terça-feira, 31 de agosto de 2010

Educação digital: um passo além da inclusão digital

Não basta dar computadores de última geração com programas de ponta para todo mundo. Também não basta saber usar o computador para escrever um texto, ver um site ou mandar um email. Isso tudo é necessário, mas não suficiente. O surgimento dos computadores e da internet traz tantas questões e possibilidades que seria necessária uma matéria específica para isso na escola. É o que defende Carolina de Aguiar Teixeira Mendes. No artigo "Educação digital" ela faz uma boa introdução ao conceito, sua importância e principais questões. Selecionei alguns trechos e organizei abaixo:


Como se deve usar o computador?

"No Brasil, fala-se muito em Inclusão Digital, mas pouco em Educação Digital. Enquanto governos e empresas multinacionais investem em equipamentos e no ensino sobre como usar as ferramentas básicas, falta instrução a respeito do uso correto, de acordo com princípios básicos de cidadania.
Pesquisando sobre o assunto, descobrimos uma professora brasileira chamada Cleide Muñoz, que ministra aulas de ética na informática a alunos de 5ª série a 8ª série. A atitude de Cleide é, de fato, louvável. Mas, no geral, ainda impera uma sensação de insegurança nesta "colcha" globalizada mas retalhada. "Segurança na Internet", "Ética na Informática", "Cidadania Digital": é necessário organizar a disciplina e preparar os professores para um ensino completo e adequado.
É por esse motivo que estamos desenvolvendo o projeto "Educação Digital", que engloba lições sobre Segurança e Privacidade, e Cidadania e Ética Digital. A princípio são ministradas palestras a mantenedores de escolas, professores, pais e alunos, sempre em grupos separados e com foco nas necessidades de cada grupo. Num futuro não muito distante vislumbramos a possibilidade de adicionar a disciplina à grade curricular, seja como matéria independente ou parte de disciplinas afins, como a Informática."

Protegendo as crianças de conteúdos inadequados

"Em dezembro de 2000, os Estados Unidos aprovaram o "Children's Internet Protection Act", também conhecido como CIPA, que exige que escolas e bibliotecas subsidiadas pelo governo federal possuam uma tecnologia que garanta que menores não tenham acesso a conteúdos obscenos, pornografia infantil e outros conteúdos a eles inapropriados. Assim, os estabelecimentos acabaram por adotar filtros, visando evitar o contato dos alunos com tais materiais.
Devido ao fato de filtros e outras tecnologias serem imperfeitos, e poderem, inclusive, acabar por filtrar recursos educacionais úteis, alguns ainda defendiam a adoção de soluções paralelas ao problema"

Preparo dos professores

"Segundo pesquisa britânica, 61% dos professores não se sentem preparados para lidar com a educação digital. Os professores não precisam entender tudo de tecnologia, mas pelo menos necessitam saber sobre os riscos online."

Informática na grade curricular

"Em Portugal, ao nível do 1º, 2º, 3º ciclo de ensino e ensino secundário, não existe uma grade curricular que aborde questões da segurança online aos mais novos. O foco é todo na aprendizagem das ferramentas básicas (processador de texto, folha de cálculo, etc.) e nas aplicações básicas relacionadas ao acesso à Internet. No entanto, há margem para que os professores abordem outras questões com os alunos, mas fica sempre ao critério do professor."

domingo, 29 de agosto de 2010

Livros para Baixar - Gratuitos

Selecionei para vocês alguns livros relacionados a pedagogia e educação dos filhos. A maioria são livros do Professor Paulo Freire, que hoje é considerado referencia psicologia educacional. 
Então queridas e queridos colegas, aproveitam e baixem. Todos os arquivos estão disponíveis no formato pdf.
Hospedados no 4shared.
Cliquem no link, espere a contagem regressiva dos segundos e façam o downloads. 

12 Erros que os pais cometem
Autora: Roseli Brito
http://www.4shared.com/document/JviKG_LY/12_Erros_que_os_Pais_Cometem.html

A Importancia do Ato de Ler
Autor: Paulo Freire
http://www.4shared.com/document/K6Hi5f_y/A_importancia_do_ato_de_ler.html

Ação Cultural para a Liberdade
Autor: Paulo Freire
http://www.4shared.com/document/Cme9Do8H/Acao_Cultural_para_a_Liberdade.html

Extenção ou Comunicação
Autor: Paulo Freire
http://www.4shared.com/document/tIucIInJ/Extensao_ou_Comunicacao1.html

Medo e Ousadia
autor: Paulo Freire
http://www.4shared.com/document/WwwQ-IhQ/MedoeOusadia.html

Pedagogia da Autonomia
Autor: Paulo Freire
http://www.4shared.com/document/6wOXDx5X/PedagogiadaAutonomiaFreire.html

Pedagogia da Indignação
Autor: Paulo Freire
http://www.4shared.com/document/4RBmraW-/PedagogiadaIndignacaoFreire.html

Pedagogia do Oprimido
Autor: Paulo Freire
http://www.4shared.com/document/4lsI4HLy/PedagogiadoOprimidoFreire.html

Política e Educação
Autor: Paulo Freire
http://www.4shared.com/document/HLCKEagc/PoliticaeEducacaoFreire.html

Professora Sim, Tia Não
Autor: Paulo Freire
http://www.4shared.com/document/HbN0mhQT/Professora_sim_Tia_nao.html

sábado, 28 de agosto de 2010

Como os alunos fazem buscas na internet


O que o aluno deve buscar na rede, onde e como 

O primeiro problema que se coloca para os estudantes ao pesquisar na internet é onde encontrar o que se quer. Em geral, acessam um site de busca (tipo Google) e digitam uma ou mais palavras. Há três comportamentos padrão. Quando quer apenas se divertir, o jovem clica no primeiro resultado de busca e vai para o novo site. Na hora de buscar conhecimento geral, ele clica em no máximo dois sites, até achar o tema em questão. Finalmente, quando tem de localizar algo específico para uma tarefa escolar a complexidade aumenta: o aluno faz a busca, lê o site, tenta avaliar a qualidade dos dados oferecidos e refaz o processo várias vezes, até ter alguma certeza de que os nomes, números e datas conferem. Mas o processo é eficaz? "Isso prova que buscar informação na internet é altamente complexo, é uma prática social de leitura e, portanto, requer auxílio constante do professor", explica Flora Perelman.

Mariana Ornique, também da equipe que realiza o estudo, conta que, quando o professor não orienta o trabalho, o mais comum é a turma digitar qualquer coisa na tela, sem pensar muito. "Só que a página de busca não é capaz de interpretar nada." Por isso é fundamental discutir o que exatamente se quer encontrar - antes de clicar. Em outras palavras, é preciso levar os alunos a entender a diferença entre pedir informação a alguém e à máquina. Só assim a tecnologia é usada a favor do usuário e da aprendizagem.

