sexta-feira, 31 de dezembro de 2010

A todos meus amigos, seguidores e visitantes desejo um

Feliz Ano Novo!
Que nesse ano possamos sonhar,
E acreditar, de coração, que podemos realizar cada um de nossos sonhos,
Que esses sonhos possam ser compartilhados pelo bem,
E que eles tenham força de transformar velhos inimigos em novos amigos verdadeiros,
Que nesse ano possamos abraçar,
E repartir calor e carinho,
Que isso não seja um ato de um momento,
Mas a história de uma vida.
Que nesse ano possamos beijar,
E com os olhos fechados, tocar o sabor da alma,
Que tenhamos tempo para sentir toda a beleza da vida,
E que saibamos senti-la em cada coisa simples,
Que nesse ano possamos sorrir,
E contagiar a todos com uma alegria verdadeira,
Que não sejam necessárias grandes justificativas para nosso sorriso,
Apenas a brisa do viver,
Que nesse ano possamos cantar,
E dizer coisas da vida,
Que não sejam apenas músicas e letras,
Mas que sejam canções e sentimentos,
Que nesse ano possamos agradecer,
E expressar a Deus e a todos: “Muito Obrigado!”,
Que nesse “todos” não sejam incluídos apenas os amigos,
Mas também aqueles que, nos colocando dificuldades, nos deram oportunidades de sermos melhores.
E assim começamos mais um Ano Novo,
Um dia que nasce, um primeiro passo, um longo caminho,
Um desafio, uma oportunidade e um pensamento:
“Que nesse ano sejamos, Todos, Muito Felizes!”

sexta-feira, 10 de dezembro de 2010

NOVAS TECNOLOGIAS


O campo da educação está muito pressionado por mudanças, percebe-se que a educação é o caminho fundamental para transformar a sociedade. Uma das áreas prioritárias de investimento é a implantação de tecnologias telemáticas de alta velocidade, para conectar alunos, professores e a administração. O objetivo é ter cada classe conectada à Internet e cada aluno com um notebook.

uma preocupação com ensino de qualidade. Nosso desafio maior é caminhar para um ensino e uma educação de qualidade, que integre todas as dimensões do ser humano. Para isso precisamos de pessoas que façam essa integração em si mesmas no que concerne aos aspectos sensorial, intelectual, emocional, ético e tecnológico, que transitem de forma fácil entre o pessoal e o social, que expressem nas suas palavras e ações que estão sempre evoluindo, mudando, avançando.

Na sociedade atual, em virtude de rapidez com que temos que enfrentar situações diferentes à cada momento, cada vez utilizamos mais procedimento multimídio. Por sua vez, os meios de comunicação, principalmente a televisão, utilizam a narrativa com várias linguagens superpostas, que nos acostuma, desde pequenos, a valorizar essa forma de lidar com a informação, atraente, rápida, sintética, o que traz consequências para a capacidade de compreender temas mais abstratos de longa duração e de menos envolvimento sensorial.

As crianças e os jovens estão totalmente sintonizados com a multimídia e quando lidam com texto fazem-no facilmente com o texto conectado através de links, de palavras-chave, o hipertexto. As pessoas não permanecem passivas, elas interagem de alguma forma.

Por isso o livro se torna uma opção inicial menos atraente; está competindo com outras mais próximas da sensibilidade deles, das suas formas mais imediatas de compreensão.


Tornamo-nos cada vez mais dependentes do sensorial. Muitos se deixam seduzir pelo atrativo de poder tocar, sentir, ver, ouvir. Tanto o que está ligado a múltiplos estímulos sensoriais como o que caminha em ritmos mais lentos, que exige pesquisa mais detalhada, e tem de passar por decantação, revisão, reformulação.






O professor, com o acesso a tecnologia telemáticas, pode se tornar um orientador/gestor setorial do processo de aprendizagem, integrando de forma equilibrada a orientação intelectual, a emocional e a gerencial. O professor é u pesquisador em serviço. Aprende com a práticae a pesquisae ensina a partir do que aprende. Realiza-se aprendendo-pesquisando-ensinando-aprendendo. O seu papel é fundamentalmente o de um orientador/mediador.


SÍNTESE DO TEXTO: Novas tecnologias e mediação pedagógica - Marcos Tarcísio Masetto, Marília Behrens e José manuel Moran.

segunda-feira, 29 de novembro de 2010

quinta-feira, 25 de novembro de 2010

Educação e Tecnologia: uma aliança necessária


“Estamos diante de uma bela demonstração de que a modernização da educação é séria demais para ser tratada somente por técnicos. É um caminho interdisciplinar e a aliança da tecnologia com o humanismo é indispensável para criar uma real transformação. (...) Em síntese, só terá sentido a incorporação de tecnologia na educação como na escola, se forem mantidos os princípios universais que regem a busca do processo de humanização, característico caminho feito pelo homem até então”. (RENATO, Eduardo José. Informática e educação, 1997,05).

“A importância da reforma dos sistemas educativos é apontada pelas organizações internacionais como uma prioridade na preparação dos cidadãos para essa sociedade pós-moderna. Não é à toa que a introdução das novas tecnologias digitais na educação apresentou mudanças para a dinâmica social, cultural e tecnológica.”


Entendidas por especialistas e educadores como ferramentas essenciais e indispensáveis na era da comunicação, as novas tecnologias ganham espaço efetivo nas salas de aula. Computadores ligados à internet, software de criação de sites, televisão a cabo, sistema de rádio e jogos eletrônicos. Estas são algumas das possibilidades existentes e que podem ser aproveitadas no ambiente escolar como instrumentos facilitadores do aprendizado.

Entretanto, apesar de muitas escolas possuírem estas tecnologias, as mesmas não são utilizadas como deveriam, ficando muitas vezes trancadas em salas isoladas e longe do manuseio de alunos e professores. Existem, segundo estudos recentes, professores e escolas que não conseguem interligar estes instrumentos às atividades regulares.

De acordo com o pedagogo Arnaud Soares de Lima Júnior, “o acesso às redes digitais de comunicação e informação é importante para o funcionamento e o desenvolvimento de qualquer instituição social, especialmente para a educação que lida diretamente com a formação humana”.

No entanto, ele ressalta que os modos de viver e de pensar a organização da vida estão em crise. Está em curso uma mudança qualitativa em virtude da rápida transmissão de informações entre as sociedades, rompendo com isso as barreiras geográficas dos países.

“Por isso, cabe à educação uma parcela de responsabilidade tanto na compreensão crítica do(s) significado(s) desta transformação, quanto na formação dos indivíduos e grupos sociais. Estes devem assumir com responsabilidade a condução social de tal virada, provocada, entre outros fatores, pela revolução nas dinâmicas sociais de comunicação e de processamento de informação”, analisa Arnaud.

Modernização - Neste cenário, a importância da reforma dos sistemas educativos é apontada pelas organizações internacionais como uma prioridade na preparação dos cidadãos para essa sociedade pós-moderna.

Não é à toa que a introdução das novas tecnologias digitais na educação apresentou mudanças para a dinâmica social, cultural e tecnológica. Modelos pedagógicos foram quebrados, tornando-se desatualizados frente aos novos meios de armazenamento e difusão da informação. Neste momento mudam também os conteúdos, os valores, as competências, as performances e as habilidades tidas socialmente como fundamentais para a formação humana.

Apesar de tentar responder a estas questões imediatas, muitos educadores salientam que a inserção, no contexto educacional, destas tecnologias ainda é encarada como uma articulação problemática.

