quinta-feira, 30 de setembro de 2010

Tecnologia nas escolas: tem, mas ainda é pouco

Os recursos materiais para uso da tecnologia já estão disponíveis, ao menos nas escolas públicas das grandes capitais. Mas ainda são insufici

Os números da pesquisa feita pela Fundação Victor Civita mostram que há equipamentos nas escolas, mas seu uso ainda é muito mais burocrático do que pedagógico. Os funcionários administrativos acessam as máquinas 4,7 vezes por semana, em média – enquanto os professores só fazem isso 3,2 vezes por semana e os alunos ainda menos: 2,6 vezes por semana, em média. Entre outros fatores, a quantidade de máquinas disponíveis faz diferença (como mostra a tabela da próxima página). Quanto mais computadores a escola tem, maior é a frequência de uso para atividades educacionais, inclusive com a participação dos estudantes.

Além disso, a conexão à internet é fundamental para desenvolver um bom trabalho. Segundo o levantamento, as escolas que têm apenas conexão discada acabam utilizando as máquinas apenas para atividades administrativas ou para tarefas muito básicas, como ler notícias, copiar conteúdos, consultar mapas, usar calculadora ou planilha eletrônica. Já nas escolas em que os professores fazem um uso mais avançado da tecnologia em atividades com os alunos (como criar blogs e páginas na web, programar ou desenvolver projetos de iniciação científica ou usar robótica educacional e programas de modelagem 3D), o acesso é quase sempre via banda larga.

Roseli Lopes de Deus, pesquisadora do Laboratório de Sistemas Integráveis da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (LSI/USP) e uma das coordenadoras do estudo, destaca que a questão da mobilidade também é essencial para um bom uso das máquinas a serviço da aprendizagem. "Nos próximos anos, eu acredito que teremos acesso a um produto que vai ficar entre um celular e um laptop, ou seja, será fácil de carregar e terá capacidade de armazenamento razoável e preço menor que o dos laptops atuais", diz ela (leia mais na entrevista abaixo).

Vire a página e confira a experiência de um município do estado do Rio de Janeiro que está conseguindo aliar a tecnologia ao dia a dia de todas as escolas da rede – e conheça algumas propostas que as redes públicas podem adotar para tornar os computadores mais próximos de professores e alunos.
18% das escolas que têm laboratório de informática não usam o recurso para trabalhar com os alunos.
Foto: Marina Piedade
Foto: Marina Piedade
Roseli Lopes de Deus é pesquisadora do Laboratório de Sistemas Integráveis da Escola Politécnica da USP, que coordenou a análise dos dados levantados pelo Ibope em 400 escolas de 13 capitais brasileiras

O que mudou nos últimos dez anos no investimento em computadores para escolas?
Roseli Hoje, paga-se menos por computadores mais potentes e com recursos multimídia e a tecnologia sem fio pode facilitar muito o acesso à internet, que antes era difícil e caro. O governo reduziu os impostos na produção de computadores e criou programas para facilitar a aquisição de máquinas pelos professores. E ainda há o projeto Um Computador por Aluno, um passo além do conceito do laboratório de informática.

A mobilidade dos equipamentos pode melhorar o uso?
Roseli
Poder usar o equipamento onde quiser, da maneira que quiser, é uma vantagem óbvia. Ainda há uma questão com a segurança. Enquanto os laptops custarem caro, os diretores escolares terão medo de deixá-los circulando pelas salas.

O que falta para ampliar o acesso à tecnologia?
Roseli Investir ainda mais em equipamentos e em mobilidade. Mas vejo um cenário positivo, pois a tecnologia na Educação entrou na pauta nacional. Todos sabem que o acesso à internet é tão importante quanto a eletricidade e o saneamento básico, pois é a possibilidade de se conectar e aprender sempre que vai tornar os jovens mais preparados para o mundo do trabalho.

E o que os professores podem fazer na sala de aula?
Roseli Eles têm ferramentas poderosas para alcançar os objetivos de ensino e precisam estimular os alunos a usar o computador e a internet para avançar nos conteúdos.
Fonte : http://revistaescola.abril.com.br/politicas-publicas/planejamento-e-financiamento/tem-mas-ainda-e-pouco-519549.shtml