Na hora de escolher, confiança é a chave 

O terceiro passo é aprender a selecionar os sites "Na dúvida, as crianças muitas vezes optam por um ‘.org’ ou ‘.gov’, porque acreditam que páginas não-comerciais têm mais credibilidade", afirma outra pesquisadora, Vanina Estévez. "Será? Duvidar das informações é essencial e é preciso ensinar a turma a fazer isso." Segundo a pesquisa, os jovens acreditam muito na objetividade dos fatos históricos. Mas é essencial que eles compreendam que qualquer ponto de vista carrega consigo uma certa parcialidade - conhecimento, aliás, que deve ser explorado também em atividades sem o computador. Daí a importância de saber selecionar as informações confiáveis (a quarta conclusão do estudo). Afinal, nem tudo o que está disponível na internet é verdadeiro.

Como, então, levar a turma até dados confiáveis? "Essa é a questão quando se trata de explorar a tecnologia na escola", diz a pesquisadora Emilia Ferreiro, conhecida por seus estudos em alfabetização, mas que coordena trabalhos sobre o uso do computador em classe. "Quando alguém nos pergunta algo, imediatamente pensamos para que essa pessoa quer saber isso, aonde quer chegar. E a máquina não faz isso. Nenhum site de busca consegue interpretar como nós fazemos."

A força das imagens e como não se enganar 

Finalmente, María Rosa Bivort, também da equipe de Buenos Aires, chama a atenção para a importância da imagem na busca via internet. "Numa das tarefas propostas, os alunos tinham de encontrar fotos de imigrantes que vieram da Europa no século 19", conta ela. "Ao colocar palavras-chave nas ferramentas de busca, como ‘navio’ e ‘século 19’, algumas crianças encontraram fotos recentes de embarcações antigas em festas em homenagem aos imigrantes, por exemplo." Isso serviu para os professores explicarem que nem todas as imagens em sépia (aquele tom amarelado que as fotos em preto-e-branco ganham com o tempo) são velhas de verdade, pois esse efeito pode ser obtido hoje justamente graças à informática. Sem falar no próprio visual dos sites - um mais atraente pode "parecer" mais confiável, sobretudo para crianças menores.

Tudo isso só reforça a importância de cruzar informações e checar antes de simplesmente comprar o que aparece na tela. "A confiabilidade é mesmo o aspecto crucial", analisa Emilia Ferreiro. "A grande vantagem é que a máquina nos permite experimentar infinitamente. Podemos voltar, refazer, trocar tudo. E isso não causa nenhum problema ao trabalho, pois ele é 100% reversível. No entanto, precisamos ensinar a interpretar. Pois só assim vamos ajudar os alunos a construir conhecimento de fato."


FONTE: Gabriel Pillar Grossi (ggrossi@abril.com.br)

sexta-feira, 27 de agosto de 2010

O QUE DÁ CERTO E O QUE NÃO DÁ CERTO NA SALA DE INFORMÁTICA

Assim dá certo

1 Escolher conteúdos
Eleger e estudar os conteúdos que serão apresentados ou aprofundados na sala de informática é essencial para que a aula seja objetiva e produtiva. Além disso, faz com que o professor se sinta mais seguro na hora da aula.

2 Selecionar programas
Com o conteúdo escolhido, é hora de encontrar os programas e sites mais apropriados para atingir as metas de aprendizagem. Se a aula é de redação, um editor de textos é uma boa opção.

3 Fazer o roteiro da aula
Todas as atividades precisam ser bem estruturadas e bem planejadas, prevendo momentos de pesquisa, de visualização do conteúdo estudado e de troca de informações. Isso evita a dispersão.

4 Incentivar a interação
Os alunos devem interagir para construir conhecimento. Para tanto, que tal criar blogs, e-mails e fóruns?

5 Usar jogos educativos
Os desafios propostos pelos softwares e jogos virtuais estimulam os jovens e complementam a aula de forma lúdica.

6 Explorar o audiovisual
A internet e os programas educativos oferecem vídeos e animações que favorecem o aprendizado. Use-os!

7 Permitir que o aluno crie
Publicar textos em blogs ou sites e fazer apresentações em slides torna o estudante produtor de conteúdo e de conhecimento.

8 Evitar a desatenção
Para a turma não perder o foco da aula, vale bloquear o acesso a sites de relacionamento, salas de bate-papo e programas de mensagens que não sejam coerentes com o conteúdo ensinado.

9 Criar espaço lúdico
Todos precisam ficar à vontade na sala de informática. Por isso, coloque nas paredes cartazes, mapas, ilustrações e trabalhos dos alunos, criando um ambiente acolhedor e rico em informações.

10 Preparar-se bastante
Você se sentirá mais seguro na sala de informática se aprender a usar a máquina, a internet e os programas básicos. Além disso, terá melhores resultados.



Assim não dá
1 Dar aula só de informática
O objetivo das aulas na sala de informática não deve ser formar técnicos, mas melhorar o aprendizado. Por isso, evite o uso do espaço apenas para ensinar a operar programas.

2 Não ter planejamento
A falta de objetivos claros faz com que tanto professor como alunos percam o foco, comprometendo o aprendizado.

3 Achar que a turma sabe tudo
Embora os jovens sejam espertos quando o assunto é informática, é um erro supor que todos dominem as ferramentas com a mesma destreza. Não deixe de ensinar como operar os programas básicos. Dessa forma, os menos plugados conseguirão acompanhar as aulas.

4 Usar a sala para distração
Computador na escola tem de estar voltado somente para a aprendizagem. Se a garotada usar o laboratório no período entre aulas, vai associá-lo somente ao lazer.

5 Liberar o entretenimento
Sites de relacionamento, download de músicas e jogos eletrônicos dispersam o aluno durante a aula

6 Deixar os alunos sozinhos
Sem mediação, eles iniciarão bate-papos e ainda poderão acessar conteúdos impróprios.

7 Censurar demais
Se for para encontrar páginas e ferramentas sobre o tema da aula, não cerceie a liberdade da turma na hora de navegar na internet.

8 Ter poucas máquinas
As atividades ficam prejudicadas quando os estudantes não usam o computador de forma igualitária. O ideal é ter um equipamento para cada dois alunos. Assim, todos terão a chance de operá-lo durante a aula.

9 Ver o micro como rival
Se você tiver medo da tecnologia e dos avanços que ela traz, jamais vai enxergá-la como uma fonte de conhecimento e informação. Quando bem utilizada, a tendência é que ela vire aliada, em vez de concorrente.

10 Usar equipamento ruim
Computadores muito lentos e defasados sempre causam frustração e perda do interesse por parte dos alunos. Evite-os.