“Esta parceria entre educação e tecnologia é muito difícil de ser efetivada. No que se refere às tecnologias digitais, principalmente, os professores têm dificuldades de interação. Eles já até admitem utilizar o computador e a internet para preparar as suas aulas, mas não conseguem ainda utilizar as mesmas nas suas atividades em sala de aula, como instrumento pedagógico”, observa a pedagoga Lynn Alves.

Para Lynn, o uso da tecnologia não deve se restringir a mera utilização ilustrativa ou instrumental da tecnologia na sala de aula. Exemplo disso, segundo a pedagoga são as aulas de informática de colégios particulares e públicos, que assumem apenas o papel de ensinar o uso dos programas.

“O jovem já sabe disso, ninguém precisa ensiná-lo. Por este motivo, estas aulas acabam se tornando um espaço de “desprazer”, porque os estudantes querem utilizar a tecnologia para criar, re-significar, construir e intercambiar saberes. Infelizmente, este potencial todo a escola ainda despreza”, frisa Lynn.

Internet e Educação

“A Internet é muito mais que um mero instrumento. Além de um dispositivo, ela representa um modo diferente de efetivar a comunicação e o processamento social da informação”. Esta observação é feita por Arnaud Soares Júnior, professor do mestrado em educação e tecnologia da Universidade Estadual da Bahia e autor do livro “Tecnologias Inteligentes e Educação: currículo hipertextual”.

De acordo com o educador, neste panorama de efetiva transformação, o uso da Internet não representa grande desafio para que os professores aprendam a sua utilização, porque suas funções mais sofisticadas são acionadas até mesmo por intuição. Isso por causa da expressão “interface amigável”, que viabiliza o manuseio rápido e fácil.

“Para acessar a Internet não se requer nenhum grau mais elevado de operação mental. Mas, discriminar suas características tecnológicas, sua lógica de funcionamento, e sua natureza comunicativa e informacional, de modo crítico, criativo e politicamente engajado, requer um processo de formação mais abrangente e conseqüente. Tal não poderá ser feito, por exemplo, pelos cursos relâmpagos de informática, nem pelos treinamentos em informática básica”, analisa o professor.

Já no que diz respeito a utilizar a internet como meio para atrair a atenção dos estudantes, Arnaud salienta que não basta prender a atenção dos estudantes com a tecnologia, porque isto já acontece naturalmente, em virtude das Tecnologias da Informação e Comunicação (TICs) exercerem fascínio nas novas gerações.

“A questão mais importante é como garantir uma educação de qualidade com a utilização das TICs e como definir sua utilização mais pertinente em cada contexto de formação. Para tanto devem ser consideradas as condições e as necessidades inerentes a cada contexto, além das novas tensões sociais que aí se refletem em função do crescente processo de globalização”, explica Arnaud Soares.

Para finalizar, o pedagogo menciona que diferente do que muitas pessoas acreditam, a Internet não é só uma rede meramente técnica e digital. “A Internet dever vista pelos educadores como uma rede de comunicação, de cultura, de socialização e sociabilidade. Ela está relacionada aos interesses políticos e mercadológicos, além de sua dinâmica estar submetida aos efeitos dos desejos e de representações sociais”, conclui Arnaud.


Jogos eletrônicos: ferramenta importante na aquisição do saber

“A presença dos elementos tecnológicos na sociedade vem transformando o modo dos indivíduos se comunicarem, se relacionarem e construírem conhecimentos. Somos hoje praticamente vividos pelas novas tecnologias”.

A partir desta reflexão, Lynn Alves, professora do mestrado em educação e contemporaneidade da Uneb e autora do livro: “Game Over: Jogos Eletrônicos e Violência”, demonstra a importância da tecnologia, em especial os jogos eletrônicos na vida dos jovens contemporâneos.

Encarada por muitos como nocivo e prejudicial ao desenvolvimento cognitivo dos jovens, os jogos eletrônicos vêm ganhando espaço entre vários estudos e demonstram que podem ser mais um instrumento pedagógico no ambiente escolar. Esta reflexão partir da concepção que existe hoje uma geração submerso no mundo da tecnologia, que tem acesso seja através da televisão ou dos vídeos-game ou das LAN house.

De acordo com estes estudos, os sujeitos nascidos na pós-modernidade estão imersos em um mundo altamente tecnológico. Esta geração é defendida pelos estudiosos como os “nativos digitais” ou “geração mídia”. Uma categoria que vem sendo largamente discutida na atualidade.

Com a utilização de alguns jogos eletrônicos, a exemplo do Simcity, Civilizations e RPG, “os professores podem trabalhar o aprendizado em geografia, história, porque nesse jogo desafia os estudantes a administrar recursos, criar cidades, enfrentar catástrofes, fazer escolhas, planejar, entre outras coisas”, comenta a educadora Lynn.

Nesta perspectiva, e através do jogo eletrônico, os estudantes são estimulados a saber quais as consequências de colocar uma escola perto de uma fábrica poluente, além de verificarem quais os problemas sociais ou de saúde as ações realizadas durante o jogo podem causar.

De acordo com Lynn, até mesmo nos jogos violentos, tanto crítica por inúmeros pais, podem servir de fonte de aprendizado e estímulo entre o público jovem. “Você pode trabalhar a questão cognitiva, pois estes jogos exigem uma habilidade sensorial e motora muito grande, tomada de decisão e planejamento estratégico”, conclui Lynn.
Juracy dos Anjos · Salvador, BA
Créditos: Robson Garcia Freitas http://nteitaperuna.blogspot.com

quinta-feira, 11 de novembro de 2010

quarta-feira, 10 de novembro de 2010

Tecnologias educacionais para quem precisa se incluir

Fonte: http://www.slideshare.net/eliss/tecnologias-educacionais-para-quem-precisa-se-incluir
Elisângela Zampieri Panisson (Curitibanos - SC)

terça-feira, 9 de novembro de 2010

INOVAR NA EDUCAÇÃO É POSSÍVEL?

Fonte:https://docs.google.com/present/edit?id=0AQEZ474eGIddZGQ4ejd4djhfMTk5Y2t0NjVyY3Q&hl=en&ncl=true&pli=1
Robson Garcia Freire (Itaperuna - RJ)

sexta-feira, 5 de novembro de 2010

Uso de meios digitais na educação pode melhorar aprendizagem

A inclusão de recursos digitais em salas de aula ajuda a aumentar a comunicação entre estudantes  e professores. Projetos desenvolvidos por meio de blogs e aulas interativas incentivam a maior participação dos alunos nas atividades escolares e proporcionam benefícios na aprendizagem. “Os alunos praticamente já nascem sabendo usar computadores e nada mais natural e importante do que os professores passarem a usar os recursos digitais para melhorar o aproveitamento da disciplina”, afirma a professora Lina Maria Braga Mendes.

O pouco uso de meios digitais na educação foi um dos motivos que fizeram com que Lina iniciasse sua pesquisa de mestrado na Faculdade de Educação (FE) da USP, Experiências de fronteira: os meios digitais em sala de aula, sob orientação daprofessora Mary Julia Martins Dietzsch. “A utilização de mídias digitais poderia começar a partir do primeiro ano do ensino fundamental. Desde muito cedo as crianças  têm contato com computadores em casa”, ressalta a pesquisadora.

Suas experiências começaram por meio da implementação de blogs em projetos desenvolvidos com turmas de ensino fundamental de um colégio particular de São Paulo. “Há vários tipos de trabalho que o professor pode desenvolver com blogs. Podemos criar um blog de disciplina, em que o professor e alguns alunos teriam acesso à edição, há também o blog do professor, no qual só ele entra para publicar textos interessantes relacionados ao assunto da aula, além de manter contato com o aluno fora da sala, e ainda o blog de aluno, em que os estudantes publicam os trabalhos que realizam e o professor entra com comentários”, explica Lina.

