terça-feira, 12 de outubro de 2010

TECNOLOGIA EDUCACIONAL E OS PROFESSORES

       TECNOLOGIA EDUCACIONAL E OS PROFESSORES
(Esse é o Arthur)

Caros colegas professores e educadores em geral! Esse texto é para todos nós.
Resolvi escrever este texto no qual tentarei fazer uma reflexão sobre o uso dos recursos tecnológicos nas escolas. Clique no Mais informações, para ler todo o artigo.
Não temos como objetivo criticar nem questionar o trabalho de ninguém e sim buscar vislumbrar uma forma possível de fazer uma educação pública de qualidade. Assim sendo, começo dizendo que entendemos como recurso tecnológico todas as ferramentas e equipamentos em geral que pudermos levar para a escola e na sala de aula, para que nos auxiliem a melhorar as nossas aulas e que de alguma forma facilitem a contextualização dos conteúdos que precisamos trabalhar.
Ultimamente estamos sendo cobrados pelos nossos colegas sobre a diferença que a tecnologia deveria fazer na escola. Que os LIEDs estão ociosos, que não passam de mais recursos jogados fora! Dizem, tantos computadores que não estão sendo usados e que custaram caro. Em parte pode ser verdade, mas nem tanto, existem tantos outros equipamentos e ferramentas, que também custaram um bom dinheiro e que nem sequer são usados e nós não percebemos ou nem sequer nos demos conta. Se eu fosse citar, poderia fazer uma boa lista aqui, mas agora isso não seria interessante, ou não vem ao caso, pois, o nosso foco é no uso, não só de computadores, mas, de todos os recursos que dispusermos, sejam novos, modernos, antigos, simples ou complexos. O importante é que nos auxiliem e que tenhamos domínio sobre esses equipamentos ou ferramentas.
Sem sombra de dúvidas, a informática vem adquirindo cada vez mais relevância no cenário educacional, sua utilização como instrumento ou ferramenta de aprendizagem e sua ação no meio social vem aumentando de forma rápida entre nós. Isso nos faz perceber que a educação vem passando por mudanças estruturais e funcionais frente a essas novas tecnologias. Agora, precisamos lembrar que estamos no inicio desse processo de transição de uma educação contemplativa, conservadora, elitizada e admiradora, para uma educação real, que tem com princípio básico a formação do cidadão. Cidadão esse, que não apenas participará da sociedade, mas será capaz de interagir, de se integrar a essa sociedade. Esse é o nosso grande desafio. Porque estou falando isso? Estou falando isso porque as faculdades ainda não estão formando professores para trabalhar com esses princípios e bases. Algumas começam a mudar algumas coisinhas, mais ainda de forma muito tímida. Sendo assim, então somos nós que vamos ter que encarar o desafio e enfrentar essa realidade. E podem ter certeza de que temos coragem e vamos lá!!!
Não basta termos os recursos tecnológicos. Mesmo que toda a tecnologia existente no mundo esteja presente na escola, de nada adiantará se não aprimorarmos as nossas estratégias para que sejamos mais eficazes e consigamos aproveitar e melhorar a nossa comunicação com os nossos alunos, nos tornando bons comunicadores e fazem com que eles também adquiram essa habilidade. Esse domínio das novas tecnologias é muito importante, requer prática, paciência, persistência e o desenvolvimento dessa capacidade ou habilidade de aprender a aprender, de construir conhecimentos ao mesmo tempo em que ensinamos e ainda estar atentos ao que acontece no mundo, sem perder de vista os novos avanços da tecnologia que cresce de forma espantosa (ou maravilhosa) o tempo todo.