O uso de recursos digitais para ensinar arte


A turma aprende a transformar imagens digitais com softwares

Câmeras digitais e celulares popularizaram a fotografia. Saber tratar e modificar imagens em softwares de edição é uma competência cada vez mais valorizada. E programas de desenhos no computador ampliam as formas de criação. Mas atenção: não se pode incorporar tantas novidades de maneira apressada, sem uma boa discussão. "Antes, o professor precisa mostrar à turma de que forma essas ferramentas têm sido usadas não só pelos artistas, mas pela sociedade", diz Rosa Iavelberg, diretora do Centro Universitário Maria Antonia, na capital paulista.

Com essa perspectiva em mente, a professora Ana Cláudia de Oliveira Soares Cattani, da EE Professor Edsson Heráclyto Cerezer, em Bagé, a 384 quilômetros de Porto Alegre, começou a usar o Paint, programa de desenho que vem com o Windows, para expandir a produção de ateliê da 7ª série. "Tomei o cuidado de mostrar como artistas contemporâneos utilizam ferramentas similares, o que trouxe bons exemplos de como os alunos poderiam aproveitar o computador para acrescentar intervenções às criações com lápis", conta ela. O diálogo entre o ateliê "real" e o computador, aliás, é essencial para fazer a produção da turma avançar. "O trabalho de fazer e refazer uma imagem desenvolve a objetividade na composição da obra, no uso do espaço e no domínio dos instrumentos artísticos, sejam eles tradicionais ou virtuais", defende Paulo Nin Ferreira, coordenador da área de Arte do Colégio I. L. Peretz, na capital paulista.

No que diz respeito à fotografia, o trabalho também precisa incluir a indispensável etapa de familiarização com os diferentes gêneros. No CE Presidente Kennedy, em Rolândia, a 393 quilômetros de Curitiba, a professora Denise Maria Ramos Lugli iniciou um projeto com as turmas de 8ª série por uma conversa sobre fotos como registro pessoal. Em seguida, explorou características de outras modalidades - fotografia de moda, publicidade, fotojornalismo e artística. Só depois chegou a hora de produzir - nessa etapa, a cabeça cheia de referências fez a diferença. "O olhar dos alunos mudou com a ampliação de repertório", conta ela. O conhecimento dos tipos de fotografia ajudou ainda na edição das imagens. Usando programas específicos, como o Photoshop, a garotada pôde mudar a luz, refinar cores e fazer cortes - técnicas muito usadas em revistas de moda, por exemplo.


Fonte: Amanda Polato (novaescola@atleitor.com.br)

quinta-feira, 26 de agosto de 2010

Como utilizar ferramentas digitais para ensinar línguas estrangeiras


Blogs, vídeoconferências pela internet e outros recursos tecnológicos podem ser usados em sala de aula

 



Além das propostas mais comuns - pesquisa na internet, criação de blogs, troca de e-mails ou mensagens instantâneas e revisão no computador nos mesmos moldes da Língua Portuguesa -, as novas tecnologias também vêm promovendo uma espécie de redescoberta da comunicação oral nas aulas. O maior estímulo está na possibilidade de realizar videoconferências pela rede mundial (leia a sequência didática). No mercado de trabalho, os contatos entre empregados de diferentes países de uma multinacional, antes restritos a viagens e conversas telefônicas, são hoje muito mais rotineiros com as imagens transmitidas por programas como Skype e Google Talk. "No caso das escolas, não é necessário que os destinatários das videoconferências ou videochats sejam falantes nativos. Muitas vezes, vale mais contatar estudantes da Romênia que também estejam aprendendo os mesmos conteúdos, como estruturas de apresentação", explica Andrea Vieira Miranda Zinni, formadora de professores e selecionadora do Prêmio Victor Civita - Educador Nota 10. Ainda mais completo, o trabalho com gêneros textuais com a ajuda da tecnologia pode envolver fala, leitura e escrita. No Colégio Miró, em Salvador, o professor Cláudio Muzzio propôs que a turma da 5ª série produzisse um programa de culinária em espanhol para ser apresentado para toda a escola. O trabalho, que começou com a pesquisa de receitas fáceis de fazer, incluiu a escrita de um roteiro passo a passo (até com propagandas para os intervalos), a gravação do programa em câmera digital e celulares e a edição no Movie Maker, um programa presente nas versões mais atuais do Windows. "Trabalhamos o vocabulário referente à comida, o uso de verbos no imperativo e a entonação, já que o jeito de ensinar uma receita é bem diferente da maneira de promover um produto nos comerciais", conta Cláudio.

Fonte: Amanda Polato (novaescola@atleitor.com.br)

quarta-feira, 25 de agosto de 2010

A tecnologia em experimentos científicos


A turma poderá estudar Ciências, utilizando recursos tecnológicos, como a internet


Por meio das novas tecnologias, amplia-se a experimentação e a observação, procedimentos indispensáveis ao método científico. Comecemos pela realização de experimentos. Por razões de segurança, não é todo tipo de experiência que dá para fazer no ambiente escolar. Simuladores online permitem aos alunos testar hipóteses e reproduzir resultados de investigações complexas, como os fatores que causam a erupção de um vulcão, qual o melhor lubrificante para fazer uma roda girar ou o número de árvores necessárias para compensar as emissões de dióxido de carbono de cada aluno de sua turma. O ponto fraco é que vários recursos estão em inglês - como os dois primeiros exemplos da nossa lista. As iniciativas em português focam mais conteúdos do Ensino Médio - uma busca por "laboratórios virtuais" no Google mostra os resultados. Também é possível superar limitações de infraestrutura. "Diversos sites de universidades e museus oferecem imagens e vídeos de microscópios potentes, recursos antes inacessíveis às escolas. É possível ver e entender melhor as características de micro-organismos, como as bactérias", afirma Luciana Hubner, bióloga, coordenadora de Pesquisa e Desenvolvimento da Sangari Brasil e selecionadora do Prêmio Victor Civita - Educador Nota 10. Neste site, a garotada do 8º e do 9º ano pode ainda tomar contato com uma versão virtual do aparelho (em inglês).

Já a observação tem seu ponto alto nos sites de Astronomia. O Stellarium transforma a tela do computador em um planetário. Outra oportunidade ainda mais ousada é pôr a turma para manipular remotamente um telescópio usado por cientistas. O projeto Telescópios na Escola, mantido por órgãos governamentais de apoio a pesquisas, permite que a escola agende um horário e controle um telescópio via internet. Na EE Patriarca da Independência, em Vinhedo, a 75 quilômetros de São Paulo, as observações do Sistema Solar são feitas, principalmente como atividades extraclasse, mas também são aproveitadas nas aulas de Ciências.