Entre os principais benefícios dos meios digitais nas escolas estão o aumento do diálogo entre professores e alunos e a ampliação do espaço da sala de aula, já que o contato passa a ser também fora do horário escolar. Além disso, os recursos disponíveis nos computadores e na internet fazem com que os estudantes tenham mais prazer em assistir às aulas e interajam de modo mais efetivo.

“Quando saímos da sala de aula, que muitas vezes conta apenas com o giz e a lousa, e vamos para o computador já temos inicialmente o recurso da imagem e do movimento. É possível usar vídeo, áudio, fotografia e outros recursos para mostrar mais detalhes e curiosidades sobre o assunto estudado. Isso faz com que os alunos prestem mais atenção nas aulas e saiam do espaço imaginário, intangível, representado por um mapa de um livro, e adentrem o espaço real, visível no Google Earth, por exemplo”, explica a pesquisadora.

Barreira da linguagem
Apesar de os alunos terem crescido em frente aos computadores, Lina afirma que muitos têm dificuldades com a linguagem do mundo digital. “A experiência que tivemos com a leitura de adaptações literárias para a internet, por exemplo, foi um pouco complicada, pois os alunos – apesar de passarem horas a fio todos os dias na rede – não conhecem a linguagem do meio em que navegam e alguns acabaram não compreendendo sequer o enredo da obra”, diz.

Um ponto positivo do uso de meios digitais nas salas de aulas é mostrar aos estudantes as diferenças existentes em cada uma das linguagens que utilizamos. Segundo a pesquisadora, “a linguagem de um livro impresso é diferente daquela usada em um vídeo, por exemplo. Do mesmo modo, não podemos confundir o que é feito para o meio digital com o que se destina à publicação em papel. Muitas pessoas afirmam categoricamente que a linguagem de internet, com suas abreviações e símbolos, atrapalha a escrita, mas é preciso perceber que ela é apenas uma outra linguagem, destinada, portanto, a outras situações de uso que não as que acontecem na sala de aula. O aluno deve entender isso e utilizá-la apenas naquele meio.”

Dificuldades para professores
A iniciativa de usar blogs e outros recursos dos meios digitais na educação também tem seus entraves. Um deles é a dificuldade que o professor tem tanto em sua atualização quanto na disponibilidade de tempo. “Muitos professores ainda têm dificuldades em usar recursos básicos do computador, como Word e o Power Point. São recursos que poderiam ajudá-lo a criar uma aula diferente e a trazer novas informações”, garante Lina.

Tendo como pressuposto que todo o professor tem acesso a um computador, a pesquisadora salienta que outro problema para a implementação de aulas que utilizam os recursos digitais é a falta de remuneração para desenvolver projetos como esses. “Por mais que o professor queira levar meios digitais para as salas de aula, ele esbarra no problema do tempo gasto fora do horário escolar. A manutenção de um blog, por exemplo, demanda tempo de pesquisa, produção e criação de atividades, e não há incentivo financeiro ou um horário remunerado para essa prática”, explica.

Para a pesquisadora, mesmo sendo difícil a utilização dos meios digitais na educação é necessário que os professores fiquem atentos a esses novos recursos e aos benefícios que trazem ao aprendizado dos alunos. “O professor que dá aulas do mesmo jeito que teve aulas quando criança ou adolescente comete o erro grave de esquecer que é de outra geração”, alerta.

Mais informações: email linamendes@usp.brEste endereço de e-mail está protegido contra spambots. Você deve habilitar o JavaScript para visualizá-lo. , ou blog http://fornodeletras.blogspot.com, com a pesquisadora Lina Maria Braga Mendes

terça-feira, 2 de novembro de 2010

Informática Educativa no Brasil


 Educação é considerada como o setor mais importante para a construção de uma modernidade aceitável própria, capaz de articular o avanço cientifico e tecnológico com o patrimônio cultural da sociedade e promover as interações necessárias, a educação foi considerada pelo regime militar como a alavanca da informatização de nossa sociedade, condição imprescindível para o ingresso do País no mundo desenvolvido.
O Educom representou a primeira ação oficial, concreta, de levar computadores às escolas públicas brasileiras e seu objetivo principal foi estimular o desenvolvimento da pesquisa multidisciplinar voltada para a aplicação das tecnologias de informática no processo de ensino-aprendizagem. Objetivo era propiciar a implantação de infra-estrutura de suporte para ações e iniciativas no setor, em secretarias estaduais de educação. No âmbito deste programa, foi lançado o 1° Concurso Nacional de Software Educativo.
Centros de Informática Educativa das Secretarias Estaduais de Educação, os CIEd, constituíram-se em centros irradiadores e multiplicadores da tecnologia da informática para as escolas públicas brasileiras, os principais responsáveis pela preparação de uma significativa parcela da sociedade brasileira rumo a uma nova era da informatização.
Em abril de 1997, com a evolução das iniciativas e do interesse pelo campo da Informática Educativa, o MEC lançou o Programa Nacional de Informática Educativa, o Proinfo. Tal programa, que atualmente é o principal vetor da iniciativa governamental no setor, tem como meta capacitar recursos humanos em 200 Núcleos de Tecnologia Educativa a serem instalados em todo o Brasil e instalar 100 mil computadores em pelo menos 6.000 escolas da rede pública.

O computador na educação possibilita que sejam explorados alguns recursos/meios, como os que seguem a baixo:
O SOFTWARE EDUCATIVO - tem a finalidade de permear o processo de construção de conhecimentos. O software educativo integra recursos de som, imagem e tratamento de informações para dinamizar a interface entre um indivíduo e um conhecimento qualquer. Dentre os softwares educativos existentes, há simuladores, jogos, tutoriais, sistemas especialistas e outros.
A INTERNET - A Internet é uma rede mundial de comunicação via computadores, antes intitulada Arpanet, desenvolveu-se rapidamente. Em 1989, a criação do protocolo www (World Wíde Web) permitiu o desenvolvimento de interfaces (sites) integrando textos, imagens, sons e ligações (línks) com outras interfaces. Somente a partir de 1993, a Internet realmente popularizou-se no mundo. No contexto educacional, a Internet oferece um grande número de possibilidades de uso, especialmente no campo da educação à distância.
O acesso ao computador, oferece a oportunidade de se utilizar a Internet como meio de ensino e de aprendizagem10, na medida em que se pode "visitar" sites de laboratórios, de centros de pesquisa, de museus, de universidades, de pesquisadores, além de permitir o contato com pessoas em qualquer parte do planeta.
PACOTES INTERADOS - Os pacotes integrados não têm finalidade educacional, mas podem ser explorados pedagogicamente. Em geral, tais pacotes são constituídos por um aplicativo de tratamento de texto, uma planilha eletrônica, um gerenciador de bancos de dados e um dispositivo de apresentação multimídia.

REFLEXÃO DO TEXTO: Educação, informática e professores – Eloísa Maia Vidal, José Bessa Maia, Gilberto Lacerda Santos.

sábado, 30 de outubro de 2010

Bom Professor

Com a chegada do terceiro milênio, práticas educativas mais firmes, autoritárias e duras foram deixadas para trás, levando para a sala de aula liberdade de expressão, de pensamento e abrindo espaços para o diálogo, tanto entre alunos como entre alunos e professores.