 

terça-feira, 28 de setembro de 2010

Informática

Com o crescimento acelerado das tecnologias que nos rodeiam a cada dia com uma novidade nova, fica muito difícil estar por dentro de tudo que acontece nas novidades da informática.
É um tal de twiter, you tube, Orkut, Iphone, Pen drive, Adsl… Ufa uma série de termos que para muitos é comum e para tantos outros é mesmo coisa que estar falando grego.
Se você está entrando nessa era maluca da informática, seja bem vindo e saiba que isto não tem mais volta. Daqui por diante tudo ao seu redor vai ter um dedinho de tecnologia.
Mesmo que você não opere um computador as novidades da informática estão presentes na vida das pessoas que possuem uma TV, na hora de tirar o dinheiro no caixa eletrônico, na hora de votar e tantos outros lugares.
Para você que quer estar sempre atualizado sobre novidades da informática, não deixe de acessar o site idgnow no seguinte link: http://idgnow.uol.com.br e fique por dentro de tudo que rola no mundo da tecnologia.


Leia mais: http://www.jfsolucoes.com/novidades-da-informatica.html#ixzz10peWMfCc

domingo, 19 de setembro de 2010

O que o aluno espera de um professor em sala de aula?

Pesquisador realizou entrevistas abertas com estudantes e questionou o que é um professor amigo
Alunos no gostam de professor "bonzinho+ demais, nem de ditador. O mestre de todas as horas deve ser justo, no chamar a atenção de todo o grupo quando a culpa é apenas de um, deve exercer a sua autoridade com bom senso. Esta é a concluso da pesquisa realizada pelo psicopedagogo, matemático, mestre em educação, escritor e diretor do Colégio Martinus, Marcos Meier.

Tantos títulos na vida de uma única pessoa no poderiam resultar em outra coisa, seno em um livro. "Mediação da Aprendizagem: Contribuições de Feuerstein e Vygotsky+ foi lançado no dia 10 de maio como um acréscimo para as teorias da educação. O livro é resultado de uma pesquisa realizada entre alunos do ensino médio que apontaram o que é importante na relação entre o aluno e o professor. "Eles diziam que para ser um excelente professor, ele precisa ser amigo. claro que meu ouvido de psiclogo no gostou muito desta resposta. Como um educador pode ser amigo?+, diz. A partir daí, Meier realizou entrevistas abertas para questionar aos estudantes o que é um professor amigo. Para a surpresa dele, eles responderam outra coisa.

Gazeta do Povo - O que foi possível concluir com a pesquisa?

Marcos Meier - O professor amigo descrito pelos alunos é bem diferente do que imaginávamos. Eles classificaram um bom professor a partir de Três caracteríséticas. A primeira se refere aquela pessoa que escuta de verdade. uma escuta ativa em que o professor presta atenção no que aluno está com dúvida. Tem professor que no deixa o aluno terminar a pergunta e já vai respondendo...eles odeiam isso. Em segundo lugar, os alunos querem que o professor exerça sua autoridade, no abdique dela nem terceirize a autoridade dele para a coordenação, por exemplo. Eles diziam assim: quando tiver um aluno atrapalhando o professor, ele tem que expulsar este aluno da sala de aula. Veja, na educação ns no defendemos isso, mas o aluno quer, ele deseja que o professor faça a aula acontecer. Em terceiro lugar o aluno quer um professor justo. Ele no pode dar uma bronca em todo mundo por causa da postura de um aluno. Quando prestamos mais atenção nestas caracteríséticas, percebemos que este amigo está muito mais relacionado figura paterna do que um colega de classe.

Qual é a contribuiço da pesquisa para as teorias da educação?

Existe uma teoria israelense conhecida no Brasil como teoria da mediação. Ela resgata o valor do professor como aquele que ajuda o aluno a aprender. Ao invés de ser aquele professor mais antigo, que somente passa a informação, dentro desta teoria o professor é visto como um mediador. Ele provocêa o aluno, coloca sal na boca dos estudantes para que eles fiquem com sede de conhecimento.
Reprter: Pollianna Milan

Fonte:
Gazeta do Povo 

quarta-feira, 15 de setembro de 2010

Como fazer vídeo para colocar no YouTube Passo a Passo

passo1Você pode fazer um filme usando uma câmera digital, webcam, ou telefone celular. Se você fizer usando o celular, você pode colocar o vídeo direto no YouTube. Você precisa apenas configurar sua conta no YouTube para aceitar vídeos direto do celular.

Passo 2:

passo2Edite  seu vídeo. Programa para editar vídeos – Download . Programas como o iMovie do Mac ou Windows MovieMaker “são bons, adicione título, efeito, cortar as partes desnecessárias, ninguém assiste vídeos com 10 minutos. O ideal é ter menos de 2 minutos.