Fonte: Amanda Polato (novaescola@atleitor.com.br)

Atividades em vídeo nas aulas de Educação Física


Com esse recurso, os alunos podem estudar regras de jogos

O grande recurso tecnológico para as aulas da disciplina é mesmo o vídeo, na forma de DVDs ou na internet. Com ele, é possível trabalhar as práticas corporais por meio da apreciação. "Há esportes que são impraticáveis na escola, como canoagem e paraglider, mas que podem ser estudados por causa das tecnologias", diz Marcos Garcia Neira, professor de metodologia do ensino de Educação Física na Universidade de São Paulo (USP). Preparar uma atividade em vídeo sobre o judô, por exemplo, pode servir para explicar as regras que não ficam claras nas transmissões dos Jogos Olímpicos na TV (clique aqui e veja uma sequência didática sobre esse tema). É também uma oportunidade para desmistificar preconceitos causados pelo desconhecimento cultural. "O futebol americano é um caso clássico. A primeira impressão que se tem é a de um caos violento. Há brutalidade, mas, examinando as partidas trecho a trecho, é possível analisar os sofisticados esquemas táticos que regem o jogo", explica Neira. A apreciação, entretanto, não é a única alternativa em relação aos vídeos. Pedir que os alunos registrem nesse meio uma apresentação de dança ou uma partida de basquete na escola mostra a eles como avaliar a própria prática.

Fonte: Amanda Polato (novaescola@atleitor.com.br)

terça-feira, 24 de agosto de 2010

Saiba como usar a tecnologia nas aulas de Geografia


Utilize mapas virtuais para ensinar cartografia

 "Revolução" é provavelmente a palavra mais adequada para descrever o impacto das novas invenções sobre o espaço, o principal objeto de estudo da disciplina. Com mapas virtuais, praticamente todos os lugares do mundo estão acessíveis aos olhares curiosos da turma (leia a sequência didática abaixo). Sites como o Google Maps e programas como o Google Earth possibilitam a visualização de partes do globo em versão cartográfica, imagens de satélite, fotos aéreas e até em 3D - algumas vezes, com uma resolução que permite perceber características das construções, quantidade de árvores e até de carros em uma paisagem.

"Mapas e atlas impressos continuam tendo utilidade. Porém aprender a utilizar a cartografia digital permite converter o aluno em sujeito ativo do processo de construção da informação geográfica", avalia Levon Boligian, autor de livros didáticos e professor de Metodologia de Ensino de Geografia da Universidade Estadual do Norte do Paraná (Uenp). O maior diferencial dos mapas virtuais é a interatividade. Além de livre escolha de local, escala e tema (vegetação, fronteiras políticas ou malha de transporte, por exemplo), o usuário ainda tem mobilidade de observação - pode ir para cima e para baixo, para a direita e para a esquerda e até rotacionar as imagens. No Google Earth, há também uma ferramenta que permite ver a transformação na ocupação de um local ao longo do tempo. Para os anos iniciais do Ensino Fundamental, é mais indicado trabalhar com a identificação de elementos geográficos próximos, como ruas e bairros da cidade, ou a comparação dessas áreas com as de cidades de outros países. Já turmas do 6º ano em diante podem avançar nos mapas temáticos ou internacionais.

Fonte: Amanda Polato (novaescola@atleitor.com.br)

 

segunda-feira, 23 de agosto de 2010

Que tal registrar histórias locais usando tecnologia?


Saiba como é possível pesquisar conteúdos de História, utilizando recursos tecnológicos

A internet apresenta leitura quase inesgotável de fontes de pesquisa. Para que se faça bom proveito de tanta riqueza, a classe precisa ter claros os objetivos da investigação. Em seguida, é importante discutir onde encontrar informação confiável. Nesse ponto, seu trabalho é ensinar que, diferentemente do que a garotada costuma acreditar, fatos históricos não são contados de maneira neutra. Qualquer relato traz embutido certa dose de opinião do autor (se isso já é verdade mesmo para os verbetes enciclopédicos, imagine o risco de um aluno confiar cegamente, ao pesquisar sobre a Segunda Guerra Mundial, por exemplo, em um site que defende o revisionismo do Holocausto, argumentando que o extermínio de judeus não ocorreu).

As tecnologias também permitem que os estudantes produzam e compartilhem com facilidade registros da história local. Um exemplo é a parceria do Museu da Pessoa (www.museudapessoa.net), uma instituição que mantém um site sobre histórias de vida, com escolas municipais de São Paulo. Professores, estudantes e funcionários contam relatos pessoais em vídeo, áudio e texto e os colocam em uma comunidade virtual. Narrando suas experiências e contemplando outras, os alunos aprendem que os testemunhos são um importante ponto de partida para conhecer melhor uma realidade ou determinada cultura. "A história de cada um importa", explica Marcia Elias Trezza, coordenadora do projeto.

Fonte: Amanda Polato (novaescola@atleitor.com.br)

 

domingo, 22 de agosto de 2010

Ferramentas tecnológicas nas aulas de Matemática


Calculadora e planilhas eletrônicas auxiliam a turma na resolução de problemas

Nenhuma das inovações tecnológicas substitui o trabalho clássico na disciplina, centrado na resolução de problemas. Estratégias como cálculo mental, contas com algoritmos e criação de gráficos e de figuras geométricas com lápis, borracha, papel, régua, esquadro e compasso seguem sendo essencias para o desenvolvimento do raciocínio matemático.

Entretanto, saber usar calculadoras e conhecer os princípios básicos de planilhas eletrônicas do tipo Excel são hoje demandas sociais. Você deve introduzir esses recursos nas aulas - mas com o cuidado de pontuar que eles não fazem mágica alguma. Ao contrário, sua utilidade se aplica apenas a situações específicas. "O professor deve mostrar que eles são importantes para poupar tempo de operações demoradas, como cálculos e construções de gráficos, quando o que importa é levantar as ideias mais relevantes sobre como resolver a questão", defende Ivone Domingues, coordenadora pedagógica da Escola da Vila.

Enquanto as propostas com calculadora parecem estar mais disseminadas (é comum em várias escolas, por exemplo, utilizá-las para conhecer propriedades do sistema de numeração ou validar contas), o trabalho com planilhas eletrônicas ainda ensaia os primeiros passos. Vale a pena considerar o uso desses aplicativos, já que eles permitem aliar vários conteúdos: coleta de dados, inserção de fórmulas algébricas para cálculos, elaboração de tabelas e tratamento da informação (leia a sequência didática no quadro ao lado).

É importante que as atividades incluam desafios que questionem e ampliem o conhecimento da turma: o que acontece com os resultados da tabela se modificarmos um dos dados da fórmula? E com o gráfico, caso troquemos os valores da tabela? Para mostrar dados cuja soma chega a 100%, qual o tipo mais adequado de gráfico: o de colunas, o de linhas ou o de pizza? "Nessas explorações, o aluno aprende a controlar melhor as alternativas de resolução que a ferramenta oferece", argumenta Ivone.