O conhecimento não é mais tido como algo pronto e acabado, dentro de um determinado conteúdo, nem tampouco imposto pelo professor e tendo que ser engolido pelos alunos. Pelo contrário, conhecimento hoje é a troca de informações, pois, no âmbito escolar, aprender é compartilhar os saberes que cada sujeito carrega consigo, das experiências anteriormente vividas.

Além disso, o professor deve ser aquele que estimula a curiosidade, é questionador – não para humilhar o aluno e mostrar que ele é o detentor do saber, mas para dar condições de o aluno refletir sobre os temas abordados na sala de aula, levando-o às suas próprias descobertas.

Alguns aspectos devem ser considerados para se avaliar o desempenho do professor e se sua prática cotidiana tem plantado sementes para que seus alunos colham bons frutos mais tarde.

A princípio, ajudar na construção de uma escola aberta, democrática, pautada em uma gestão transparente, que vise atender aos interesses da comunidade em que atende. Com isso, os estudantes percebem que a direção da escola é aberta, comunicativa, que confia nos profissionais e nos alunos, aprendendo que existem competências próprias de cada profissão, o que garante a segurança futura.

O bom professor deve incentivar uma relação aberta entre escola e família, pois a criança e o adolescente precisam desse contato para se sentirem valorizados, além de perceberem que o processo educativo não é feito de qualquer jeito, mas com contribuições dos dois lados.

Tomar conhecimento do Projeto Político Pedagógico da escola é outra forma de contribuir para a educação de qualidade. Se a escola ainda não compartilhou o PPP, o professor deve solicitar à direção, pois seu trabalho deve seguir o disposto na lei que rege a instituição. É importante abrir espaços para discutir o respectivo projeto, a fim de identificar possíveis erros ou não, mas visando melhor qualificação profissional.

Muito se vê falar em exercício da cidadania, pouco se faz para garantir que as próprias crianças sejam, desde já, cidadãs comprometidas com a formação de um mundo mais justo e melhor.

Nas práticas de sala de aula, o bom professor deve estimular os alunos a exercitarem a cidadania, levando-os a agir de forma correta, pensando nas consequências de seus atos, sendo responsáveis com a vida no planeta, com a preservação do meio ambiente, com a educação e o respeito na vida cotidiana, valorizando a pluralidade cultural, tendo controle sobre sua liberdade, preocupando-se com o bem-estar do outro e do meio político e social em que vive.

Quando se trabalha exercitando a cidadania, promove-se valores que ajudam o educando a se aprimorar enquanto pessoa. Com isso, desmistificar que a educação serve para classificar, e sim para formar um sujeito que identifique que as relações do mundo são pautadas em sentimentos, sejam eles bons ou ruins; em dúvidas ou certezas, em inquietações próprias do ser humano que devem ser valorizadas.

Dentro disso, podemos destacar valores humanos que devem ser estimulados no contexto escolar, como a tolerância, a solidariedade, o respeito às diversidades, sejam elas culturais, pessoais ou sociais.

O bom professor é aquele que não se preocupa em ser conteudista, mas que promove a circulação do conhecimento, que aguça a curiosidade, que proporciona a reflexão, abrindo espaço para o diálogo saudável, para a troca de informações, propondo que cada sujeito envolvido no processo deixe sua opinião – as informações que já tem sobre algum assunto. E deve permitir que o lúdico faça parte das atividades rotineiras da sala de aula, pois aprende-se muito mais através da brincadeira, da diversão e do prazer.

Com isso, permite-se que os alunos cresçam enquanto pessoas e enquanto profissionais. Que sintam as necessidades do mundo, de que somos responsáveis para que tudo corra bem, para que as coisas aconteçam de forma organizada e planejada, visando o crescimento social do país.

Dessa forma, ensina-se que a educação e a formação estão voltadas para o lado profissional sim, mas também para o lado social, humanista, e que no exercício da profissão, os professores terão que ser responsáveis para progredir no mundo do trabalho.

Por Jussara de Barros
Graduada em Pedagogia
Equipe Brasil Escola

Como se manter seguro na internet

quarta-feira, 27 de outubro de 2010

Escolas Digitais: soluções na rede pública de ensino de São Paulo




Chamadas, controle de notas e informações sobre o desempenho do estudante; soluções tecnológicas ajudam no controle e no dia-a-dia.

Os alunos adoraram a novidade! Desde agosto, nesta escola da Praia Grande, litoral de São Paulo, as crianças não respondem chamada. Assim que elas chegam à sala de aula,marcam presença colocando o dedo neste leitor de impressões digitais. O sensor biométrico se encarrega dessa "chama virtual". Pronto, presença garantida!
O primeiro lugar que aproveita as informações colhidas nas salas de aula é a cozinha. Eva de Oliveira fica sabendo na hora para quantas crianças terá que preparar a merenda do dia. Pelo computador instalado na cozinha, ela recebe em tempo real o número exato de alunos que estão na escola, evitando desperdício. "Antigamente, a gente dependia das pessoas contarem os alunos. Atrasava o meu trabalho. Agora, isso é um fator de qualidade", explica a cozinheira.
O controle automatizado da Freqüência Digital também tranqüiliza os pais dos alunos. Eles recebem um e-mail diário com o horário exato da entrada e da saída do filho na escola. Em um futuro próximo, que só depende de uma parceria com as operadoras de telefonia móvel, os pais poderão ainda receber um torpedo SMS no caso de o aluno não comparecer à escola. E se pais e alunos gostaram da idéia...os professores não ficaram atrás. "Acaba ajudando o professor porque eu recebo por email, e se eu me ausentar por qualquer motivo, posso atualizar meu diário mesmo assim", explica a professora Roberta Teixeira.
600 alunos já participam do programa. Mas o projeto será ampliado; e até o final do ano deve ser expandido para outras cinco escolas da Praia Grande, contemplando 3100 crianças. E mais: até o final de 2012, a expectativa da Prefeitura é de que todas as escolas do município já participem do Freqüência Digital. Aí serão 26 mil alunos atendidos.
Em breve, o sistema também deve incluir as notas e outras informações sobre o desempenho do estudante, facilitando a vida de toda a diretoria da escola e também acabando com aquela papelada e assim contribuindo até com o Meio Ambiente. "A partir do momento que esse sistema for realmente implantado em todas as escolas e quando abolirmos o diário de classe, vai facilitar muito a nossa vida e as informações serão muito mais exatas", explica Luciana Nicolosi, diretora da escola.
Ou seja, a aprovação dos envolvidos é geral! E facilitou até mesmo o controle da distribuição do Bolsa-Família do governo, que se baseia na freqüência dos alunos para manter o benefício federal.
A tecnologia está alterando definitivamente o dia-a-dia das salas de aula. Esse exemplo chama a atenção porque trata-se de uma escola pública, que já tem recursos parecidos com os encontrados em escolas particulares.

sexta-feira, 22 de outubro de 2010

Tecnologias na Educação: esse bicho morde?