Passo 3:

passo3Redimensione seu vídeo para que tenha uma melhor qualidade no YouTube. O Youtube aceita QuickTime. MOV, Windows. AVI entre outros formatos.

Passo 4:

passo4Se você ainda não tem uma conta Youtube, Crie uma e Clique em fazer upload de vídeos no canto superior direito da página inicial.

Passo final:

passo5 Crie um título, descrição, tags, categoria e idioma. Quanto mais informação, melhor para ajudar as pessoas a encontrar o vídeo. Thats it!
Fonte: http://cilenebonfim.com

segunda-feira, 13 de setembro de 2010

LEI 191 DE 2009

Esta Lei estabelece procedimentos de socialização e prevê medidas protetivas para os casos de violência contra o professor oriunda da relação de educação.
Este projeto de lei pretende combater o aumento da violência nas escolas, criando medidas de proteção para o professor agredido, punições para o aluno agressor e aplicação de multa contra as escolas que não derem o encaminhamento adequado para situações de conflito. De autoria do senador Paulo Paim, o projeto já foi aprovado pela Comissão de Educação e Cultura do Senado e segue para a Comissão de Constituição e Justiça antes de ser enviado para a Câmara dos Deputados.
Para fazer a leitura completa dest legislação, utilize o link abaixo.

DOWNLOAD AQUI - Lei 191 /2009

quarta-feira, 8 de setembro de 2010

ERA DIGITAL NA EDUCAÇÃO


O mundo globalizado exigirá do indivíduo várias condições para os novos conhecimentos. Portanto ressalto o conhecimento da informática indispensável, pois nesta atual revolução tecnológica que estamos vivendo, as pessoas são os elementos mais valorizados, basta transformar todas as informações em conhecimento.

É indispensável encorajar desde cedo uma atitude equilibrada e crítica em relação ao computador. Ele não deve ser visto como algo assustador ou complexo demais. Da mesma forma a informática educativa não deve ser encarada como solução para os problemas de ensino, mas sim como um meio que estimule e desenvolva as funções intelectuais dos alunos; sem limitar o treinamento dos professores ao uso de mais uma tecnologia, tornando-os meros repetidores de experiências que nada acrescentam de significativo à educação. O fundamental é que os professores apropriem criticamente as tecnologias descobrindo as possibilidades de utilização que elas colocam à disposição da aprendizagem do aluno, favorecendo dessa forma o repensar do próprio ato de ensinar. Assim, no processo ensino-aprendizagem o aluno não é mais um repositório de informações, muitas vezes difíceis de serem alcançadas em tempos passados, e sim um independente na busca de informações e da sua construção dos conhecimentos impostos pelas mudanças rápidas no mundo. Ainda que, o papel do professor deve ser não o de ensinar, mas o de ensinar, mas o de facilitar a aprendizagem, liberando a curiosidade do aluno, é que analiso a introdução do computador na escola de maneira que ela seja mais uma ferramenta, um recurso, ou seja, um mediador cultural na perspectiva em que a aprendizagem se dá na relação entre sujeito e o conteúdo a ser aprendido através de uma ponte entre os quais está o computador que pode facilitar ou dificultar tal processo.

A escola não poderá lidar apenas com informações prontas, acabadas, mas deverá preocupar-se mais com a capacidade do aluno aprender. O importante não é mais a quantidade de conhecimentos, mas o que esses conhecimentos possibilitam como degraus para as novas aprendizagens futuras. Assimilar o novo esteja ele relacionado às modificações da trajetória da vida pessoal ou profissional das pessoas exige mais do que um simples domínio de técnicas, é preciso construir e reconstruir padrões de comportamento através da compreensão do real sentido e importância na introdução de equipamentos no contexto escolar. Para obter êxito nesse processo é necessário que cada profissional envolvido tenha visão clara do sentido que as mudanças resultantes da adoção de tais novidades tecnológicas, cuja característica fundamental é proporcionar a construção de novas formas de ensinar-aprender. Não esquecendo em momento algum que qualquer programa com uma metodologia adequada pode ser um software educacional, é uma questão de criatividade e planejamento.

terça-feira, 7 de setembro de 2010

Do Giz à Era Digital

Livro de Maria Lucia Santos, lançado pela Editora Zouk

SOBRE A OBRA: A obra analisa a transformação que acontece na área de Educação. A autora parte do pressuposto de que a Era Digital chegou para atender às exigências de um mundo globalizado. Deste modo, é necessária uma avaliação da trajetória que o educador disposto a se atualizar com essas novas tecnologias será obrigado a trilhar.