Por fim, na área de Espaço e Forma, a mesma economia de tempo - dessa vez, na construção de figuras - é possibilitada por programas como o GeoGebra (disponível gratuitamente em www.geogebra.org) e o Cabri Gèométre (pago), que deixam a garotada analisar as propriedades de sólidos e planos, movimentando-os, marcando pontos ou traçando linhas sem a necessidade de redesenhar

Fonte: Amanda Polato (novaescola@atleitor.com.br)

sábado, 21 de agosto de 2010

O uso de recursos da informática nas aulas de Língua Portuguesa


O texto - aquela composição escrita ou falada, que nasceu juntamente com a invenção da linguagem - segue sendo o mesmo. Nossa relação com ele, não. Em suas pesquisas, o historiador da leitura Roger Chartier afirma que o suporte material (papel, áudio, vídeo ou formato digital) exerce influência na relação que estabelecemos com o texto. Nesse sentido, blogs, fotologs e podcasts são novos gêneros, com características próprias. É possível, por exemplo, relacionar links para que o leitor tenha a liberdade de seguir diferentes caminhos - é o chamado hipertexto. Cada vez mais, a turma vai precisar conhecer esses aspectos. A boa notícia é que trabalhos recentes como o do professor Jorge Luiz Marques de Moraes, um dos ganhadores do Prêmio Victor Civita - Educador Nota 10 em 2008 (leia a reportagem na página 64), mostram que dá, sim, para conjugar o aprendizado de novos gêneros (no caso dele, o podcast) com conteúdos tradicionais (a comunicação oral).

Além de gerar novas demandas, as ferramentas digitais modificam procedimentos consagrados na disciplina. O exemplo mais significativo diz respeito à edição e revisão de textos. Em processadores como o Word, a verificação ortográfica é muito facilitada. "O professor pode deixar o corretor ortográfico ligado para que os estudantes tentem resolver, com autonomia, alguns dos erros - o que não o isenta de seguir ensinando ortografia", aponta Cláudio Bazzoni, assessor da prefeitura de São Paulo e selecionador do Prêmio. Em termos de organização textual, a vantagem é poder mudar de lugar, ampliar, cortar e eliminar frases e parágrafos, experimentando novas soluções para a composição sem precisar escrever tudo de novo a cada nova versão.

A informática também pode ajudar no trabalho com gêneros textuais. Na Escola da Vila, na capital paulista, a professora Andressa Mille Fernandes propôs à turma do 4º ano a construção de um informativo sobre o ciclo da água, um conteúdo que já havia sido tratado nas aulas de Ciências. Depois de planejar o texto, decidir o destinatário, selecionar as informações e escrever, as crianças foram para o computador fazer títulos e quadros e escolher fontes e cores. Assim, tanto a forma como o conteúdo da produção se aproximaram ainda mais dos exemplos de jornais, aprofundando a caracterização do gênero estudado.

Fonte: Amanda Polato (novaescola@atleitor.com.br)


sexta-feira, 20 de agosto de 2010

Entrevista com Léa Fagundes sobre a inclusão digital

Pioneira no uso da informática educacional no Brasil, Léa Fagundes cobra políticas públicas para o setor e defende a ajuda mútua entre professores e alunos.
A sala de informática do Laboratório de Estudos Cognitivos da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) abriga, entre vários computadores de última geração, alguns equipamentos sucateados. Embora não sejam tão antigos, esses micros parecem pré-históricos perto dos demais. A comparação entre as máquinas ajuda a perceber a rapidez vertiginosa com que a tecnologia se renova.

Nesse ambiente hi-tech, instalado no Instituto de Psicologia da UFRGS, a professora Léa da Cruz Fagundes recebeu a reportagem de ESCOLA para esta entrevista sobre inclusão digital. Precursora do uso da informática em sala de aula no Brasil, a presidenta da Fundação Pensamento Digital, de Porto Alegre, tem alcançado resultados animadores com as experiências que desenvolve em comunidades carentes do estado. Elas mostram que crianças pobres, alunas de escolas públicas em que não se depositam muitas expectativas, têm o mesmo desempenho que as mais favorecidas quando integradas no ciberespaço.
Segundo a especialista, o caminho mais curto e eficaz para introduzir nossas escolas no mundo conectado passa pela curiosidade, pelo intercâmbio de idéias e pela cooperação mútua entre todos os agentes envolvidos no processo. Sem receitas preestabelecidas e os ranços da velha estrutura hierárquica que rege as relações entre professores e estudantes.

Léa defende a disseminação de softwares livres, sem custo e de fácil acesso pela internet. Consultora de programas federais que visam ampliar a inclusão digital nas escolas brasileiras, a professora pede mais seriedade à classe política: "Os projetos são iniciados e interrompidos periodicamente, pois as sucessivas administrações não se preocupam em dar suporte e continuidade a eles".


O que a senhora diria a um professor que nunca usou um computador e precisa incorporar essa ferramenta em sua rotina de trabalho?
Que não tenha medo de errar nem vergonha de dizer "não sei" quando estiver em frente a um micro. O computador não é um simples recurso pedagógico, mas um equipamento que pode se travestir em muitos outros e ajudar a construir mundos simbólicos. O professor só vai descobrir isso quando se deixar conduzir pela curiosidade, pelo prazer de inventar e de explorar as novidades, como fazem as crianças.

Como deve ser uma capacitação que ajude o professor a se adaptar a essas novas exigências?
É fundamental que a capacitação ofereça ao professor experiências de aprendizagem com as mesmas características das que ele terá de proporcionar aos alunos, futuros cidadãos da sociedade conectada. Isso pede que os responsáveis pela formação se apropriem de recursos tecnológicos e reformulem espaços, tempos e organizações curriculares. Nunca devem ser organizados cursos de introdução à microinformática, com apostilas e tutoriais. Esse modelo reforça concepções que precisam ser mudadas, como a de um curso com dados formalizados para consultar e memorizar. Em uma experiência desse tipo, o professor se vê como o profissional que transmite aos estudantes o que sabe. Se ele não entende de computação, como vai ensinar? Aprender é libertar-se das rotinas e cultivar o poder de pensar!

Que competências os educadores devem adquirir para utilizar com sucesso os recursos da informática?
Os professores em formação necessitam desenvolver competências de formular questões, equacionar problemas, lidar com a incerteza, testar hipóteses, planejar, desenvolver e documentar seus projetos de pesquisa. A prática e a reflexão sobre a própria prática são fundamentais para que os educadores possam dispor de amplas e variadas perspectivas pedagógicas em relação aos diferentes usos da informática na escola.

Onde o professor pode buscar informações sobre inclusão digital?
Ele pode visitar sites e participar de grupos de discussão. Consultar revistas especializadas e cadernos especiais dos jornais também ajuda muito. Outro caminho é buscar conhecimentos mais específicos com estudantes de escolas técnicas ou de cursos de graduação em informática e ouvir os próprios alunos.


