiliza um espelho de geometria complexa que distorce a imagem de um jeito que ela aparece corrigida na tela de projeção. Essa ilusão de óptica lembra vagamente aqueles anúncios que vemos ao lado das traves do gol nos jogos de jogos de futebol na TV. (Já chegamos a testar um desses projetores aqui no Zumo).

A desvantagem nesse caso é que essa interface não nos pareceu ser muito precisa ao ponto de permitir, por exemplo, escrever algo na tela com o dedo.
De qualquer modo essa solução me parece ser muito interessante para ser usada como terminal de consulta de informações, guia visual ou mesmo como um outdoor interativo onde o usuário poderia interagir com uma peça publicitária.

terça-feira, 12 de outubro de 2010

TECNOLOGIA EDUCACIONAL E OS PROFESSORES

       TECNOLOGIA EDUCACIONAL E OS PROFESSORES
(Esse é o Arthur)

Caros colegas professores e educadores em geral! Esse texto é para todos nós.
Resolvi escrever este texto no qual tentarei fazer uma reflexão sobre o uso dos recursos tecnológicos nas escolas. Clique no Mais informações, para ler todo o artigo.
Não temos como objetivo criticar nem questionar o trabalho de ninguém e sim buscar vislumbrar uma forma possível de fazer uma educação pública de qualidade. Assim sendo, começo dizendo que entendemos como recurso tecnológico todas as ferramentas e equipamentos em geral que pudermos levar para a escola e na sala de aula, para que nos auxiliem a melhorar as nossas aulas e que de alguma forma facilitem a contextualização dos conteúdos que precisamos trabalhar.
Ultimamente estamos sendo cobrados pelos nossos colegas sobre a diferença que a tecnologia deveria fazer na escola. Que os LIEDs estão ociosos, que não passam de mais recursos jogados fora! Dizem, tantos computadores que não estão sendo usados e que custaram caro. Em parte pode ser verdade, mas nem tanto, existem tantos outros equipamentos e ferramentas, que também custaram um bom dinheiro e que nem sequer são usados e nós não percebemos ou nem sequer nos demos conta. Se eu fosse citar, poderia fazer uma boa lista aqui, mas agora isso não seria interessante, ou não vem ao caso, pois, o nosso foco é no uso, não só de computadores, mas, de todos os recursos que dispusermos, sejam novos, modernos, antigos, simples ou complexos. O importante é que nos auxiliem e que tenhamos domínio sobre esses equipamentos ou ferramentas.
Sem sombra de dúvidas, a informática vem adquirindo cada vez mais relevância no cenário educacional, sua utilização como instrumento ou ferramenta de aprendizagem e sua ação no meio social vem aumentando de forma rápida entre nós. Isso nos faz perceber que a educação vem passando por mudanças estruturais e funcionais frente a essas novas tecnologias. Agora, precisamos lembrar que estamos no inicio desse processo de transição de uma educação contemplativa, conservadora, elitizada e admiradora, para uma educação real, que tem com princípio básico a formação do cidadão. Cidadão esse, que não apenas participará da sociedade, mas será capaz de interagir, de se integrar a essa sociedade. Esse é o nosso grande desafio. Porque estou falando isso? Estou falando isso porque as faculdades ainda não estão formando professores para trabalhar com esses princípios e bases. Algumas começam a mudar algumas coisinhas, mais ainda de forma muito tímida. Sendo assim, então somos nós que vamos ter que encarar o desafio e enfrentar essa realidade. E podem ter certeza de que temos coragem e vamos lá!!!
Não basta termos os recursos tecnológicos. Mesmo que toda a tecnologia existente no mundo esteja presente na escola, de nada adiantará se não aprimorarmos as nossas estratégias para que sejamos mais eficazes e consigamos aproveitar e melhorar a nossa comunicação com os nossos alunos, nos tornando bons comunicadores e fazem com que eles também adquiram essa habilidade. Esse domínio das novas tecnologias é muito importante, requer prática, paciência, persistência e o desenvolvimento dessa capacidade ou habilidade de aprender a aprender, de construir conhecimentos ao mesmo tempo em que ensinamos e ainda estar atentos ao que acontece no mundo, sem perder de vista os novos avanços da tecnologia que cresce de forma espantosa (ou maravilhosa) o tempo todo.