O primeiro capítulo traz uma retrospectiva histórica do surgimento da escola, para fazer um contraste com o panorama atual do mundo da tecnologia. Já no segundo e no terceiro capítulo, a autora trata das inovações tecnológicas na educação e discute o que é ser um professor na era digital. O quarto capítulo é reservado ao programa ProInfo (Programa Nacional de Informática na Educação), do Ministério da Educação brasileiro, e tem como objetivo a reflexão da finalidade desse projeto para as escolas. Na conclusão da obra há uma retrospectiva do processo completo da pesquisa da autora.

A obra visa repensar o desenvolvimento do educador e das escolas, devido às constantes inovações tecnológicas. Segundo o livro, os educadores e as escolas são agentes fundamentais para a formação de novas gerações para o futuro.

De acordo com a autora:
"Estamos num momento especial na história da Educação, num ínterim entre o giz e o computador. Essa transição gera expectativas, impõe novas posturas para se organizar e gerenciar uma escola, uma sala de aula, pessoas. É importante re-situar as funções do professor, de seu trabalho no tempo, aproveitando suas experiências, frutos de uma história, e que indicam a necessidade de se adotar novas posturas para que as mudanças sejam emergentes do mundo sejam acompanhadas. A adoção de novas posturas pertence a todos que estão comprometidos com a ação educativa".

Maria Lúcia Santos é pedagoga e psicopedagoga, mestre em Educação, consultora e palestrante na área educacional e do desenvolvimento pessoal e profissional.

segunda-feira, 6 de setembro de 2010

Como utilizar as tecnologias educacionais na escola

Há um consenso de que devemos trabalhar com as tecnologias em prol da educação. O que não se definiu ao certo é o como...

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Desde que o computador “colocou” os pés na escola, nos anos 1980 e 1990, que o dilema permanece... Desde Papert com seu Logo até os dias atuais de blogs e sites que se busca uma resposta exata.

Já vivemos a época da Informática terceirizada, em que empresas levam à nossa escola “uma solução completa”. Passamos pelos softwares educativos, os de autoria, pela necessidade de capacitação dos docentes e, cá estamos nós, ainda discutindo...

Não tenho uma resposta definitiva, porém, pelas vivências e experiências destes últimos 15 anos dedicados ao estudo das tecnologias educacionais, acredito que os recursos digitais contemporâneos devem ser introduzidos na escola de acordo com o projeto pedagógico.

Devem propiciar momentos de aprendizagem, com base nos conteúdos curriculares, nas necessidades específicas dos grupos, nos temas de pesquisas propostos... E não soltos pelo ar...

Vamos perceber as diferenças entre o uso integrado ao projeto pedagógico e outro meio “de qualquer jeito”:
Modelo 1

Uma professora de língua portuguesa decide fazer um blog com os alunos. Dá um tema qualquer e orienta que cada aluno deve fazer o seu.

Depois acessa cada um, corrige eventuais erros ortográficos e gramaticais, e pronto.
Modelo 2

Uma escola realiza a leitura de um livro por bimestre. Em vez de indicar um livro, a professora disponibiliza 10 títulos aos alunos. Para que ela possa acompanhar o trabalho, bem como os colegas, sugere que os alunos montem um blog sobre sua escolha literária. Orienta sobre alguns itens que são essenciais ao trabalho: mencionar ficha técnica do livro, escrever um sumário, descrição dos principais personagens, etc.

Os colegas que leram as mesmas obras podem contribuir uns com os outros e toda a turma deve acessar os blogs dos colegas de modo a conhecer outros livros.

Além da leitura propriamente dita, a docente trabalhou as questões da escrita, o trabalho de equipe, o gosto pela leitura, entre outros aspectos.



O modelo 2 é muito mais significativo, não?

Assim creio que a grande questão é utilizar as tecnologias para potencializar ações pedagógicas. E diria mais: entre usar “meia-boca” e não usar, prefiro não usar nada de tecnologias contemporânea e realizar um bom trabalho em sala de aula. O uso inadequado de tais recursos não traz apenas prejuízos acadêmicos, mas rouba o bem mais precioso que o ser humano tem: o tempo!

Enfim, antes de ir ao Laboratório de Informática, é preciso inserir essa atividade no planejamento, contextualizá-la e torná-la significativa sob o ponto de vista educacional, e não apenas prazerosa...

Por Danielle Lourenço
04/05/2010

domingo, 5 de setembro de 2010

O sentido da inclusão digital

O sentido da inclusão digital

Imagine dois cenários para o futuro do Brasil:
Beth Almeida

Cenário 1
Redução da diferença educacional e social, com a nova geração tendo maior consciência dos problemas e atuando na melhoria da qualidade de vida.