É comum encontrar estudantes que têm mais familiaridade com a informática do que o professor. Como tirar proveito disso?
Transformando o jovem em um parceiro do adulto. Quando isso acontece, a relação educativa deixa de ser hierárquica e autoritária e passa a ser de reciprocidade e ajuda mútua. O educador não deve temer que o estudante o desrespeite. Ao contrário, o adolescente vai se sentir prestigiado por partilhar sua experiência e reconhecer a honestidade do professor que solicita sua ajuda. Esse fato é determinante para a criação de um mundo conectado.

A senhora coordena programas ligados à inclusão digital em escolas públicas. Que lições tirou dessa experiência?
Na década de 1980, descobri que o computador é um recurso "para pensar com", e que os alunos aprendem mais quando ensinam à máquina. Em escolas municipais de Novo Hamburgo, crianças programaram processadores de texto quando ainda não existiam os aplicativos do Windows, produziram textos de diferentes tipos, criaram protótipos em robótica e desenvolveram projetos gráficos. Hoje, encontro esses meninos em cursos de ciência da computação, mecatrônica, engenharia e outras áreas. Na Escola Parque, que atendia meninos de rua em Brasília, a informática refletiu na formação da garotada, melhorando sua auto-estima e evidenciando o desempenho de pessoas socialmente integradas. Alguns desses garotos foram contratados como professores e outros como técnicos.

Os alunos da rede pública têm o mesmo desempenho no uso da informática que os de escolas particulares e bem equipadas?
Sim. A tese de doutorado que defendi em 1986 me permitiu comprovar o funcionamento dos mecanismos cognitivos durante a construção de conhecimentos. Nos anos 1990 iniciei as experiências de conexão e confirmei uma das minhas hipóteses: as crianças pobres consideradas de pouca inteligência pelas escolas, quando se conectam e se comunicam no ciberespaço, apresentam as mesmas possibilidades de desenvolvimento que os alunos bem atendidos e saudáveis.

A educação brasileira pode vencer a exclusão digital?
Há excelentes condições para que isso aconteça. No Brasil já temos mais de 20 anos de estudos e experiências sobre a introdução de novas tecnologias digitais na escola pública. Esses dados estão disponíveis. O Ministério da Educação vem criando projetos nacionais com apoio da maioria dos estados, como o Programa Nacional de Informática Educativa (Proninfe) e o Programa Nacional de Informática na Educação (Proinfo). Muitas organizações sociais e comunitárias também colaboram nesse processo.

O que mais emperra o uso sistemático da informática nas escolas públicas?
A falta de continuidade dos programas existentes nas sucessivas administrações. Não se pode esperar que educadores e gestores tomem a iniciativa se o estado e a administração da educação não garantem a infra-estrutura nem sustentam técnica, financeira e politicamente o processo de inovação tecnológica.

Como o computador pode contribuir para a melhoria da educação?
Inclusão digital não é só o amplo acesso à tecnologia, mas a apropriação dela na resolução de problemas. Veja a questão dos baixos índices de alfabetização e de letramento, por exemplo. Uma solução para melhorá-los seria levar os alunos a sentir o poder de se comunicar rapidamente em grandes distâncias, ter idéias, expressá-las como autores e publicar seus escritos no mundo virtual.

Nossas escolas estão preparadas para utilizar plenamente os recursos computacionais?
A escola formal tem privilegiado essa concepção: é preciso preparar a pessoa para que ela aprenda. Mas o ser humano está sempre se desenvolvendo. Assim, as instituições também estão constantemente em processo. Por isso, a escola não precisa se preparar. Ela começa a praticar a inclusão digital quando incorpora em sua prática a idéia de que se educa aprendendo, quando usa os recursos tecnológicos experimentando, praticando a comunicação cooperativa, conectando-se. Mas algumas coisas ainda são necessárias. Conseguir alguns computadores é só o começo. Depois é preciso conectá-los à internet e desencadear um movimento interno de buscas e outro, externo, de trocas. Cabe ao professor, no entanto, acreditar que se aprende fazendo e sair da passividade da espera por cursos e por iniciativas da hierarquia administrativa.

Existe um padrão ideal de escola que usa a tecnologia em favor da aprendizagem?
Não é conveniente buscar padrões. Como sugeria Einstein, quando se trata de construir conhecimento é mais produtivo infringir as regras. O primeiro passo é reestruturar o espaço e o tempo escolares. Devemos dar condições para que os estudantes de idades e vivências diferentes se agrupem livremente, em lugares próximos ou distantes, mas com interesses e desejos semelhantes. Eles vão escolher o que desejam estudar. Essa liberdade definirá suas responsabilidades pelas próprias escolhas. Os professores orientarão o planejamento de forma interdisciplinar. Isso tudo é possível com o registro em ambiente magnético, que é de fácil consulta. Toda a produção pode ser publicada na internet, intercambiada e avaliada simultaneamente por professores de diferentes áreas.

Qual é sua avaliação sobre a proliferação de centros de educação a distância?
Nestes tempos de transição vamos conviver com projetos honestos e desonestos, alguns bem orientados e outros totalmente equivocados. O pior dos males é a voracidade do mercado explorador da educação a distância. Espero que a própria mídia tecnológica dissemine informações para o público interessado ter condições de analisar esses centros. É importante discriminar os cursos consistentes dos que "vendem ensino", ou seja, que reproduzem o ensino da transmissão, fora de contexto, em que o aluno memoriza sem compreender.
Léa da Cruz Fagundes
Gaúcha, com 58 anos de magistério, a coordenadora do Laboratório de Estudos Cognitivos do Instituto de Psicologia da Universidade Federal do Rio Grande do Sul dedica-se há mais de 20 anos à informática educacional. Psicóloga com mestrado e doutorado com ênfase em informática e conferencista internacional requisitada, Léa Fagundes preside atualmente a Fundação Pensamento Digital, organização não governamental que dissemina a computação entre populações carentes.

Fonte: Marcelo Alencar (novaescola@atleitor.com.br)

Nove dicas para usar bem a tecnologia



O INÍCIO  Se você quer utilizar a tecnologia em sala, comece investigando o potencial das ferramentas digitais. Uma boa estratégia é apoiar-se nas experiências bem-sucedidas de colegas.

O CURRÍCULO  No planejamento anual, avalie quais conteúdos são mais bem abordados com a tecnologia e quais novas aprendizagens, necessárias ao mundo de hoje, podem ser inseridas.

O FUNDAMENTAL  Familiarize-se com o básico do computador e da internet. Conhecer processadores de texto, correio eletrônico e mecanismo de busca faz parte do cardápio mínimo.

O ESPECÍFICO  Antes de iniciar a atividade em sala, certifique-se de que você compreende as funções elementares dos aparelhos e aplicativos que pretende usar na aula.