Diante dessa nova situação, é importante que o professor possa parar e refletir sobre essa nova realidade. Precisa repensar sua prática (sem medo de inovar, de fazer diferente), ou seja, construir novas formas de ações ou práticas que permitam não só lidar, com essa nova realidade, como também modificá-la, construí-la ou até destruí-la. Para que isso aconteça, o professor tem que ir para o laboratório de informática dar sua aula, precisa pensar em ter o seu próprio computador (notebook), de ele mesmo busca conhecimento e informações. Falando em equipamento, o MEC está preparando o “ARTHUR”, que é uma ferramenta que integra notebook com datashow, tudo em um e que quando fechado se transforma em uma prática maleta para ser carregado. Apesar da aparência robusta, o equipamento é leve, com pouco mais de três quilos. Além do projetor, o computador conta com leitor de CD e DVD, o que facilita a utilização de conteúdos multimídia. Apesar de a maioria dos computadores da rede pública contar com o sistema operacional Linux, o Arthur trabalha bem com documentos criados no Windows, como aqueles da família Office.
Não existe nenhum equipamento ou ferramenta que possa vir a substituir o bom professor em sala de aula. Sem o professor será mais importante. Porém, é muito importante que esse professor se aproprie dos recursos tecnológicos e os leve para a sala de aula, para usá-los no seu dia-a-dia, assim como foi introduzido o primeiro livro, o quadro negro, a televisão e muitos outras na escola e o professor teve de começar a lidar de modo diferente com o conhecimento fazendo que esses recursos se tornassem aliados. Continuaremos a ensinar e a aprender: pela palavra, pelo gesto, pela emoção, pela afetividade, pelos textos lidos e escritos, mas agora também pelo computador, pela informação em tempo real e em janelas que vão se abrindo e se aprofundando até o mais profundo de todos os conhecimentos e das mais diversas informações.
Para que consigamos fazer essa verdadeira revolução, o professor precisa se apropriar dessas tecnologias e recursos. Precisamos mobilizar os professores para que percebam que o computador e que os Laboratórios de Informática Educativa (LIED) deverão se tornar uma prática constante nas suas atividades diárias de ensino-aprendizagem. Não se trata, portanto, de fazer do professor um especialista em Informática, não, claro que não!! O que precisamos, é criar condições ou situações, para que se apropriem e construam essa competência, que lhes dê segurança e domínio para lidar com recursos simples e avançados dos equipamentos e ferramentas.
Não queremos aqui transformar o computador numa espécie de “redentor da educação”, não, longe disso. O que nós acreditamos é que o uso do computador como ferramenta pedagógica do professor pode se tornar um agente de transformação. No entanto, o professor precisa ser capacitado para assumir o papel de facilitador da construção do conhecimento do aluno e não apenas um transmissor de informações. Por isso o professor deve ser constantemente estimulado a modificar sua ação pedagógica de acordo com o contexto e com a clientela de alunos ou da comunidade que atende. O MEC não tem poupado esforços para oferecer essa formação para os professores da rede pública de educação. Vários cursos são oferecidos. No ano passado (2009) tivemos Linux Educacional (40 horas) um curso que tem como objetivo levar o professor a dominar o computador com o sistema operacional Linux e as suas principais ferramentas. Ou outro curso foi TIC: ensinando e aprendendo dos as tics (100 horas). Esse curso prepara o professor para usar os recursos de multimídia, usando o computador e a internet de forma integrada, construindo blog, interagindo em forum e outras ferramentas de interação e comunicação. Esse ano (2010) começou a ser oferecido o PITEC – Projetos Integrados com Tecnologia (40 horas). Um curso que tem como objetivo fazer com que o professor trabalhe com projetos e consiga integrar conteúdos e os recursos tecnológicos.
Em seu texto, Educação e Informática: A Relação Homem/Máquina e a Questão da Cognição, que, diga-se de passagem é muito bom, o autor Jorge R. M. Fróes: (http://edutec.net/Textos/Alia/PROINFO/prf_txtie04.htm) diz: “Os recursos atuais da tecnologia, os novos meios digitais: a multimídia, a Internet, a telemática, trazem novas formas de ler, de escrever, e portanto, de pensar e agir. O simples uso de um editor de textos mostra como alguém pode registrar seu pensamento de forma distinta daquela do texto manuscrito ou mesmo datilografado, provocando no indivíduo uma forma diferente de ler e interpretar o que escreve, forma esta que se associa, ora como causa, ora como conseqüência, a um pensar diferente”.  