Diante dessa nova situação, é importante que o professor possa parar e refletir sobre essa nova realidade. Precisa repensar sua prática (sem medo de inovar, de fazer diferente), ou seja, construir novas formas de ações ou práticas que permitam não só lidar, com essa nova realidade, como também modificá-la, construí-la ou até destruí-la. Para que isso aconteça, o professor tem que ir para o laboratório de informática dar sua aula, precisa pensar em ter o seu próprio computador (notebook), de ele mesmo busca conhecimento e informações. Falando em equipamento, o MEC está preparando o “ARTHUR”, que é uma ferramenta que integra notebook com datashow, tudo em um e que quando fechado se transforma em uma prática maleta para ser carregado. Apesar da aparência robusta, o equipamento é leve, com pouco mais de três quilos. Além do projetor, o computador conta com leitor de CD e DVD, o que facilita a utilização de conteúdos multimídia. Apesar de a maioria dos computadores da rede pública contar com o sistema operacional Linux, o Arthur trabalha bem com documentos criados no Windows, como aqueles da família Office.
Não existe nenhum equipamento ou ferramenta que possa vir a substituir o bom professor em sala de aula. Sem o professor será mais importante. Porém, é muito importante que esse professor se aproprie dos recursos tecnológicos e os leve para a sala de aula, para usá-los no seu dia-a-dia, assim como foi introduzido o primeiro livro, o quadro negro, a televisão e muitos outras na escola e o professor teve de começar a lidar de modo diferente com o conhecimento fazendo que esses recursos se tornassem aliados. Continuaremos a ensinar e a aprender: pela palavra, pelo gesto, pela emoção, pela afetividade, pelos textos lidos e escritos, mas agora também pelo computador, pela informação em tempo real e em janelas que vão se abrindo e se aprofundando até o mais profundo de todos os conhecimentos e das mais diversas informações.
Para que consigamos fazer essa verdadeira revolução, o professor precisa se apropriar dessas tecnologias e recursos. Precisamos mobilizar os professores para que percebam que o computador e que os Laboratórios de Informática Educativa (LIED) deverão se tornar uma prática constante nas suas atividades diárias de ensino-aprendizagem. Não se trata, portanto, de fazer do professor um especialista em Informática, não, claro que não!! O que precisamos, é criar condições ou situações, para que se apropriem e construam essa competência, que lhes dê segurança e domínio para lidar com recursos simples e avançados dos equipamentos e ferramentas.
Não queremos aqui transformar o computador numa espécie de “redentor da educação”, não, longe disso. O que nós acreditamos é que o uso do computador como ferramenta pedagógica do professor pode se tornar um agente de transformação. No entanto, o professor precisa ser capacitado para assumir o papel de facilitador da construção do conhecimento do aluno e não apenas um transmissor de informações. Por isso o professor deve ser constantemente estimulado a modificar sua ação pedagógica de acordo com o contexto e com a clientela de alunos ou da comunidade que atende. O MEC não tem poupado esforços para oferecer essa formação para os professores da rede pública de educação. Vários cursos são oferecidos. No ano passado (2009) tivemos Linux Educacional (40 horas) um curso que tem como objetivo levar o professor a dominar o computador com o sistema operacional Linux e as suas principais ferramentas. Ou outro curso foi TIC: ensinando e aprendendo dos as tics (100 horas). Esse curso prepara o professor para usar os recursos de multimídia, usando o computador e a internet de forma integrada, construindo blog, interagindo em forum e outras ferramentas de interação e comunicação. Esse ano (2010) começou a ser oferecido o PITEC – Projetos Integrados com Tecnologia (40 horas). Um curso que tem como objetivo fazer com que o professor trabalhe com projetos e consiga integrar conteúdos e os recursos tecnológicos.
Em seu texto, Educação e Informática: A Relação Homem/Máquina e a Questão da Cognição, que, diga-se de passagem é muito bom, o autor Jorge R. M. Fróes: (http://edutec.net/Textos/Alia/PROINFO/prf_txtie04.htm) diz: “Os recursos atuais da tecnologia, os novos meios digitais: a multimídia, a Internet, a telemática, trazem novas formas de ler, de escrever, e portanto, de pensar e agir. O simples uso de um editor de textos mostra como alguém pode registrar seu pensamento de forma distinta daquela do texto manuscrito ou mesmo datilografado, provocando no indivíduo uma forma diferente de ler e interpretar o que escreve, forma esta que se associa, ora como causa, ora como conseqüência, a um pensar diferente”.  