A AMPLIAÇÃO  Para avançar no uso pedagógico das TICs, cursos como os oferecidos pelo Proinfo (programa de inclusão digital do MEC) são boas opções.

O AUTODIDATISMO  A internet também ajuda na aquisição de conhecimentos técnicos. Procure os tutoriais, textos que explicam passo a passo o funcionamento de programas e recursos.

A RESPONSABILIDADE
  Ajude a turma a refletir sobre o conteúdo de blogs e fotologs. Debata qual o nível de exposição adequado, lembrando que cada um é responsável por aquilo que publica.

A SEGURANÇA  Discutir precauções no uso da internet é essencial, sobretudo na comunicação online. Leve para a classe textos que orientem a turma para uma navegação segura.

A PARCERIA  Em caso de dúvidas sobre a tecnologia, vale recorrer aos próprios alunos. A parceria não é sinal de fraqueza: dominando o saber em sua área, você seguirá respeitado pela turma.

Fontes: Adriano Canabarro Teixeira, especialista de Educação e tecnologia da UFRGS, Maria de Los Dolores Jimenez Peña, professora de Novas Tecnologias Aplicadas à Educação Da Universidade Mackenzie, e Roberta Bento, diretora da Planeta Educação.

Um guia sobre o uso de tecnologias em sala de aula

Um painel para todas as disciplinas mostra quando - e como - as novas ferramentas são imprescindíveis para a turma avançar

TICs, tecnologias da informação e comunicação. Cada vez mais, parece impossível imaginar a vida sem essas letrinhas. Entre os professores, a disseminação de computadores, internet, celulares, câmeras digitais, e-mails, mensagens instantâneas, banda larga e uma infinidade de engenhocas da modernidade provoca reações variadas. Qual destes sentimentos mais combina com o seu: expectativa pela chegada de novos recursos? Empolgação com as possibilidades que se abrem? Temor de que eles tomem seu lugar? Desconfiança quanto ao potencial prometido? Ou, quem sabe, uma sensação de impotência por não saber utilizá-los ou por conhecê-los menos do que os próprios alunos?

Se você se identificou com mais de uma alternativa, não se preocupe. Por ser relativamente nova, a relação entre a tecnologia e a escola ainda é bastante confusa e conflituosa. NOVA ESCOLA quer ajudar a pôr ordem na bagunça buscando respostas a duas questões cruciais. A primeira delas: quando usar a tecnologia em sala de aula? A segunda: como utilizar esses novos recursos?

Dá para responder à pergunta inicial estabelecendo, de cara, um critério: só vale levar a tecnologia para a classe se ela estiver a serviço dos conteúdos. Isso exclui, por exemplo, as apresentações em Power Point que apenas tornam as aulas mais divertidas (ou não!), os jogos de computador que só entretêm as crianças ou aqueles vídeos que simplesmente cobrem buracos de um planejamento malfeito. "Do ponto de vista do aprendizado, essas ferramentas devem colaborar para trabalhar conteúdos que muitas vezes nem poderiam ser ensinados sem elas", afirma Regina Scarpa, coordenadora pedagógica de NOVA ESCOLA.

Da soma entre tecnologia e conteúdos, nascem oportunidades de ensino - essa união caracteriza as ilustrações desta reportagem. Mas é preciso avaliar se as oportunidades são significativas. Isso acontece, por exemplo, quando as TICs cooperam para enfrentar desafios atuais, como encontrar informações na internet e se localizar em um mapa virtual. "A tecnologia tem um papel importante no desenvolvimento de habilidades para atuar no mundo de hoje", afirma Marcia Padilha Lotito, coordenadora da área de inovação educativa da Organização dos Estados Ibero-Americanos para a Educação, a Ciência e a Cultura (OEI). Em outros casos, porém, ela é dispensável. Não faz sentido, por exemplo, ver o crescimento de uma semente numa animação se podemos ter a experiência real.

As dúvidas sobre o melhor jeito de usar as tecnologias são respondidas nas próximas páginas. Existem recomendações gerais para utilizar os recursos em sala (veja os quadros com dicas ao longo da reportagem). Mas os resultados são melhores quando é considerada a didática específica de cada área. Com o auxílio de 17 especialistas, construímos um painel com todas as disciplinas do Ensino Fundamental. Juntos, teoria, cinco casos reais e oito planos de aula (três na revista e cinco no site) ajudam a mostrar quando - e como - computadores, internet, celulares e companhia são fundamentais para aprender mais e melhor.
Fonte: Revista Nova Escola

quinta-feira, 19 de agosto de 2010

"Educar na Cultura Digital" é tema de debate na Bienal do Livro"

Uma das atrações da 21° Bienal Internacional do Livro de São Paulo nesta sexta-feira, 20, será o debate "Educar na Cultura Digital" promovido pelas Fundações Telefônica e Santillana. O evento, que também conta com o apoio da Organização dos Estados Iberoamericanos (OEI), terá início a partir das 19h30. Para participar é preciso se inscrever pelo e-mail andrea.nascimento@moderna.com.br ou pelo telefone (11) 2790.1520. As vagas são limitadas. Quem não puder comparecer ao debate poderá acompanhar a transmissão online pelo site www.educarnaculturadigital.org.br.
Três especialistas do assunto participarão da discussão. São eles, Léa Fagundes, coordenadora do Laboratório de Estudos Cognitivos do Instituto de Psicologia da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, que se dedica há mais de 20 anos à informática educacional; Rodrigo Nejm, diretor de Prevenção da Safernet e responsável pela criação de materiais pedagógicos e pesquisas para prevenção aos cibercrimes contra Direitos Humanos no Brasil; e André Lemos, professor da Faculdade de Comunicação da Universidade Federal da Bahia e diretor do Centro Internacional de Estudos Avançados e Pesquisa em Cibercultura. A mediação será da apresentadora de rádio e TV, Renata Simões.
Grupo de Estudos
O debate também foi escolhido como espaço para o lançamento do Grupo de Estudos pela Internet envolvendo a mesma temática. O objetivo das Fundações Telefônica e Santillana é colaborar para a absorção de novos códigos e linguagens da era digital, visando ao desenvolvimento intelectual e cultural de profissionais envolvidos com o uso das Tecnologias da Informação e Comunicação (TIC). Além de incentivar o exercício responsável e ético de novas práticas sociais.
Para a viabilização do Grupo de Estudos, foi projetado um espaço online, com ambiente interativo, na plataforma tecnológica de ensino à distância do Programa EducaRede, da Fundação Telefônica, que promove a educação, principalmente com a aplicação das tecnologias voltadas para a comunicação e a informação. Os participantes terão a sua disposição materiais didáticos e de apoio, com indicação de fontes de pesquisa, além de recursos como bate-papos e palestras com especialistas, transmitidos via streamer pela TV WEB da Fundação Santillana.
A mediação online será organizada de forma a potencializar o aprofundamento de conteúdos e a troca de conhecimento e experiências entre os participantes, durante a realização de cinco módulos de estudo, em torno dos seguintes temas: Mundo Digital; Geração Interativa (ou Geração Y); Aprendizagem na Cultura Digital; Ensino e Inovação Pedagógica; e Avaliação do uso das TIC.
O Grupo de Estudos inicia suas atividades em agosto, com duração prevista para até dezembro. As inscrições são gratuitas e devem ser feitas via internet, através do endereço www. educarnaculturadigital.org.br.