Cenário 2
Ampliação do abismo educacional e social, com aumento do contingente de pessoas sem condições para disputar postos de trabalho.

A diferença entre a melhor e a pior situação pode estar em uma expressão muito falada, mas pouco praticada: inclusão digital e social.

Esta é a visão da professora Maria Elizabeth Bianconcini de Almeida, coordenadora do Projeto Gestão Escolar e Tecnologias desenvolvido em parceria com a Microsoft, e que está sendo realizado nas escolas da Rede Estadual de São Paulo.

“O acesso às tecnologias adquire sentido quando se consegue atribuir significado às informações e expressar-se por meio dessa tecnologia, utilizando-a para resolver problemas da própria vida”, destaca.

Doutora em Educação e professora do Programa de Pós-Graduação em Educação: Currículo, do Departamento de Ciência da Computação da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP), acaba de lançar também o livro Inclusão Digital do Professor – formação e prática pedagógica (Ed. Articulação Universidade/Escola), que traz a tona discussões a respeito da prática pedagógica do professor no uso das Tecnologias de Informação e Comunicação (TICs).

Participou entre os dias 8 e 11 de setembro de 2004 da 47ª Conferência Internacional de Educação, e confirmou no encontro mundial o que intuitivamente já se imaginava: o acesso e uso das TICs é decisivo para o futuro de qualquer país.
Confira a seguir a entrevista de Beth Almeida:

O Brasil está muito atrás dos países mais desenvolvidos em relação ao uso de tecnologias aplicadas à educação?

Em relação à proposta inovadora de uso das TICs na educação não estamos atrasados. A diferença está na disponibilidade de equipamentos e principalmente de profissionais devidamente qualificados para preparar os professores. Por exemplo, há 15 anos, seria necessário muito esforço para disponibilizar equipamentos para capacitar, digamos, 50 educadores. Atualmente, a maioria das instituições brasileiras de formação dispõe de equipamentos para realizar essa preparação. Mas ainda faltam profissionais para atuar na formação dos professores. A adequada preparação de educadores exige muito mais recursos e tempo do que a aquisição de equipamentos.

Quais iniciativas a sra. destacaria como boas experiências no Brasil?

O Brasil possui excelentes experiências de uso educacional das TICs. Nosso maior problema continua sendo a incorporação das tecnologias às atividades de sala de aula e ao cotidiano dos sistemas de ensino. Temos experiências inovadoras, porém ainda estamos em fase de apropriação e disseminação.

Projetos bem-sucedidos em outros países podem ser adaptados ao Brasil?

Referências de outras experiências podem ser basilares para o trabalho brasileiro, assim como as experiências brasileiras podem ser reapropriadas por outros países, desde que sejam analisadas e contextualizadas a cada realidade.

O que chamou mais a sua atenção no Congresso da Unesco em Genebra?

A preocupação com o uso das TICs em sala de aula perpassou todas as apresentações e oficinas. Também ficou evidente que a incorporação das TICs ainda ocorre em situações específicas e não está disseminada pelos sistemas de ensino em distintas partes do mundo, mesmo quando existem equipamentos disponíveis. Mais uma vez, fica clara a importância de investir na formação de educadores.

Na prática, é viável implementar grandes políticas nacionais de uso das tecnologias ou as iniciativas pontuais geram melhores resultados?

Deve haver movimento nos dois sentidos, sendo que ambos se realimentam.

Em relação às escolas públicas e particulares no Brasil, há um abismo no uso das TICs em sala de aula?

Há um abismo na disponibilidade de recursos tecnológicos. Mas a incorporação concreta das TICs às atividades de sala de aula ainda acontece timidamente tanto em escolas públicas quanto particulares.

O que falta para que as TICs sejam, de fato, úteis aos professores, alunos e comunidade escolar?

É preciso maior investimento na formação continuada dos educadores e disponibilidade de equipamentos para todos com conexão de qualidade à Internet.

Quais as prioridades que os governos devem ter em relação ao uso de TICs nas escolas públicas?

Formação de educadores, entre professores e gestores, disponibilidade de equipamentos, conexão e pessoal de suporte, como é o caso do Programa Aluno-Monitor e de técnicos devidamente preparados.

De um lado existe a demanda tecnológica (aquisição, manutenção e atualização de hardware e software). De outro, a formação dos profissionais que vão lidar com a tecnologia e transmitir conhecimentos. Na visão da sra., onde reside a maior deficiência nas escolas públicas?