Esse mesmo autor no mesmo texto em um outro parágrafo escreve: uma nova forma de possibilitar a construção e elaboração do conhecimento, (diferente das tradicionais, baseadas na teoria ou na experimentação prática), resultante de características próprias das novas tecnologias: a simulação em mundos virtuais de determinados mecanismos e processos, permitindo a reprodução e o controle de processos onde diversos parâmetros podem ser modificados, verificando-se os resultados, discutindo-se e analisando-se as conseqüências dessa variação; a simulação em mundos virtuais problematiza situações, promovendo a invenção criativa.
Compreendemos que isso é primordial, essa possibilidade de simularmos ambientes e diferentes situações, nos dão infinitas possibilidades de vivenciar diferentes experiências e que não podemos deixar de explorar, seja por meio do faz de conta ou pelo uso de computadores com sofisticados ou simples programas com jogos de simulação.
O mesmo autor, e ainda no mesmo texto, nos diz: Finalmente, registre-se que a escola, ainda está aprisionada na cultura da pagus, a cultura da escrita, do texto estático, do conhecimento fragmentado e territorializado, precisa buscar as formas de lançar-se ao referido espaço do saber, caracterizado pela dinâmica interativa do ciberespaço. Este é o desafio do nosso tempo: temos que discutir e analisar com nossos filhos e nossos alunos, a utilização e os efeitos de mudanças que vivemos ao mesmo tempo que eles. Não podemos recorrer a quem as tenha vivenciado antes de nós: falta-nos um referencial crítico anterior... Cabe-nos então construir este referencial para as gerações futuras.
Acreditamos que o uso da informática na educação é inevitável e o uso do computador como instrumento, como ferramenta de trabalho, seja capaz de integrar a grande maioria dos recursos multimídia e de informação, de apoio ás áreas e aos conteúdos, além, da função de preparar os alunos para uma sociedade informatizada e modernizada.
Precisamos pensar em uma sala de aula que seja contextualizada, que não se restrinja as quatro paredes, mas que se expanda pela escola toda, pela comunidade, pela cidade e pelo mundo. Os nossos alunos precisam aprender a falar e falar com desenvoltura, seja numa fala individual ou em público. Agora de nada adianta ensinarmos a falar se não souberem ouvir. É preciso que ensinemos a importância de saber ouvir para que as conversas ou o diálogos tenham sincronia, sejam em duas vias e significativos. Talvez hoje esse seja um dos maiores desafios que temos, pois nossos alunos não sabem ouvir. Por isso a sala de aula tem que se tornar um espaço de muito diálogo entre professor/alunos, aluno/aluno e aluno/professor. A escrita é outro ponto que merece nossa atenção. Um bom escritor sempre é um grande leitor, por isso precisamos ler muito na sala e essas leituras têm que ser significativas e que sejam apropriadas, ou de acordo com idade dos alunos. Não podemos ensiná-los apenas a decodificar os símbolos gráficos de forma mecânica como se fossem uma máquina e sim compreenderem que as palavras, os termos escritos estão carregados de sentidos e significados que variam de um povo para outro, de uma comunidade para outra, de um tempo, de uma cultura. Ensinar que através da leitura e da escrita podemos viajar no espaço e no tempo, romper todas as fronteiras e barreiras. A habilidade de somar, multiplicar, dividir e calcular é muito importante, ou seja, não basta decodificar os números, precisamos desenvolver a capacidade de fazermos cálculos de forma racional e não apenas memorizado ou decorado. Um cidadão hoje para ser capaz de exercer a sua cidadania, precisa ter a capacidade de interagir na sociedade. Essa sociedade exige que sejamos capazes de falar, de escrever, de ler, de calcular e de compreender as diferentes formas estabelecidas de relação nessa sociedade.