Esse mesmo autor no mesmo texto em um outro parágrafo escreve: uma nova forma de possibilitar a construção e elaboração do conhecimento, (diferente das tradicionais, baseadas na teoria ou na experimentação prática), resultante de características próprias das novas tecnologias: a simulação em mundos virtuais de determinados mecanismos e processos, permitindo a reprodução e o controle de processos onde diversos parâmetros podem ser modificados, verificando-se os resultados, discutindo-se e analisando-se as conseqüências dessa variação; a simulação em mundos virtuais problematiza situações, promovendo a invenção criativa.
Compreendemos que isso é primordial, essa possibilidade de simularmos ambientes e diferentes situações, nos dão infinitas possibilidades de vivenciar diferentes experiências e que não podemos deixar de explorar, seja por meio do faz de conta ou pelo uso de computadores com sofisticados ou simples programas com jogos de simulação.
O mesmo autor, e ainda no mesmo texto, nos diz: Finalmente, registre-se que a escola, ainda está aprisionada na cultura da pagus, a cultura da escrita, do texto estático, do conhecimento fragmentado e territorializado, precisa buscar as formas de lançar-se ao referido espaço do saber, caracterizado pela dinâmica interativa do ciberespaço. Este é o desafio do nosso tempo: temos que discutir e analisar com nossos filhos e nossos alunos, a utilização e os efeitos de mudanças que vivemos ao mesmo tempo que eles. Não podemos recorrer a quem as tenha vivenciado antes de nós: falta-nos um referencial crítico anterior... Cabe-nos então construir este referencial para as gerações futuras.
Acreditamos que o uso da informática na educação é inevitável e o uso do computador como instrumento, como ferramenta de trabalho, seja capaz de integrar a grande maioria dos recursos multimídia e de informação, de apoio ás áreas e aos conteúdos, além, da função de preparar os alunos para uma sociedade informatizada e modernizada.
Precisamos pensar em uma sala de aula que seja contextualizada, que não se restrinja as quatro paredes, mas que se expanda pela escola toda, pela comunidade, pela cidade e pelo mundo. Os nossos alunos precisam aprender a falar e falar com desenvoltura, seja numa fala individual ou em público. Agora de nada adianta ensinarmos a falar se não souberem ouvir. É preciso que ensinemos a importância de saber ouvir para que as conversas ou o diálogos tenham sincronia, sejam em duas vias e significativos. Talvez hoje esse seja um dos maiores desafios que temos, pois nossos alunos não sabem ouvir. Por isso a sala de aula tem que se tornar um espaço de muito diálogo entre professor/alunos, aluno/aluno e aluno/professor. A escrita é outro ponto que merece nossa atenção. Um bom escritor sempre é um grande leitor, por isso precisamos ler muito na sala e essas leituras têm que ser significativas e que sejam apropriadas, ou de acordo com idade dos alunos. Não podemos ensiná-los apenas a decodificar os símbolos gráficos de forma mecânica como se fossem uma máquina e sim compreenderem que as palavras, os termos escritos estão carregados de sentidos e significados que variam de um povo para outro, de uma comunidade para outra, de um tempo, de uma cultura. Ensinar que através da leitura e da escrita podemos viajar no espaço e no tempo, romper todas as fronteiras e barreiras. A habilidade de somar, multiplicar, dividir e calcular é muito importante, ou seja, não basta decodificar os números, precisamos desenvolver a capacidade de fazermos cálculos de forma racional e não apenas memorizado ou decorado. Um cidadão hoje para ser capaz de exercer a sua cidadania, precisa ter a capacidade de interagir na sociedade. Essa sociedade exige que sejamos capazes de falar, de escrever, de ler, de calcular e de compreender as diferentes formas estabelecidas de relação nessa sociedade.