Todos esses aspectos caminham juntos e constituem enormes desafios a superar. A parceria entre diferentes instâncias do setor publico, bem como a participação da iniciativa privada podem impulsionar os avanços.

De que modo?

Definindo políticas públicas e garantindo recursos que permitam atuar em todas as dimensões simultaneamente. Já temos conhecimento produzido sobre como fazer a formação de educadores para a incorporação das TICs na sala de aula. A questão é que não se pode exigir que o professor o faça, quando ele mesmo não está inserido na cultura digital e somente tem acesso ao computador no momento da sua aula, juntamente com os alunos.

E qual o caminho para desenvolver a cultura digital?

É necessário interagir com a tecnologia, apreender suas principais propriedades e potencialidades para uso pedagógico. Isso não significa apenas facilitar a compra de computadores e ofertar curso técnico de informática aos professores. Trata-se de uma formação continuada que integra as dimensões de domínio tecnológico, prática pedagógica com o uso da tecnologia, teorias educacionais e gestão de espaços, tempos e recursos. O sentido da inclusão digital do aluno está inter-relacionado com o sentido da inclusão digital do professor, do gestor escolar e de todos que atuam na escola.

quinta-feira, 2 de setembro de 2010

Uso de meios digitais na educação pode melhorar aprendizagem

Ana Carolina Athanásio / Agência USP
A inclusão de recursos digitais em salas de aula ajuda a aumentar a comunicação entre estudantes e professores. Projetos desenvolvidos por meio de blogs e aulas interativas incentivam a maior participação dos alunos nas atividades escolares e proporcionam benefícios na aprendizagem. “Os alunos praticamente já nascem sabendo usar computadores e nada mais natural e importante do que os professores passarem a usar os recursos digitais para melhorar o aproveitamento da disciplina”, afirma a professora Lina Maria Braga Mendes.

O pouco uso de meios digitais na educação foi um dos motivos que fizeram com que Lina iniciasse sua pesquisa de mestrado na Faculdade de Educação (FE) da USP, Experiências de fronteira: os meios digitais em sala de aula, sob orientação daprofessora Mary Julia Martins Dietzsch. “A utilização de mídias digitais poderia começar a partir do primeiro ano do ensino fundamental. Desde muito cedo as crianças têm contato com computadores em casa”, ressalta a pesquisadora.

Suas experiências começaram por meio da implementação de blogs em projetos desenvolvidos com turmas de ensino fundamental de um colégio particular de São Paulo. “Há vários tipos de trabalho que o professor pode desenvolver com blogs. Podemos criar um blog de disciplina, em que o professor e alguns alunos teriam acesso à edição, há também o blog do professor, no qual só ele entra para publicar textos interessantes relacionados ao assunto da aula, além de manter contato com o aluno fora da sala, e ainda o blog de aluno, em que os estudantes publicam os trabalhos que realizam e o professor entra com comentários”, explica Lina.

Entre os principais benefícios dos meios digitais nas escolas estão o aumento do diálogo entre professores e alunos e a ampliação do espaço da sala de aula, já que o contato passa a ser também fora do horário escolar. Além disso, os recursos disponíveis nos computadores e na internet fazem com que os estudantes tenham mais prazer em assistir às aulas e interajam de modo mais efetivo.

“Quando saímos da sala de aula, que muitas vezes conta apenas com o giz e a lousa, e vamos para o computador já temos inicialmente o recurso da imagem e do movimento. É possível usar vídeo, áudio, fotografia e outros recursos para mostrar mais detalhes e curiosidades sobre o assunto estudado. Isso faz com que os alunos prestem mais atenção nas aulas e saiam do espaço imaginário, intangível, representado por um mapa de um livro, e adentrem o espaço real, visível no Google Earth, por exemplo”, explica a pesquisadora.

Barreira da linguagem
Apesar de os alunos terem crescido em frente aos computadores, Lina afirma que muitos têm dificuldades com a linguagem do mundo digital. “A experiência que tivemos com a leitura de adaptações literárias para a internet, por exemplo, foi um pouco complicada, pois os alunos – apesar de passarem horas a fio todos os dias na rede – não conhecem a linguagem do meio em que navegam e alguns acabaram não compreendendo sequer o enredo da obra”, diz.