Fredric M. Litto, em seu texto REPENSANDO A EDUCAÇÃO EM FUNÇÃO DE MUDANÇAS SOCIAIS E TECNOLÓGICAS E O ADVENTO DE NOVAS FORMAS DE COMUNICAÇÃO, diz: "A sociedade mudou muito nas últimas décadas, mas a educação formal continua essencialmente inalterada: continuamos a confundir um amontoado de fatos com o conhecimento (veja o vestibular brasileiro); a ignorar os estilos individuais de aprendizagem de cada aluno; a exigir uso apenas de memorização e não de capacitações cognitivas de alta ordem como interpretação, julgamento e decisão; a exigir "respostas corretas", quando o que é realmente importante é saber achar a informação necessária, na hora certa para tomar uma decisão e saber fazer as perguntas certas. O meu grande pesadelo dos últimos tempos é ver um Brasil daqui a vinte anos, com milhões de trabalhadores sentados diante de computadores ligados a redes internacionais, e por não terem aprendido a fazer as perguntas certas, levam dez vezes mais tempo do que o necessário para achar a informação exigida. O país suportará este custo? Aguentaremos a concorrência?”
A Escola Ideal é uma escola onde a aprendizagem ocorre com o uso do computador e não a partir do uso do computador. O que um professor pode fazer se tiver apenas um computador (PC ou notobook) na sua sala de aula? Ele pode gerenciar a papelada administrativa da classe; fazer apresentações animadas; conduzir discussões entre os alunos; gerenciar as atividades de aprendizagem cooperativa dinâmica; inspirar a auto-descoberta no aluno que lhe ilumina. Mas para alcançar este sucesso, é necessário que a tecnologia apóie o controle do professor na sala de aula (o seu uso não pode tornar o trabalho do professor mais difícil), oferece flexibilidade pedagógica (a tecnologia deve apoiar as várias formas que um professor usa para ensinar) e estar acessível (o professor tem que ter acesso à tecnologia dentro e fora da sala de aula).
Já conseguimos perceber que na introdução da tecnologia ou novos recursos nova na escola tem algumas etapas a serem vencidas. No primeiro momento temos um momento de Conforto (período durante o qual se adquire o equipamento. No segundo momento um uso desconexo (quando o computador fica num canto, como uma coisa extra, a ser usada quando as outras tarefas acadêmicas tiveram sido terminadas). Em um terceiro momento virá o uso coordenado (em que se toma decisões em relação ao porque usar o computador). Finalmente no quarto momento o uso transparente (quando não é mais um caso de uso de tecnologia só pelo valor tecnológico em si, mas como suporte para uma estratégia pedagógica). Com base nesses momentos ou períodos, pensamos que existem algumas perguntas que cada escola deve fazer. 1 - O que é que queremos que os nossos alunos aprendam a fazer? 2 - Quais os métodos que posso usar para ajudá-los alcançar estas metas? Ao tentar responder a estas perguntas é importante refletir sobre os conselhos dados por Neil Postman no seu excelente estudo  Technopoly: The Surrender of Culture to Technology (New York: Vintage Books, 1993; Tecnopolia, São Paulo: Nobel, 1994), onde ele descreve a sociedade moderna como um exemplo de "tecnopolia", ou a sociedade que sacrificou valores culturais à tecnologia. Tal sociedade, ele argumenta, a da utilização da tecnologia pelos os educadores, poderá gerar novas possibilidades de sua utilização educacional.
Vamos ver o que dizem alguns educadores sobre os propósitos da educação. Postman, nos lembra, que os grandes pensadores do passado acreditaram que havia uma idéia social, política ou espiritual transcendente que tinha que ser alcançada por meio da educação. Confúcio acreditava que na tradição se encontra a melhor esperança para a ordem social. Já, Platão, pregava que a educação era capaz de produzir filósofos maravilhosos. Cícero sugeriu que a educação deveria livrar o aluno da tirania do presente, do momento em que ele está vivendo. Jefferson diz que a função da educação é de ensinar aos jovens como proteger as suas liberdades. O escritor francês, Rosseau queria que a educação liberasse os jovens dos constrangimentos não-naturais de uma ordem social malévola e arbitrária. Um outro pensador chamado Dewey, afirmava que a educação deveria ajudar o aluno para que fosse capaz de viver numa sociedade sem certeza, num mundo de mudanças constantes e de ambiguidades que confundem. Segundo Postman, o currículo das escolas no mundo atual, é o ideal do tecnocrata, planejado para preparar a pessoa que tem apenas "habilidades", uma pessoa sem compromisso, sem ponto de vista, sem uma postura moral, social ou intelectual, mas com muitas habilidades vendáveis no mercado; isto, ele alega, não é um currículo, não é um "programa" de estudos, mas meramente uma coletânea de matérias.