Recentemente, em um fórum de educadores na internet, deparei-me com duas indagações, em princípio colocadas de forma independentes:
· “Que benefícios reais educadores e educandos podem obter a partir da introdução das tecnologias de informação e comunicação?
· Que desafios e dificuldades surgem com a incorporação das tecnologias à prática educacional


Na verdade, as duas perguntas são complementares e devem ser respondidas sob um mesmo foco. A introdução das TICs no meio educacional traz em seu bojo desafios, contradições e perspectivas múltiplas, que tornam o trabalho dos profissionais que a ela se dedicam complexo e sério.
Em primeiro lugar, é inegável o aspecto fomentador do desenvolvimento de competências e habilidades – e isso, mirando-se tanto o universo do educando quanto o universo desse “novo professor”. Novas competências relacionais, cognitivas, produtivas e pessoais são demandadas, em cada nova situação tecnológica, como a administração comportamental em uma sala de chat, a moderação responsável e equilibrada de grupos, a motivação de equipes a distância, a organização e planejamento dos conteúdos de forma agradável, a resolução de conflitos inter-relacionais.
O “novo aluno” precisa aprender a otimizar seu tempo e a lidar com toda uma parafernália disponível de recursos, empregando-os de forma responsável e, ao mesmo tempo, dividindo, com o seu professor, novos jeitos e “sabores” no aprendizado. Já o “novo professor” tem à sua frente um universo inesgotável de possibilidades, que podem tornar a relação com os sujeitos e os objetos de aprendizagem muito mais eficazes e eficientes.
Alguns adjetivos poderiam definir, de forma bastante concisa, os novos aspectos desse aprendizado, traduzidos em benefícios quase imediatos:
- dinamismo (com a tecnologia, o acesso à informação, se bem orientado, pode ser muito mais ágil, rápido e eficiente);
- ludicidade (alguém duvida do prazer que os alunos têm, com suas descobertas nesse novo mundo tecnológico?),
- precisão (com determinação e orientação sistemática do foco, pelo educador, o ato de pesquisar pode ser bem mais correto),
É importante, no entanto, não nos deixarmos cativar por uma visão imediatista, imaginando que é um universo sem desafios a serem enfrentados. Há que se ter em mente uma visão conjuntural de um país imerso em desigualdades sociais, econômicas, culturais e até mesmo de vontades e posturas políticas. E os desafios são imensos.
Resistência! Talvez o primeiro e maior deles… A resistência ao novo. A resistência corporativista, que se agarra com unhas e dentes a uma realidade antiga, conformista e que assegura determinadas relações de poder, de comando e de relações sociais. Acompanhei de perto, por exemplo, o trabalho de implantação de TICs no interior de um determinado Estado brasileiro. Lá, em cidades onde até há bem pouco tempo a luz elétrica foi uma novidade, vi diretoras que ainda defendem a palmatória, para alunos que porventura surrupiem a bolinha do mouse. Vi – não foram poucas! – diretoras que receberam computadores novinhos em folha e deixaram que todo um laboratório de Informática caísse na obsolescência, por total falta de uso, com “medo” de que seus alunos estragassem as máquinas. Vi diretoras que levavam a chave dos laboratórios de Informática consigo, para casa, numa demonstração inequívoca de que o uso racional das tecnologias requer educação de base, competência gerencial e, acima de tudo, bom senso. Nessa trajetória, tenho acompanhado de perto professores que se amedrontam, crendo que a máquina irá substituí-los. Gosto sempre de dizer que o professor que um dia for substituído por um computador terá merecido a substituição!
Gestão competente dos recursos disponíveis é outro mega-desafio! E, aqui, cabe dizer que o termo “gestão” aplica-se não somente a diretores, mas a todos os atores sociais do processo educativo. É extremamente comum percebermos o uso de máquinas de última geração para aplicabilidades antigas. Computadores encarados como máquinas de escrever avançadinhas e modernas. Salas de informática de escolas utilizadas para aprender digitação e fazer desenhos no Paint Brush. Ou, ainda pior, conteúdos sendo digitalizados com a mesma feição e a mesma (IMPER)feição dos conteúdos impressos – mera transferência da ausência de qualidade, mera sub-utilização das potencialidades de uma ferramenta.
Creio que os desafios que ora enfrentamos são naturais. Não vivi os dias em que chegaram, pela primeira vez, os livros, às mãos do grande público. Mas imagino como deve ter sido sofrido e caótico o longo período de transição, até que o saber se disseminasse com a palavra impressa, saindo das cúpulas dos grandes mestres para a população, sedenta por conhecimento. Vivemos, creio, esse tempo novo da disseminação. Os “proprietários” desse saber estão aflitos, vendo-o escorrer por suas mãos. A grande massa, ansiosa por ele, está ávida, como quem corre ao pote de mel em meio à fome. Natural que assim aconteça.
(Ney Mourão)

quinta-feira, 21 de outubro de 2010

Tecnologia na Educação

Várias expressões são normalmente empregadas para se referir ao uso da tecnologia, no sentido visto, na educação. A expressão mais neutra, “Tecnologia na Educação”, parece preferível, visto que nos permite fazer referência à categoria geral que inclui o uso de toda e qualquer forma de tecnologia relevante à educação (“hard” ou “soft”, incluindo a fala humana, a escrita, a imprensa, currículos e programas, giz e quadro-negro, e, mais recentemente, a fotografia, o cinema, o rádio, a televisão, o vídeo e, naturalmente, computadores e a Internet).
Não há porque negar, entretanto, que, hoje em dia, quando a expressão “Tecnologia na Educação” é empregada, dificilmente se pensa em giz e quadro-negro ou mesmo de livros e revistas, muito menos em entidades abstratas como currículos e programas. Normalmente, quando se usa a expressão, a atenção se concentra no computador, que se tornou o ponto de convergência de todas as tecnologias mais recentes (e de algumas antigas). E especialmente depois do enorme sucesso comercial da Internet, computadores raramente são vistos como máquinas isoladas, sendo sempre imaginados em rede – a rede, na realidade, se tornando o computador.
Faz sentido lembrar aos educadores o fato de que a fala humana, a escrita, e, conseqüentemente, aulas, livros e revistas, para não mencionar currículos e programas, são tecnologia, e que, portanto, educadores vêm usando tecnologia na educação há muito tempo. É apenas a sua familiaridade com essas tecnologias que as torna transparentes (i.e., invisíveis) a eles.
“Tecnologia na Educação” é uma expressão preferível a “Tecnologia Educacional”, pois esta parece sugerir que há algo intrinsecamente educacional nas tecnologias envolvidas, o que não parece ser o caso. A expressão “Tecnologia na Educação” deixa aberta a possibilidade de que tecnologias que tenham sido inventadas para finalidades totalmente alheias à educação, como é o caso do computador, possam, eventualmente, ficar tão ligadas a ela que se torna difícil imaginar como a educação era possível sem elas. A fala humana (conceitual), a escrita, e, mais recentemente, o livro impresso, também foram inventados, provavelmente, com propósitos menos nobres do que a educação em vista. Hoje, porém, a educação é quase inconcebível sem essas tecnologias. Segundo tudo indica, em poucos anos o computador em rede estará, com toda certeza, na mesma categoria.