Um ponto positivo do uso de meios digitais nas salas de aulas é mostrar aos estudantes as diferenças existentes em cada uma das linguagens que utilizamos. Segundo a pesquisadora, “a linguagem de um livro impresso é diferente daquela usada em um vídeo, por exemplo. Do mesmo modo, não podemos confundir o que é feito para o meio digital com o que se destina à publicação em papel. Muitas pessoas afirmam categoricamente que a linguagem de internet, com suas abreviações e símbolos, atrapalha a escrita, mas é preciso perceber que ela é apenas uma outra linguagem, destinada, portanto, a outras situações de uso que não as que acontecem na sala de aula. O aluno deve entender isso e utilizá-la apenas naquele meio.”

Dificuldades para professores
A iniciativa de usar blogs e outros recursos dos meios digitais na educação também tem seus entraves. Um deles é a dificuldade que o professor tem tanto em sua atualização quanto na disponibilidade de tempo. “Muitos professores ainda têm dificuldades em usar recursos básicos do computador, como Word e o Power Point. São recursos que poderiam ajudá-lo a criar uma aula diferente e a trazer novas informações”, garante Lina.

Tendo como pressuposto que todo o professor tem acesso a um computador, a pesquisadora salienta que outro problema para a implementação de aulas que utilizam os recursos digitais é a falta de remuneração para desenvolver projetos como esses. “Por mais que o professor queira levar meios digitais para as salas de aula, ele esbarra no problema do tempo gasto fora do horário escolar. A manutenção de um blog, por exemplo, demanda tempo de pesquisa, produção e criação de atividades, e não há incentivo financeiro ou um horário remunerado para essa prática”, explica.

Para a pesquisadora, mesmo sendo difícil a utilização dos meios digitais na educação é necessário que os professores fiquem atentos a esses novos recursos e aos benefícios que trazem ao aprendizado dos alunos. “O professor que dá aulas do mesmo jeito que teve aulas quando criança ou adolescente comete o erro grave de esquecer que é de outra geração”, alerta.

Mais informações: email linamendes@usp.brEste endereço de e-mail está protegido contra spambots. Você deve habilitar o JavaScript para visualizá-lo. , ou blog http://fornodeletras.blogspot.com, com a pesquisadora Lina Maria Braga Mendes