ERA DA TECNOLOGIA NO DIREITO


Operadores de Direito precisam de treinamento

POR JOSÉ S. FAGUNDES CUNHA

As inovações em termos de recursos tecnológicos através do computador e softwares demandam uma tomada de posição ousada e inovadora.

A utilização dos recursos de computação apenas como uma máquina de escrever e a internet apenas como mecanismo de busca de precedentes jurisprudenciais é um realidade entre não poucos.

Os limites e possibilidades dos softwares disponíveis são desconhecidos da maioria dos operadores do direito.

Há, ainda, uma mensagem no inconsciente coletivo no sentido da segurança do registro e processamento das informações, o que, no mais das vezes, é apenas para esconder a real intenção que é a de não manifestar a ausência de conhecimento e de treinamento para operar as novas tecnologias disponíveis, quando não, desconhecidas as próprias.

Há duas décadas pesquiso a mediação endoprocessual e a conciliação[1]. No Juizado Especial Cível da comarca de Ponta Grossa, com parcos recursos tecnológicos e de pessoal, implementou modesto sistema que resultou em mais de 10.000 (dez mil) casos resolvidos em aproximadamente três anos, com mais de 40 livros de registro de sentenças.

A Faculdade de Direito dos Campos Gerais e a Faculdade de Direito de Porto Alegre, em projetos didáticos-pedagógicos de minha autoria, foram as primeiras a estabelecer a disciplina de Juizados Especiais e formas alternativas de resolução dos litígios, com ênfase em mediação endoprocessual.

A cultura adversarial na formação dos cursos de direito afasta a formação e a informação de outras formas de resolução dos litígios.

Sempre ressaltei um exemplo simples de Soveral Martins, mestre português, que preconiza que se falecem os genitores, deixam duas filhas e uma laranja de herança. Se o poder judiciário for decidir quem será o proprietário, irá cortá-la e distribuir em partes iguais; enquanto há a opção de indagar qual o real interesse de cada interessada, uma delas pode querer a casca para elaborar um manjar e outra o sumo.

Em Segunda Instância perfeitamente possível a conciliação e o Conselho Nacional de Justiça têm incentivado a pratica, como em recente atividade intensiva realizada ao final do ano próximo passado, inclusive pelo Tribunal de Justiça do Estado do Paraná, sob a liderança do Desembargador Walter Hessel.

A sistemática hoje utilizada é de conciliações de feitos em que as partes são da comarca da região metropolitana de Curitiba sejam realizadas na sede do Tribunal de Justiça.

A tecnologia possibilita a realização de conciliação on line mesmo com partes que residem em outras comarcas, ou seja, comarcas do interior do Estado, entre elas ou a da região metropolitana de Curitiba.

Há um software denominado ooVoo que possibilita a realização de conexão com qualquer pessoa, a qualquer hora, com vídeo-chamadas, mensagens de vídeo, chamadas de telefone e texto e muito mais.

Possibilita, inclusive, em tempo real, a conversação com imagem com pessoas que não podem reunir-se em pessoa, economizando tempo, viagem, dinheiro, papel etc. A conversação e a imagem podem ser gravados através de uma webcam. Realizamos a primeira experiência em sessão de conciliação em meu Gabinete, com êxito, resultando em uma proposta de transação.

Há o compromisso de que as seguradoras indicarão feitos em que tem interesse em promover transação, ainda que com partes do interior do Estado do Paraná, a fim de que sejam promovidas as possíveis transações em sessões de conciliação.

Contam, ainda que como lenda urbana, que os Estados Unidos gastou milhões de dólares para preparar uma caneta para escrever na lua, quando lá estivessem os astronautas, os russos teriam levado um lápis.

A solução na tardança do provimento jurisdicional e a solução das conciliações com baixo custo, agilidade e segurança, passam pelo processo eletrônico. É preciso coragem para romper práticas ultrapassadas, desconectadas com as formas de registro e processamento da informação. É preciso esquecer a pena de ganso, a máquina de escrever e deixar de utilizar o computador como se fosse máquina de escrever.

É preciso treinamento para os operadores do direito! É preciso interlocução entre os operadores do direito e outros técnicos afeitos à gestão da informação, para um processo civil e um processo penal renovados.

Não há como evitar a inteligência artificial suporte para um processamento da informação inteligente, como reiteradamente afirmo, desde o controle de admissibilidade do recurso, carga dos autos, assinatura eletrônica também dos advogados, intimações por e-mail e tantas outras facilidades, com barateamento de custo do processo para as partes, mas para tanto há que existir vontade política de todos os operadores do direito.

quarta-feira, 11 de agosto de 2010

Sobre Competências e Habilidades no Século XXI

Quem diria? Eu sou do século passado. Mas estou de pés no chão no século presente. Em poucos anos, nem faz meio século, passei num vapt , vupt, das leituras à luz de velas aos comunicadores instantâneos que em tempo real me transportam ao outro lado do mundo. Haja mudanças nisso! Eu sinto na pele as transformações que a tecnologia trouxe, exigindo habilididades e competências para assimilar e lidar com essas novas situações. Dizem que em terra de cego, quem tem um olho é rei. Pois bem, hoje é ´necessário ter a competência de ver além ,como professores da modernidade, inserindo nas práticas pedagógicas o cotidiano. Não podemos ficar sempre no século passado , apegados a modos antigos de viver, porque quer queiramos, quer não , as mudanças acontecem inependente de nossa vontade individual. E com elas novas exigências aos educandos, que precisam ter competência para resolver situações problema, usando criatividade e senso de coletividade. Só nesse ano de 2010, já perdemos a conta dos desatres naturais que envolveram desde terremotos, enchentes, vulcões até desatres protagonizados pelas mãos humanas como acidentes no trânsito aéreo e terrestre, vazamentos gigantescos no mar. Pedófilos, assassinos, torturadores de crianças estão entre os que deveriam ser referência de comportamento.O que temos a ver com isso? O que a escola pode fazer nessa situação? Continuar ensinando sujeito oculto ou composto? Ou oportunizar aos educandos serem sujeitos agentes, capazes de mudar essa história? Fica a reflexão!!!

Contribuição:
Marli Dagnese Fiorentin
Rio Grande do Sul, Brasil