Destas três expressões, a terceira é provavelmente a menos usada. Entretanto, é a única que é tecnicamente correta.
Educação e aprendizagem são processos que acontecem dentro do indivíduo – não há como a educação e a aprendizagem possam ocorrer remotamente ou a distância. Educação e aprendizagem ocorrem onde quer que esteja a pessoa – e esta é, num sentido básico e muito importante, o sujeito do processo de educação e aprendizagem, nunca o seu objeto. Assim, é difícil imaginar como Educação a Distância e Aprendizagem a Distância possam ser possíveis, a despeito da popularidade dessas expressões.
É perfeitamente possível, contudo, ensinar remotamente ou a distância. Isto acontece o tempo todo. São Paulo ensinou, a distância, os fiéis cristãos que estavam em Roma, Corinto, etc. – usando cartas manuscritas. Autores, distantes no espaço e no tempo, ensinam seus leitores através de livros e artigos impressos. É possível ensinar remotamente ou a distância através de filmes de cinema, da televisão e do vídeo. E hoje podemos ensinar quase qualquer coisa, a qualquer pessoa, em qualquer lugar, através da Internet.
Assim, a expressão “Ensino a Distância” será usada neste artigo sempre que houver necessidade de se referir ao ato de ensinar realizado remotamente ou a distância. Que a educação e a aprendizagem possam acontecer em decorrência do ensino é inegável, mas, como já argumentado, isto não nos deve levar a concluir que a educação e a aprendizagem que ocorrem em decorrência do ensino remoto ou a distância também estejam ocorrendo remotamente ou a distância.
A despeito de sua popularidade, Ensino a Distância não é a melhor aplicação da tecnologia na educação hoje. Este lugar deve ser reservado ao que pode ser chamado de Aprendizagem Mediada pela Tecnologia.
Como mencionado, não há dúvida de que a educação e a aprendizagem podem ocorrer em decorrência do ensino. Mas também não há dúvida de que a educação pode ocorrer através da auto-aprendizagem, i.e., através daquela modalidade de aprendizagem que não está associada a um processo de ensino, mas que ocorre através da interação do ser humano com a natureza, com outras pessoas, e com o mundo cultural. Uma grande proporção da aprendizagem humana acontece desta forma, e, segundo alguns pesquisadores, esse tipo de aprendizagem é mais significativa – isto é, acontece mais facilmente, é retida por mais tempo e é transferida de maneira mais natural para outros domínios e contextos – do que a aprendizagem que ocorre em decorrência de processos formais e deliberados de ensino (i.e., através da instrução).
O que é particularmente fascinante nas novas tecnologias disponíveis hoje, em especial na Internet, e, dentro dela, na Web, não é que, com sua ajuda, seja possível ensinar remotamente ou a distância, mas, sim, que elas nos ajudam a criar ambientes ricos em possibilidades de aprendizagem nos quais as pessoas interessadas e motivadas podem aprender quase qualquer coisa sem ter que se tornar vítimas de um processo formal e deliberado de ensino. A aprendizagem, neste caso, é mediada apenas pela tecnologia.
Não há dúvida de que atrás da tecnologia há outras pessoas, que preparam os materiais e os disponibilizam através da rede. Quando alguém usa os recursos hoje disponíveis na Internet para aprender de maneiras auto-motivadas e exploratórias, ele usa materiais de diferentes naturezas, preparados e disponibilizados em contextos os mais variados, não raro sem qualquer interesse pedagógico, e ele faz isso de maneira totalmente imprevisível, que, portanto, não pode ser planejada, e num ritmo que é totalmente pessoal e regulado apenas pelo desejo de aprender e pela capacidade de assimilar e digerir o que ele encontra pela frente.
Por causa disso não parece viável chamar essa experiência de Ensino a Distância, como se fosse a Internet que ensinasse, ou como se fossem as pessoas por detrás dos materiais que ensinassem. O que está acontecendo em um contexto como o descrito é Aprendizagem Mediada pela Tecnologia, auto-aprendizagem, isto é, aprendizagem que não é decorrente do ensino.
Conseqüentemente, as principais categorias em que podem ser classificadas as principais maneiras de utilizar a tecnologia na educação são:
·                    Em apoio ao Ensino Presencial
·                    Em apoio ao Ensino a Distância
·                    Em apoio à Auto-aprendizagem
Muitas pessoas poderiam ficar tentadas a justificar o Ensino a Distância simplesmente perguntando “Por que não?” Apesar disso, há boas razões para se discutir se o Ensino a Distancia é justificado, o que o justifica, e quais sãos os seus méritos vis-à-vis o Ensino Presencial.
De um lado há aqueles que presumem que o Ensino a Distância não difere, substantivamente, do Ensino Presencial. Se o ensino é algo que deve ser promovido, e é possível ensinar a distância, então o Ensino a Distância está justificado.
Do outro lado há aqueles que vêem vantagens no Ensino a Distância quando comparado ao Ensino Presencial: maior alcance, melhor razão custo/benefício, e, principalmente, maior flexibilidade tanto para ensinantes como para aprendentes, visto que eles acreditam que o Ensino a Distância pode ser realizado de forma tão personalizada a ponto de tornar-se instrução individualizada.
Contra essas duas posições favoráveis há aqueles que acreditam que, no Ensino a Distância, perde-se a dimensão pessoal que, mesmo que não seja condição necessária do próprio ensino, certamente o é para o ensino eficaz.
Deixando de lado, no momento, a segunda posição, há uma óbvia contradição entre a primeira e a terceira posição: os defensores da primeira posição pressupõem que não haja diferenças substantivas entre o Ensino Presencial e o Ensino a Distância (o caráter “virtual” do Ensino a Distância não sendo considerado essencial), enquanto os defensores da terceira posição acreditam que a “virtualidade” (ou caráter remoto) do Ensino a Distância remove da relação de ensino algo importante, ou mesmo essencial a ele, a saber, seu caráter pessoal, que, segundo eles, é o que torna o ensino eficaz.
Com quem está a verdade nesta disputa?
Uma concordância qualificada com a primeira posição parece justificada. O ensino envolve três elementos: o ensinante, o aprendente, e aquilo que o ensinante ensina ao aprendente (o “conteúdo”). Para o ensinante ensinar o conteúdo ao aprendente não é mais necessário, hoje, que ambos estejam em contigüidade espaço-temporal – isto é, que ambos compartilhem o mesmo espaço e o mesmo tempo.
Sócrates insistia (contra o ensino baseado na escrita) que a contigüidade espaço-temporal entre o ensinante e o aprendente é essencial para o ensino – mas apenas porque ele não conhecia, e nem podia imaginar, as telecomunicações modernas. Por causa disso, ele argumentou que o Ensino a Distância (em seu caso, o ensino baseado na escrita) impedia o diálogo, o questionamento e a resposta, a comunicação real e interativa entre os agentes envolvidos (ensinante e aprendente). Seu argumento obviamente não se aplica hoje.
O caráter pessoal de uma relação, hoje, é independente de proximidade física no espaço e no tempo. É possível, hoje, manter relacionamentos extremamente pessoais – até mesmo íntimos – a distância, usando os modernos meios de telecomunicação, envolvendo texto, sons, imagens (estáticas e dinâmicas). Por outro lado, a mera contigüidade espaço-temporal não é garantia de relacionamentos verdadeiramente pessoais. As salas de aula enormes que existem em algumas escolas freqüentemente permitem relações altamente impessoais entre professor e alunos, a despeito de sua proximidade no espaço e no tempo. Muitas vezes, nesses contextos, o professor nem mesmo sabe o nome de seus alunos, e é totalmente ignorante de suas características pessoais, que são grandemente relevantes para um ensino eficaz.
Isto posto, deve admitir-se que, outras coisas sendo iguais, a comunicação face-a-face, olho-no-olho, permite um ensino mais eficaz do que a comunicação remota ou a distância, mesmo quando os mais modernos meios de comunicação a distância são utilizados. Na comunicação face-a-face é possível detectar, com facilidade, as nuances dos componentes sonoros não-verbais da fala (o tom, o timbre e o volume da voz, o ritmo da fala, as pausas, as ênfases sutis) e da linguagem corporal (especialmente as expressões faciais [em que o contato dos olhos talvez seja o aspecto mais significativo], mas também a postura, a posição das mãos e dos pés, a possibilidade de que os interlocutores se toquem, etc.).
(Esta consideração é importante para uma tese que será defendida adiante, a saber: se um modelo de ensino não funciona quando utilizado nas melhores condições de comunicação, por que deveria funcionar quando as condições de comunicação não são tão favoráveis?)
Consideremos, agora, a segunda posição descrita atrás, a saber, a que defende a existência de vantagens no Ensino a Distância em relação ao Ensino Presencial. Se essa tese é correta, as vantagens do Ensino a Distância podem compensar a desvantagem que se destacou na seção anterior.
Foi dito, atrás, que os defensores da tese de que o Ensino a Distância é mais eficaz do que o Ensino Presencial apontam para seu maior alcance, sua melhor razão custo/benefício, sua maior flexibilidade (tanto para ensinantes como para aprendentes), e seu maior potencial de personalização e mesmo individualização.