A escola precisa dar ao aluno um sentido de coerência nos seus estudos, um sentido de propósito, de significação, um sentido de interconexão naquilo que aprende, para levar o aluno a reconhecer a capacidade e criatividade da humanidade em ter conquistado a solidão, a ignorância e a desordem. Falamos em ter conquistado, pois, após as conquistas fez as transformações e mudanças. Juntando arte e ciência, o passado e o presente, o currículo escolar deve ser visto como uma celebração da inteligência e criatividade humana e não simplesmente uma coleção, sem sentido, de pré-requisitos de cursos. Uma educação para a atualidade, diz Postman, é a que enfatiza o modo científico de pensamento, o uso disciplinado da linguagem, da história (a continuidade do "empreendimento humano") e um amplo conhecimento das artes e da religião (comparando como povos diferentes em épocas diferentes tentaram alcançar um sentido de transcendência).
Acredito que essas idéias nós levam, inevitavelmente, a uma das questões que considero fundamentais para o melhoramento da aprendizagem no Brasil. Navegar livremente na Internet, como uma aranha atravessando sua teia é, sem dúvida, uma das sensações mais delirantes para o jovem brasileiro. A estrutura de hipertexto na internet é um poderoso engenho de busca de informação, permitindo que o usuário siga sua intuição, utilizando sua própria configuração de inteligência e curiosidade para buscar locais com informação nova e interessante. Informações textual, imagética e sonora, vindas de todos os cantos do mundo, sobre todos os assuntos imagináveis e disponibilizadas de forma a permitir navegação em várias dimensões (passado/ presente/ futuro, superficial/ regular/ profunda, atualizadíssima/ corrente/ tradicional), estão à disposição do jovem brasileiro sem filtragem ideológica, sem censura. Enquanto os jovens norteamericanos e malásios enfrentam forças sociais obcecadas em "proteger" seus adolescentes contra palavrões e obscenidades, a juventude brasileira vive numa sociedade que reconhece nos palavrões e obscenidades infantilismos passageiros que é melhor ignorar e deixar que sejam superados pelos jovens.
Fazer viagens pela rede, pode ser uma ótima preparação para o futuro, amadurecendo o navegante jovem que aprende rapidamente esticar a sua imaginação, queimar etapas na busca de informação necessitada, distinguir informação séria de coisas frívolas e imaturas, e respeitar a etiqueta apropriada para internautas. Além disso, é uma ótima viagem para o ego, dando um sentimento de poder grande a quem domina as técnicas de navegação, um senso de superioridade sobre quem não sabe navegar ou sobre quem ainda não tem acesso à rede. O perigo aqui é o ou orgulho excessivo, que os gregos da antiguidade chamavam de hubris. Num país como o nosso, com grandes injustiças sociais nos cercando, cabe a quem desfruta de poder trocar uma boa parte do seu orgulho pela modéstia e pela ajuda àqueles que ainda não tiveram a sensação delirante de conhecer bem a rede. O verdadeiro navegador da internet ou do ciberespaço deve ser conhecido tanto pela sua generosidade e modéstia quanto pela sua competência tecnológica.