Fredric M. Litto, em seu texto REPENSANDO A EDUCAÇÃO EM FUNÇÃO DE MUDANÇAS SOCIAIS E TECNOLÓGICAS E O ADVENTO DE NOVAS FORMAS DE COMUNICAÇÃO, diz: "A sociedade mudou muito nas últimas décadas, mas a educação formal continua essencialmente inalterada: continuamos a confundir um amontoado de fatos com o conhecimento (veja o vestibular brasileiro); a ignorar os estilos individuais de aprendizagem de cada aluno; a exigir uso apenas de memorização e não de capacitações cognitivas de alta ordem como interpretação, julgamento e decisão; a exigir "respostas corretas", quando o que é realmente importante é saber achar a informação necessária, na hora certa para tomar uma decisão e saber fazer as perguntas certas. O meu grande pesadelo dos últimos tempos é ver um Brasil daqui a vinte anos, com milhões de trabalhadores sentados diante de computadores ligados a redes internacionais, e por não terem aprendido a fazer as perguntas certas, levam dez vezes mais tempo do que o necessário para achar a informação exigida. O país suportará este custo? Aguentaremos a concorrência?”
A Escola Ideal é uma escola onde a aprendizagem ocorre com o uso do computador e não a partir do uso do computador. O que um professor pode fazer se tiver apenas um computador (PC ou notobook) na sua sala de aula? Ele pode gerenciar a papelada administrativa da classe; fazer apresentações animadas; conduzir discussões entre os alunos; gerenciar as atividades de aprendizagem cooperativa dinâmica; inspirar a auto-descoberta no aluno que lhe ilumina. Mas para alcançar este sucesso, é necessário que a tecnologia apóie o controle do professor na sala de aula (o seu uso não pode tornar o trabalho do professor mais difícil), oferece flexibilidade pedagógica (a tecnologia deve apoiar as várias formas que um professor usa para ensinar) e estar acessível (o professor tem que ter acesso à tecnologia dentro e fora da sala de aula).
Já conseguimos perceber que na introdução da tecnologia ou novos recursos nova na escola tem algumas etapas a serem vencidas. No primeiro momento temos um momento de Conforto (período durante o qual se adquire o equipamento. No segundo momento um uso desconexo (quando o computador fica num canto, como uma coisa extra, a ser usada quando as outras tarefas acadêmicas tiveram sido terminadas). Em um terceiro momento virá o uso coordenado (em que se toma decisões em relação ao porque usar o computador). Finalmente no quarto momento o uso transparente (quando não é mais um caso de uso de tecnologia só pelo valor tecnológico em si, mas como suporte para uma estratégia pedagógica). Com base nesses momentos ou períodos, pensamos que existem algumas perguntas que cada escola deve fazer. 1 - O que é que queremos que os nossos alunos aprendam a fazer? 2 - Quais os métodos que posso usar para ajudá-los alcançar estas metas? Ao tentar responder a estas perguntas é importante refletir sobre os conselhos dados por Neil Postman no seu excelente estudo  Technopoly: The Surrender of Culture to Technology (New York: Vintage Books, 1993; Tecnopolia, São Paulo: Nobel, 1994), onde ele descreve a sociedade moderna como um exemplo de "tecnopolia", ou a sociedade que sacrificou valores culturais à tecnologia. Tal sociedade, ele argumenta, a da utilização da tecnologia pelos os educadores, poderá gerar novas possibilidades de sua utilização educacional.
Vamos ver o que dizem alguns educadores sobre os propósitos da educação. Postman, nos lembra, que os grandes pensadores do passado acreditaram que havia uma idéia social, política ou espiritual transcendente que tinha que ser alcançada por meio da educação. Confúcio acreditava que na tradição se encontra a melhor esperança para a ordem social. Já, Platão, pregava que a educação era capaz de produzir filósofos maravilhosos. Cícero sugeriu que a educação deveria livrar o aluno da tirania do presente, do momento em que ele está vivendo. Jefferson diz que a função da educação é de ensinar aos jovens como proteger as suas liberdades. O escritor francês, Rosseau queria que a educação liberasse os jovens dos constrangimentos não-naturais de uma ordem social malévola e arbitrária. Um outro pensador chamado Dewey, afirmava que a educação deveria ajudar o aluno para que fosse capaz de viver numa sociedade sem certeza, num mundo de mudanças constantes e de ambiguidades que confundem. Segundo Postman, o currículo das escolas no mundo atual, é o ideal do tecnocrata, planejado para preparar a pessoa que tem apenas "habilidades", uma pessoa sem compromisso, sem ponto de vista, sem uma postura moral, social ou intelectual, mas com muitas habilidades vendáveis no mercado; isto, ele alega, não é um currículo, não é um "programa" de estudos, mas meramente uma coletânea de matérias.