Não há dúvida de que o Ensino a Distância tem maior alcance do que o Ensino Presencial. Um programa de Educação a Distância como o TeleCurso 2000 alcança milhões de pessoas cada vez que é ministrado – número infinitamente maior do que o que poderia ser alcançado se o mesmo curso fosse ministrado presencialmente.
Aqui a questão não é tão fácil decidir.
O custo de desenvolver (produzir) programas de Ensino a Distância de qualidade (que envolvem, por exemplo, televisão ou mesmo vídeo, ou software especializado) é extremamente alto.
Além disso, o custo de ministração (distribuição, oferecimento, entrega, “delivery”) desses programas também pode ser relativamente alto. Se eles forem distribuídos através de redes de televisão comerciais o custo de transmissão pode ser ainda mais alto do que o custo de desenvolvimento, com a desvantagem de ser um custo recorrente.
Por isso, esses programas só oferecem uma razão custo/benefício favorável se o seu alcance for realmente significativo (atingindo um público, talvez, na casa dos milhões de pessoas).
É verdade que o custo de desenvolvimento pode ser rateado pelos vários oferecimentos ou ministrações ("deliveries"). Um programa de Ensino a Distância bem feito pode ser oferecido e ministrado várias vezes sem que isso afete o custo de desenvolvimento. O único componente de custo afetado pelo oferecimento e ministração recorrente de um programa de Ensino a Distância é o de distribuição (entrega), fato que torna o custo de desenvolvimento proporcionalmente mais barato, por oferecimento e ministração, à medida que o número de oferecimentos e ministrações aumenta. Se o custo de entrega for alto, porém, essa redução proporcional do custo de desenvolvimento ao longo do tempo pode não ser tão significativa.
Muitas das instituições interessadas em Ensino a Distância hoje estão procurando "atalhos" que reduzam o custo de desenvolvimento. Infelizmente isso dificilmente se dá sem que haja uma redução na qualidade. Em vez de usar meios de comunicação caros, como televisão e vídeo, essas instituições empregam predominantemente texto no desenvolvimento do curso e o distribuem através da Internet (com um custo relativamente pequeno, tanto no desenvolvimento como na entrega). Além disso, para não aumentar o custo de desenvolvimento, o texto é muito pouco trabalhado, consistindo, muitas vezes, de textos que não foram elaborados com esse tipo de uso em mente, mas sim para ser publicados em forma impressa. Desta forma, o Ensino a Distância acaba não passando de um ensino por correspondência em que os textos são distribuídos pela Internet e não pelo correio convencional.
É verdade que freqüentemente se procura agregar algum valor aos textos disponibilizados oferecendo-se aos aprendentes a possibilidade de se comunicarem com o ensinante, com o autor do texto (caso não seja ele o ensinante) ou mesmo uns com os outros via e-mail (correio eletrônico) ou chat (bate-papo eletrônico). (E-mail é uma forma de comunicação assíncrona, enquanto o chat é uma forma de comunicação síncrona).
Quando o Ensino a Distância é entendido apenas como disponibilização remota de textos, ainda que acompanhado por e-mail e chat, é de crer que a sua razão custo/benefício, quando comparada à do ensino presencial, seja bastante favorável – mas há uma potencial queda de qualidade no processo.
É preciso registrar aqui, entretanto, que, se os textos disponibilizados forem preparados para se adequar ao meio, sendo enriquecidos por estruturas de hipertexto, anotações, comentários, glossários, mapas de navegação, referências (links) para outros textos igualmente disponíveis, que possam servir como discussões ou complementos dos textos originais, a eficácia do Ensino a Distância aumenta consideravelmente.
Dado o fato de que Ensino a Distância usa tecnologias de comunicação tanto síncronas como assíncronas, não resta dúvida de que, no caso das últimas, tanto os ensinantes como os aprendentes têm maior flexibilidade para determinar o tempo e o horário que vão dedicar, uns ao ensino, os outros à aprendizagem. Recursos como páginas Web, bancos de dados, correio eletrônico, etc. estão disponíveis 24 horas por dia sete dias por semana, e, por isso, podem ser usados segundo a conveniência do usuário.
É neste ponto que os defensores de Ensino a Distância colocam maior ênfase. Eis o que diz Octavi Roca, no artigo "A Autoformação e a Formação à [sic] Distância: As Tecnologias da Educação nos Processos de Aprendizagem", publicado no livro Para Uma Tecnologia Educacional, organizado por Juana M. Sancho (ArtMed, Porto Alegre, 1998):
"Na maioria dos profissionais da educação já existe a consciência de que cada pessoa é diferente das outras, que cada uma tem as suas necessidades próprias, seus objetivos pessoais, um estilo cognitivo determinado, que cada pessoa usa as estratégias de aprendizagem que lhe são mais positivas, possui um ritmo de aprendizagem específico, etc. . . . Assim parece óbvio que é preciso adaptar o ensino a todos estes fatores. Esta reflexão não é nova. As diferenças sempre têm sido reconhecidas. Mas, antes, eram vistas como um problema a ser eliminado, uma dificuldade a mais para o educador. . . . No entanto, agora se considera que é a partir daí que devemos organizar a formação e é nos traços diferenciais que devemos fundamentar a tarefa de formação: as capacidades de cada pessoa representam uma grande riqueza que é conveniente aproveitar . . . [para] proporcionar uma formação cada vez mais adaptada a cada pessoa em particular" [p.185].
Seria possível implementar essas características desejáveis que aqui se atribuem ao Ensino a Distância em programas de Ensino Presencial? À primeira vista, parece possível, mas é forçoso reconhecer que é difícil – a menos que a escola seja, de certo modo, reinventada.
Ou vejamos.
A escola (como hoje a conhecemos) não pode seriamente levar em consideração as necessidades, os interesses, o estilo e o ritmo próprio de aprendizagem de cada aluno, de modo a proporcionar a cada um uma formação adaptada a ele, porque esse tipo de ensino personalizado e individualizado se choca com o pressuposto básico da escola, a saber: a padronização.
Esperar da escola que produza formação adaptada às necessidades, aos interesses, ao estilo e ao ritmo de aprendizagem próprio de cada um de seus alunos é equivalente a esperar que de uma linha de montagem convencional de uma fábrica de automóveis saiam carros personalizados e individualizados para cada um dos clientes que vai adquiri-los. Não dá: a linha de montagem, como a conhecemos, foi feita para padronizar, para permitir que sejam feitos, com rapidez e eficiência, carros iguais, na verdade basicamente idênticos. A escola que conhecemos foi inventada para fazer algo semelhante em relação aos seus alunos: nivelá-los, dando-lhes uma formação padronizada básica, de modo que todos, ao se formar, tenham se tornado tão parecidos uns com os outros a ponto de se tornarem funcionalmente intercambiáveis. Qualquer grau de diferenciação que os alunos preservem ao final de sua escolaridade terá sido mantido a despeito da escola, não como decorrência de seu trabalho.
O modelo (ou paradigma) educacional adotado pela escola é centrado na transmissão de informação, do ensinante ao aprendente, através do ensino.
Esse modelo está ultrapassado e não é difícil explicar porquê.
Esse modelo é calcado no ensino. O ensino, como vimos, é uma atividade triádica, que envolve o ensinante, o aprendente e o conteúdo que o primeiro ensina ao segundo. A escola prioriza, nessa tríade, o conteúdo (o currículo) e, conseqüentemente, o ensinante, deixando o aprendente em último lugar – sua tarefa é meramente absorver o que lhe é transmitido. Por isso a escola é tipicamente "conteúdo-cêntrica" e, por causa disso, "magistro-cêntrica", enquanto a tendência descrita atrás (voltada para a flexibilidade e adaptada às necessidades, aos interesses, ao estilo e ao ritmo de aprendizagem de cada um) é "mateto-cêntrica", isto é, centrada no aprendente (adaptada às suas necessidades, aos seus interesses, ao seu estilo cognitivo e ao seu ritmo de aprendizagem).
O que é problemático nesse modelo convencional adotado pela escola não é o fato de que ele acontece presencialmente, face-a-face: é o fato de que ele não é suficientemente flexível para permitir o atendimento de aprendentes com diferentes necessidades, interesses, estilos cognitivos e ritmos de aprendizagem.
Pode uma educação personalizada e individualizada ser implementada através de Ensino a Distância?
Se o modelo empregado para Ensino a Distância é o mesmo que é usado no Ensino Presencial, teremos programas de Ensino a Distância que não diferem substancialmente de suas contrapartidas presenciais.
Se é fato sabido que esse modelo não funciona mais, mesmo em condições otimizadas de comunicação, em que o ensinante pode se comunicar face-a-face, olho-no-olho com os aprendentes, por que deveria ele funcionar em contextos em que o ensinante e os aprendentes se comunicam em condições sub-ótimas, como é o caso do Ensino a Distância?
Não parece sensível repetir, virtual ou remotamente, os erros de um modelo que não mais funciona em sua implementação presencial. Um modelo ou paradigma diferente se torna necessário.