Vamos concluir esse texto fazendo um possível paralelo ou conceituação entre o antigo paradigma da educação e o novo paradigma. Na concepção tradicional de Educação (antigo paradigma), a escola parece ser um mundo surreal, ou seja, o aluno vem até essa escola (que está num mundo fora da comunidade) com a cabeça essencialmente vazia (tábula rasa) e cabe à escola nela colocar um conjunto de conhecimentos atuais e habilidades intelectuais, testando periodicamente a aquisição destes conhecimentos através de provas e exames. As habilidades intelectuais mais valorizadas são a linguística (capacidade de ler, compreender e escrever textos) e a lógica-matemática (capacidade de processar informação quantitativa), porque essas são aquelas necessárias para empregos na indústria e comércio, para onde a maior parte dos alunos são destinados, na Era Industrial. Embora dificilmente reconhecida como tal, segundo o antigo paradigma, a idéia orientadora é "moldar" os alunos para o mundo fabril que os espera, usando técnicas produtivas similares à linha de montagem: salas de aula isoladas umas das outras e limitadas em recursos; mesas e cadeiras dispostas em filas; o professor desempenhando a função de dono e entregador principal do conhecimento; a apresentação de informação limitada ao uso de livros-texto, do quadro-negro e quase sempre de forma linear e sequencial. Neste cenário, o papel ativo era exercido pelo professor; o aluno é um elemento passivo, um mero receptor dos pacotes de informações preparados pelo sistema educacional. Memorização de informação é a pedra fundamental neste paradigma; respostas corretas às perguntas dos exames, isto é, conformidade a um determinado modelo do mundo é o esperado de cada aluno. Há poucas oportunidades para a simulação de eventos naturais ou imaginários, tanto para aumentar a compreensão de conceitos complexos quanto para estimular a imaginação. O currículo educacional é visto através de uma filosofia de separação: o conhecimento humano é dividido em classificações estanques (matemática, geografia, história, literatura, português, língua estrangeira, biologia, física, química, etc.) sem a mais remota possibilidade de verem possíveis interelacionamentos entre elas. E, finalmente, o aluno que consegue terminar este tipo de estudo é considerado (formado), pronto para o mercado de trabalho e sem necessidade de estudos posteriores. Mas quando vem para o mundo real essa formação pode cair por terra.
Esse antigo paradigma educacional tornou-se incapaz de lidar com as constantes mudanças ocorridas na sociedade nos últimos vinte ou trinta anos. O aumento do volume de informações de todos os tipos disponíveis para o cidadão comum, e em especial para profissionais que têm como parte do seu trabalho diário a tarefa de tomar decisões; o aumento da complexidade em todos os setores da vida profissional e pessoal; a dificuldade em lidar com sistemas com maior ou menor grau de integração e a necessidade de fazer relacionamentos novos entre campos de conhecimento antes isolados; o estabelecimento de novos padrões de comportamento social, caracterizados por valores alternativos, com a promoção da individualidade e conseqüente aceitação democrática de preferências individuais; a migração, por parte de uma camada cada vez maior de trabalhadores e profissionais, de empregos regulares para trabalhos realizados em casa, ou através de contratos de curta duração como free lancer; o crescimento da necessidade de formação e capacitação constante de trabalhadores e profissionais devido à quantidade de nova informação disponível em novos formatos e com novas formas de acesso.
O novo paradigma educacional, hoje em desenvolvimento, sugere que a escola tem que ser, antes de tudo, um ambiente "inteligente", especialmente criado para a aprendizagem. Precisa ser um lugar rico em recursos por ser um local privilegiado. Um lugar onde os alunos podem construir os seus conhecimentos segundo os estilos individuais de aprendizagem que caracterizam cada um. Um lugar onde em vez de filas de mesas e cadeiras ou carteiras, há mesas para trabalhos em grupo, sofás e poltronas confortáveis para leituras, computadores para a realização de tarefas acadêmicas e para comunicações digitais locais e com o mundo. Tem um ponto de rede em cada sala para permitir a interconexão com outras escolas por computador e videofones e que além de oferecer atividades pedagogicamente inovadoras permita a comunicação por voz entre o professor e os pais dos alunos. Uma escola onde a avaliação é feita constantemente e serenamente na carreira do aluno, e a ênfase é colocada não na memorização de fatos ou na repetição de respostas (corretas), mas, na capacidade do aluno pensar e se expressar claramente, solucionar problemas e tomar decisões adequadamente. Essa escola tem um currículo que reconhece o valor de outras formas de inteligência, além da lingüistica e da lógica-matemática, esse currículo oferece uma visão holística do conhecimento.
Bom, é isso ai!! Meus agradecimentos a todos aqueles que colaboraram comigo na redação desse texto, contribuindo com idéias  e com insentivos. Coragem a todos nós e vamos lá!!!
Autor: Vitorio Helatczuk
Montagem: Vitorio
créditos :http://www.tecmt.com.br

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