A escola precisa dar ao aluno um sentido de coerência nos seus estudos, um sentido de propósito, de significação, um sentido de interconexão naquilo que aprende, para levar o aluno a reconhecer a capacidade e criatividade da humanidade em ter conquistado a solidão, a ignorância e a desordem. Falamos em ter conquistado, pois, após as conquistas fez as transformações e mudanças. Juntando arte e ciência, o passado e o presente, o currículo escolar deve ser visto como uma celebração da inteligência e criatividade humana e não simplesmente uma coleção, sem sentido, de pré-requisitos de cursos. Uma educação para a atualidade, diz Postman, é a que enfatiza o modo científico de pensamento, o uso disciplinado da linguagem, da história (a continuidade do "empreendimento humano") e um amplo conhecimento das artes e da religião (comparando como povos diferentes em épocas diferentes tentaram alcançar um sentido de transcendência).
Acredito que essas idéias nós levam, inevitavelmente, a uma das questões que considero fundamentais para o melhoramento da aprendizagem no Brasil. Navegar livremente na Internet, como uma aranha atravessando sua teia é, sem dúvida, uma das sensações mais delirantes para o jovem brasileiro. A estrutura de hipertexto na internet é um poderoso engenho de busca de informação, permitindo que o usuário siga sua intuição, utilizando sua própria configuração de inteligência e curiosidade para buscar locais com informação nova e interessante. Informações textual, imagética e sonora, vindas de todos os cantos do mundo, sobre todos os assuntos imagináveis e disponibilizadas de forma a permitir navegação em várias dimensões (passado/ presente/ futuro, superficial/ regular/ profunda, atualizadíssima/ corrente/ tradicional), estão à disposição do jovem brasileiro sem filtragem ideológica, sem censura. Enquanto os jovens norteamericanos e malásios enfrentam forças sociais obcecadas em "proteger" seus adolescentes contra palavrões e obscenidades, a juventude brasileira vive numa sociedade que reconhece nos palavrões e obscenidades infantilismos passageiros que é melhor ignorar e deixar que sejam superados pelos jovens.
Fazer viagens pela rede, pode ser uma ótima preparação para o futuro, amadurecendo o navegante jovem que aprende rapidamente esticar a sua imaginação, queimar etapas na busca de informação necessitada, distinguir informação séria de coisas frívolas e imaturas, e respeitar a etiqueta apropriada para internautas. Além disso, é uma ótima viagem para o ego, dando um sentimento de poder grande a quem domina as técnicas de navegação, um senso de superioridade sobre quem não sabe navegar ou sobre quem ainda não tem acesso à rede. O perigo aqui é o ou orgulho excessivo, que os gregos da antiguidade chamavam de hubris. Num país como o nosso, com grandes injustiças sociais nos cercando, cabe a quem desfruta de poder trocar uma boa parte do seu orgulho pela modéstia e pela ajuda àqueles que ainda não tiveram a sensação delirante de conhecer bem a rede. O verdadeiro navegador da internet ou do ciberespaço deve ser conhecido tanto pela sua generosidade e modéstia quanto pela sua competência tecnológica.