quarta-feira, 1 de setembro de 2010

Sete motivos para um professor criar um blog


Nesse mundo da tecnologia, inventam-se tantas novidades que realmente é difícil acompanhar todas as possibilidades de trabalho que elas abrem para um professor. Recentemente, surgiu mais uma: o blog.
Mas o que vem a ser isso? Trata-se de um site cujo dono usa para fazer registros diários, que podem ser comentados por pessoas em geral ou grupos específicos que utilizam a Internet. Em comparação com um site comum, oferece muito mais possibilidades de interação, pois cada post (texto publicado) pode ser comentado. Comparando-se com um fórum, a discussão, no blog, fica mais centrada nos tópicos sugeridos por quem gerencia a página e, nele, é visualmente mais fácil ir incluindo novos temas de discussão com freqüência para serem comentados.
Esse gênero foi rapidamente assimilado por jovens e adultos do mundo inteiro, em versões pessoais ou profissionais.
Não é à toa que tantos jovens e adultos começaram a se divertir publicando suas reflexões e sua rotina e que tantos profissionais, como jornalistas e professores, começaram a entrar em contato com seu público e seus alunos usando esse meio de comunicação. No blog, tudo acontece de uma maneira bastante intuitiva; e não é porque a academia ainda não disse ao professor que ele pode usar um blog que essa forma de comunicação deve ser deixada de lado. Com esse recurso, o educador tem um enorme espaço para explorar uma nova maneira de se comunicar com seus alunos. Vejamos sete motivos pelos quais um professor deveria, de fato, criar um blog.
1-     É divertido
É sempre necessário termos um motivo genuíno para fazer algo e, realmente, não há nada que legitime mais uma atividade que o fato de ela ser divertida. Um blog é criado assim: pensou, escreveu. E depois os outros comentam. Rapidamente, o professor vira autor e, ainda por cima, tem o privilégio de ver a reação de seus leitores. Como os blogs costumam ter uma linguagem bem cotidiana, bem gostosa de escrever e de ler, não há compromisso nem necessidade de textos longos, apesar de eles não serem proibidos. Como também é possível inserir imagens nos blogs, o educador tem uma excelente oportunidade de explorar essa linguagem tão atraente para qualquer leitor, o que aumenta ainda mais a diversão. O professor, como qualquer “blogueiro”, rapidamente descobrirá a magia da repercussão de suas palavras digitais e das imagens selecionadas (ou criadas). É possível até que fique “viciado” em fazer posts e ler comentários. 
2-     Aproxima professor e alunos
Com o hábito de escrever e ter seu texto lido e comentado, não é preciso dizer que se cria um excelente canal de comunicação com os alunos, tantas vezes tão distantes. Além de trocar idéias com a turma, o que é um hábito extremamente saudável para a formação dos estudantes, no blog, o professor faz isso em um meio conhecido por eles, pois muitos costumam se comunicar por meio de seus blogs. Já pensou se eles puderem se comunicar com o seu professor dessa maneira? O professor “blogueiro” certamente se torna um ser mais próximo deles. Talvez, digital, o professor pareça até mais humano.
3-     Permite refletir sobre suas colocações
O aspecto mais saudável do blog, e talvez o mais encantador, é que os posts sempre podem ser comentados. Com isso, o professor, como qualquer “blogueiro”, tem inúmeras oportunidades de refletir sobre as suas colocações, o que só lhe trará crescimento pessoal e profissional. A primeira reação de quem passou a vida acreditando que diários devem ser trancados com cadeado, ao compreender o que é um blog, deve ser de horror: “O quê? Diários agora são públicos?”. Mas pensemos por outro lado: que oportunidade maravilhosa poder descobrir o que os outros acham do que dizemos e perceber se as pessoas compreendem o que escrevemos do mesmo modo que nós! Desse modo, podemos refinar o discurso, descobrir o que causa polêmica e o que precisa ser mais bem explicado ao leitor. O professor “blogueiro” certamente começa a refletir mais sobre suas próprias opiniões, o que é uma das práticas mais desejáveis para um mestre em tempos em que se acredita que a construção do conhecimento se dá pelo diálogo.
4-     Liga o professor ao mundo
Conectado à modernidade tecnológica e a uma nova maneira de se comunicar com os alunos, o educador também vai acabar conectando-se ainda mais ao mundo em que vive. Isso ocorre concretamente nos blogs por meio dos links (que significam “elos”, em inglês) que ele é convidado a inserir em seu espaço.  Os blogs mais modernos reservam espaços para links, e logo o professor “blogueiro” acabará por dar algumas sugestões ali. Ao indicar um link, o professor se conecta ao mundo, pois muito provavelmente deve ter feito uma ou várias pesquisas para descobrir o que lhe interessava. Com essa prática, acaba descobrindo uma novidade ou outra e tornando-se uma pessoa ainda mais interessante. Além disso, o blog será um instrumento para conectar o leitor a fontes de consulta provavelmente interessantes. E assim estamos todos conectados: professor, seus colegas, alunos e mundo.
5- Amplia a aula
Não é preciso dizer que, com tanta conexão possibilitada por um blog, o professor consegue ampliar sua aula. Aquilo que não foi debatido nos 45 minutos que ele tinha reservados para si na escola pode ser explorado com maior profundidade em outro tempo e espaço. Alunos interessados podem aproveitar a oportunidade para pensar mais um pouco sobre o tema, o que nunca faz mal a ninguém. Mesmo que não caia na prova.
6-     Permite trocar experiências com colegas
Com um recurso tão divertido em mãos, também é possível que os colegas professores entrem nos blogs uns dos outros. Essa troca de experiências e de reflexões certamente será muito rica. Em um ambiente onde a comunicação entre pares é tão entrecortada e limitada pela disponibilidade de tempo, até professores de turnos, unidades e mesmo escolas diferentes poderão aprender uns com os outros. E tudo isso, muitas vezes, sem a pressão de estarem ali por obrigação. (É claro que os blogs mais divertidos serão os mais visitados. E não precisamos confundir diversão com falta de seriedade profissional.)
7-     Torna o trabalho visível
Por fim, para quem gosta de um pouco de publicidade, nada mais interessante que saber que tudo o que é publicado (até mesmo os comentários) no blog fica disponível para quem quiser ver. O professor que possui um blog tem mais possibilidade de ser visto, comentado e conhecido por seu trabalho e suas reflexões. Por que não experimentar a fama pelo menos por algum tempo?
Antes de fazer seu próprio blog, vale a pena consultar as realizações de algumas pessoas comuns ou dos mais variados profissionais. Faça uma busca livre pela Internet para descobrir o que se faz nos blogs pelo mundo afora e (re)invente o seu!
Referências bibliográficas:
DICKINSON, Guy. Weblogs: can they accelerate expertise? Tese de mestrado em Educação da Ultralab, Anglia Polytechnic University, Reino Unido, 2003. Acesso em: 29 jul. 2005.
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