quarta-feira, 20 de outubro de 2010

O papel do professor: guiar o aprendizado


A facilidade com que os alunos interagem com a tecnologia também impôs uma mudança de comportamento em sala de aula. Hoje, já não é exclusividade dos mais jovens manter blogs, atualizar perfis em redes sociais ou bater papo com amigos na internet. A geração digital passou a exigir que o professor fizesse o mesmo - e ele está mudando pouco a pouco. Os motivos são claros. Em um mundo onde todos recorrem à rapidez do computador, nenhuma criança aguenta mais ouvir horas de explicações enfadonhas transcritas em uma lousa monocromática. "A tecnologia faz parte do cotidiano de todos os jovens. Os alunos esperam que o professor se utilize disso em sala de aula. Seu papel mudou completamente, mas continua essencial. Ele guia o processo de aprendizagem, sendo o elo entre o aluno e a comunidade científica", afirma Linda Harasim, professora da Universidade Simon Fraser, em Vancouver, no Canadá. Confira o perfil do novo professor.
O problema é, justamente, adaptar a tecnologia ao conteúdo pedagógico. É consenso entre os especialistas que não basta apenas investir em laboratórios, salas multimídia e projetores de luz. Muitas escolas, mesmo aquelas que gastam rios de dinheiro em equipamentos de última geração, deixam de lado o treinamento dos professores. Sem mudança na metodologia, as novas ferramentas são subtilizadas. "Passamos praticamente uma década do novo milênio e nosso modelo educacional ainda reflete a prática dos séculos XIX e XX. A internet ainda é usada, geralmente, como tampa-buraco ou enfeite nas salas de aula tradicionais", acrescenta Harasim.
O professor de informática Jean Marconi, de Brasília, acompanhou de perto a dificuldade imposta pelos novos recursos tecnológicos. Quando o colégio onde trabalha investiu pela primeira vez em equipamentos digitais, a direção não se preocupou em desenvolver um novo método de ensino nem capacitar os professores. Marconi aproveitou a formação em tecnologia da educação e propôs à escola treinar seus colegas. Hoje, segundo ele, todos já têm contato com as novidades e criam projetos para suas próprias disciplinas. "O colégio tinha a proposta, mas andava a passos lentos. Fui, então, de professor em professor despertando a curiosidade. Consegui que houvesse uma integração entre o conhecimento do educador e a tecnologia. Mas há alguns que ainda têm medo de mexer com essas ferramentas".
Para a pedagoga Sílvia Fichmann, coordenadora do Laboratório de Investigação de Novos Cenários de Aprendizagem (LINCA) na Escola do Futuro da USP, um dos motivos pelos quais os professores ainda resistem em utilizar a tecnologia é o receio de perder o posto de detentor único de conhecimento. "A internet rompeu com uma série de paradigmas. O professor, hoje, tem de se conscientizar de que não sabe tudo e precisa ser muito mais parceiro do aluno na busca pelo saber", afirma. Sílvia diz que não é fácil lidar com as novas ferramentas, mas cabe ao educador coordenar e orientar as tarefas. "O problema é que existem três tipos de professor: os que preferem o método tradicional, aqueles que não sabem utilizar a tecnologia e, finalmente, os que se adaptaram ao novo contexto. Eles convivem em uma mesma sala de aula, o que impede a adoção completa da tecnologia", completa.
 
Lousa interativa - As novas ferramentas nunca preocuparam a professora de Ensino Fundamental Éride Rosseti (na foto ao lado), de São Paulo. Com 32 anos de magistério, a educadora assistiu a passagem do quadro-negro para o magnético e maneja, agora, sem problemas a lousa interativa, que permite salvar as tarefas feitas pelos alunos, além de exibir imagens, músicas e vídeos. Incentivada pelo colégio, ela participa de cursos de capacitação e é usuária da comunidade virtual da escola, na qual posta comentários sobre as aulas e exercícios de fixação. "Com a tecnologia, posso interagir com os alunos em tempo real. É uma forma de eles não se sentirem sozinhos quando estão fazendo a lição em casa. As crianças adoram e o professor tem de cumprir o papel social de abraças as novas tecnologias", diz.
Criar um blog foi a alternativa encontrada pela professora de ciências carioca Andrea Barreto para incentivar o hábito da leitura entre seus alunos da rede pública. Sem recursos, ela criou um espaço virtual, no qual os jovens podem tirar dúvidas e participar das discussões feitas em sala de aula. "Percebi a necessidade de ensinar dentro desse novo contexto depois que vi o desinteresse dos alunos. Mesmo os alunos mais carentes acessam a internet das lan houses e isso aumentou o rendimento", observa.
Mas a educação high-tech também oferece riscos, sobretudo devido à variedade de informação presente na web. Com a experiência de quem mantém um blog, tem conta no Orkut e usa diariamente o MSN, o professor de química Paulo Marcelo Pontes, de Recife, diz que não há como evitar que um aluno deixe de acessar bate-papo ou qualquer outra ferramenta disponível na rede. "Competir com isso traz mais desestímulo do que satisfação. O professor tem de produzir materiais e conteúdos que façam os estudantes participarem ou se interessarem pelo que está sendo divulgado", conclui.
(Caio Barretto Briso, Kleyson Barbosa, Luís Guilherme Barrucho e Sofia Krause)