Vamos concluir esse texto fazendo um possível paralelo ou conceituação entre o antigo paradigma da educação e o novo paradigma. Na concepção tradicional de Educação (antigo paradigma), a escola parece ser um mundo surreal, ou seja, o aluno vem até essa escola (que está num mundo fora da comunidade) com a cabeça essencialmente vazia (tábula rasa) e cabe à escola nela colocar um conjunto de conhecimentos atuais e habilidades intelectuais, testando periodicamente a aquisição destes conhecimentos através de provas e exames. As habilidades intelectuais mais valorizadas são a linguística (capacidade de ler, compreender e escrever textos) e a lógica-matemática (capacidade de processar informação quantitativa), porque essas são aquelas necessárias para empregos na indústria e comércio, para onde a maior parte dos alunos são destinados, na Era Industrial. Embora dificilmente reconhecida como tal, segundo o antigo paradigma, a idéia orientadora é "moldar" os alunos para o mundo fabril que os espera, usando técnicas produtivas similares à linha de montagem: salas de aula isoladas umas das outras e limitadas em recursos; mesas e cadeiras dispostas em filas; o professor desempenhando a função de dono e entregador principal do conhecimento; a apresentação de informação limitada ao uso de livros-texto, do quadro-negro e quase sempre de forma linear e sequencial. Neste cenário, o papel ativo era exercido pelo professor; o aluno é um elemento passivo, um mero receptor dos pacotes de informações preparados pelo sistema educacional. Memorização de informação é a pedra fundamental neste paradigma; respostas corretas às perguntas dos exames, isto é, conformidade a um determinado modelo do mundo é o esperado de cada aluno. Há poucas oportunidades para a simulação de eventos naturais ou imaginários, tanto para aumentar a compreensão de conceitos complexos quanto para estimular a imaginação. O currículo educacional é visto através de uma filosofia de separação: o conhecimento humano é dividido em classificações estanques (matemática, geografia, história, literatura, português, língua estrangeira, biologia, física, química, etc.) sem a mais remota possibilidade de verem possíveis interelacionamentos entre elas. E, finalmente, o aluno que consegue terminar este tipo de estudo é considerado (formado), pronto para o mercado de trabalho e sem necessidade de estudos posteriores. Mas quando vem para o mundo real essa formação pode cair por terra.
Esse antigo paradigma educacional tornou-se incapaz de lidar com as constantes mudanças ocorridas na sociedade nos últimos vinte ou trinta anos. O aumento do volume de informações de todos os tipos disponíveis para o cidadão comum, e em especial para profissionais que têm como parte do seu trabalho diário a tarefa de tomar decisões; o aumento da complexidade em todos os setores da vida profissional e pessoal; a dificuldade em lidar com sistemas com maior ou menor grau de integração e a necessidade de fazer relacionamentos novos entre campos de conhecimento antes isolados; o estabelecimento de novos padrões de comportamento social, caracterizados por valores alternativos, com a promoção da individualidade e conseqüente aceitação democrática de preferências individuais; a migração, por parte de uma camada cada vez maior de trabalhadores e profissionais, de empregos regulares para trabalhos realizados em casa, ou através de contratos de curta duração como free lancer; o crescimento da necessidade de formação e capacitação constante de trabalhadores e profissionais devido à quantidade de nova informação disponível em novos formatos e com novas formas de acesso.
O novo paradigma educacional, hoje em desenvolvimento, sugere que a escola tem que ser, antes de tudo, um ambiente "inteligente", especialmente criado para a aprendizagem. Precisa ser um lugar rico em recursos por ser um local privilegiado. Um lugar onde os alunos podem construir os seus conhecimentos segundo os estilos individuais de aprendizagem que caracterizam cada um. Um lugar onde em vez de filas de mesas e cadeiras ou carteiras, há mesas para trabalhos em grupo, sofás e poltronas confortáveis para leituras, computadores para a realização de tarefas acadêmicas e para comunicações digitais locais e com o mundo. Tem um ponto de rede em cada sala para permitir a interconexão com outras escolas por computador e videofones e que além de oferecer atividades pedagogicamente inovadoras permita a comunicação por voz entre o professor e os pais dos alunos. Uma escola onde a avaliação é feita constantemente e serenamente na carreira do aluno, e a ênfase é colocada não na memorização de fatos ou na repetição de respostas (corretas), mas, na capacidade do aluno pensar e se expressar claramente, solucionar problemas e tomar decisões adequadamente. Essa escola tem um currículo que reconhece o valor de outras formas de inteligência, além da lingüistica e da lógica-matemática, esse currículo oferece uma visão holística do conhecimento.
Bom, é isso ai!! Meus agradecimentos a todos aqueles que colaboraram comigo na redação desse texto, contribuindo com idéias  e com insentivos. Coragem a todos nós e vamos lá!!!
Autor: Vitorio Helatczuk
Montagem: Vitorio
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